Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

A parte do edifício em que se encontram, no chamado Palácio da Inquisição, em Évora, pinturas murais
Designação
DesignaçãoA parte do edifício em que se encontram, no chamado Palácio da Inquisição, em Évora, pinturas murais
Outras Designações / PesquisasPalácio da Inquisição / Casas Pintadas de Évora / Edifício do chamado Paço de Vasco da Gama / Paço de Vasco da Gama / Tribunal da Inquisição de Évora (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Casa
TipologiaCasa
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Évora/Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo Marquês de Vila FlorÉvora Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.572243-7.908089
DistritoÉvora
ConcelhoÉvora
FreguesiaÉvora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 37 801, DG, I Série, n.º 78, de 2-05-1950 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património MundialAbrangido por conjunto inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, que, ao abrigo do n.º 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, se encontra classificado como MN
Património Mundial DesignaçãoCentro Histórico de Évora
Cadastro
AFECTACAO182905
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaAs Casas Pintadas foram durante longo tempo consideradas morada de Vasco da Gama em Évora. O navegador terá de facto vivido no aglomerado de casario ao qual pertence, entre outros edifícios, este das paredes pintadas, em casas cujas frontarias ostentavam pinturas murais que deram o nome à rua, antiga Rua das Casas Pintadas, topónimo hoje - e pela mesma ordem de razões - modificado para Rua de Vasco da Gama. No entanto, quanto ao claustrim, alguns autores parecem ter razões para recusar a sua posse, e logo a encomenda das pinturas, a esta figura. Não existe qualquer documentação ligando o lanço de claustro aos Gama, e a única marca de posse que se encontra no local é um brasão de armas, pintado na pedra de fecho da abóbada da capelinha ao fundo do claustro, onde se apresenta um escudo esquartelado dos Silveira Henriques, duas famílias nobre eborenses unidas por matrimónio. Não bastasse isto, e teríamos ainda a marcada diferença de cota entre esta estrutura e o edifício, com pátio interior, que dá para a rua principal e que, este sim, teria de facto pertencido a Vasco da Gama, conforme documentação existente. Hoje é difícil fazer a distinção entre o casario que compõe o conjunto do antigo Tribunal da Inquisição, fundido e remodelado em intervenções sucessivas, as primeiras datando ainda de 1568. Certo parece ser que as casas às quais pertencia este claustrim e que dariam talvez para outra rua não existem hoje, como se pode comprovar também pela rude ligação, feita à custa da mutilação das pinturas, entre o edifício adjacente e o espaço em questão, através de uma porta aberta ao nível do soalho da casa e a mais de um metro do chão do claustro, diferença vencida por alguns degraus toscos em madeira. A casa dos Silveira Henriques teria ligação com outro lanço do claustro, já desaparecido, tal como as habitações principais.
O lanço ocidental do claustrim é constituído por arcadas redondas de pilares chanfrados, de granito, com abóbada de três tramos e nervuras assentes em mísulas góticas. As pinturas cobrem a totalidade dos panos murários, divididas em dois registos: no superior desenrolam-se as cenas principais, e em rodapé com cerca de 1,5 m de altura está pintado um requintado friso renascentista de grotesco, rematado por um parapeito em trompe-l'oeil sugerindo pedra aparelhada. Nas paredes do claustro as composições mostram diversas aves, reais e fantásticas, lebres, sereias, um tocador de gaita-de-foles cuja música atrai vários animais, e psicomaquias diversas - uma violenta luta de galos, opondo um galo branco a um galo vermelho, um dragão de sete cabeças, hidra mitológica ou animal apocalíptico, ladeado por um leopardo preparado para o ataque, outro pequeno dragão, e um lagarto de língua bifurcada. Algumas figuras estão perdidas, tendo talvez existido um grifo, híbrido de águia e leão, e um leão ou um cavalo/unicórnio. O último painel está pintado sobre o arco da capela, e nele se representa um belíssimo pelicano, rasgando o peito para alimentar as crias no ninho, ladeado por um falcão que prende nas garras uma lebre mutilada pelo desgaste da parede, e por um basilisco, misto de galo e serpente, igualmente truncado.
O claustro teve várias camadas de pintura. A primeira incluiria o brasão, e talvez alguns frisos ornamentais góticos da mesma época, que pelo tom arcaizante da decoração miúda em torno do brasão se poderia situar em meados do século XV. No interior da capela outras campanhas de pintura são visíveis. O rodapé classicizante mantém-se, mas encimado por painéis de grotesco mais fino, e com figurinhas de putti, génios e seres híbridos nas paredes laterais, em composição cortada por uma Pietá à direita de quem entra, e uma Missa de São Gregório e um São Cristóvão à esquerda. Estas pinturas, bem como o retábulo fingido do altar-mor, com uma fraca representação da Sagrada Família, são mais tardias e de qualidade inferior. SML
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens16
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Vasco da Gama e os frescos das "Casas Pintadas" da cidade de Évora", in revista Panorama, nº 31, IV série, pp. 52-63LIMA, João Paulo de AbreuEdição
Gamas e Condes da VidigueiraALVES, Ivone CorreiaEdição2001
"Os Restos do Palácio de Vasco da Gama", in revista A Cidade de Évora, nº 19/20ESPANCA, TúlioEdição1949
"A Inquisição de Évora", in revista A Cidade de Évora, nº 25/26ESPANCA, TúlioEdição1951
Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I)ESPANCA, TúlioEdição1966LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
"As armas de Vasco da Gama", in revista Panorama, nº 31, IV série, pp. 48-51SÃO PAIO, Marquês deEdição
"As pinturas murais das Casas Pintadas de Évora", in Revista Cidade de ÉvoraLEITE, SilviaEdição2002
Vasco da Gama em ÉvoraEdição1898

IMAGENS

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: pormenor de friso renascentista no rodapé)

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: pormenor do friso renascentista (rodapé)

Palácio da Inquisição de Évora - Interior da capela: friso renascentista truncado (rodapé)

Palácio da Inquisição de Évora - Interior da capela: parede lateral direita

Palácio da Inquisição de Évora - Interior da capela: pinturas murais na parede lateral esquerda

Palácio da Inquisição de Évora - Interior da capela: parede fundeira com retábulo pintado (Sagrada Família)

Palácio da Inquisição de Évora - Interior da capela: pormenor de friso renascentista com pintura mural

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: pinturas murais da parede fundeira e arco da capela

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: pormenor das pinturas murais do registo superior

Palácio da Inquisição de Évora - Interior da capela: pormenor de anjo músico do friso renascentista

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: parede fundeira com pinturas murais

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: pormenor de pinturas murais do registo superior (tocador de gaita-de-foles)

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: pinturas murais do registo superior (sereia)

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: pormenor das pinturas murais do registo superior (sereia)

Palácio da Inquisição de Évora - Claustro: galeria e portal da capela

Palácio da Inquisição de Évora - Fachada principal: vista parcial

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt