Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres
Designação
DesignaçãoCapela de Nossa Senhora dos Prazeres
Outras Designações / PesquisasIgreja de Nossa Senhora dos Prazeres / Capela de Nossa Senhora dos Prazeres (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBeja/Beja/Beja (Santiago Maior e São João Baptista)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo dos PrazeresBeja Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.015489-7.866402
DistritoBeja
ConcelhoBeja
FreguesiaBeja (Santiago Maior e São João Baptista)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaLocalizada numa área de expansão urbanística da cidade durante o século XVI, que levou mesmo ao rompimento da muralha medieval, a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres é um dos mais interessantes templos edificados em Beja durante a época moderna. A sua planta obedece à justaposição de dois volumes, o da nave, de secção quadrangular, e o da capela-mor, circular e bem visível do exterior. A fachada principal, virada a nascente, apresenta uma composição muito comum, com amplo portal barroco de frontão contracurvado aberto ao centro do alçado, sendo este delimitado por fortes cunhais-pilares, e terminando superiormente em empena triangular. Inscrito no portal, a data de 1672 testemunha, muito provavelmente, a construção da obra.
O interior constitui uma das mais importantes obras barrocas, do tempo de D. Pedro II, da cidade, exemplo máximo de arte total barroca, como se lhe referiu Vítor Serrão (SERRÃO, 1997). Longe do provincianismo com que caracterizou este interior Túlio Espanca (ESPANCA, 1993), trata-se de uma obra onde pontificaram alguns dos mais importantes artistas do Portugal em transição para o século XVIII.
O programa azulejar da nave foi encomendado ao conceituado Gabriel del Barco, que concluiu a obra em 1698, conforme data inserida num dos painéis. Inteiramente dedicado à Vida da Virgem, aqui se inicia a viagem pela iconografia acentuadamente mariana que caracteriza maioritariamente a produção artística da capela. Igualmente importante é o ciclo de pinturas barrocas da nave, obras da responsabilidade do pintor António de Oliveira Bernardes, de c.1695. A talha dos altares colaterais, que inclui telas deste mesmo pintor, é devida ao entalhador lisboeta Manuel João da Fonseca, que a realizou na campanha de 1684-87.
O conceito de totalidade artística barroca alarga-se à capela-mor, onde figurava um conjunto de azulejos de temática mariana, datáveis da primeira metade do século XVIII e encomendado às oficinas dos Grandes Mestres azulejares de Lisboa. De acordo com as conclusões de Vítor Serrão, na concepção e realização do progama artístico desta capela trabalhou António de Oliveira Bernardes, artista fundamental do nosso primeiro barroco e figura tutelar para a geração do barroco pleno português, coincidente com os anos finais do nosso século XVII. A ele se devem as pinturas murais da capela e o retábulo revestido com pintura de brutescos, datadas de 1674, soluções artísticas que reforçam o conceito de totalidade de todo o conjunto. Também da autoria de Oliveira Bernardes é o tecto em perspectiva da nave, de 1690, e que revela claras influências de modelos clássicos franceses.
Em 1779 a capela foi objecto das primeiras obras, patrocinadas pelo bispo M. Cenáculo, alargando-se então a tribuna e realizando-se o oratório de Nossa Senhora dos Prazeres, campanha que obrigou à modificação do próprio retábulo-mor. Parcialmente afectada com o terramoto de 1969, a igreja foi recentemente alvo de uma intervenção restauradora ao nível das pinturas murais, da responsabilidade do IPPAR, esperando-se, para breve, a publicação de um estudo monográfico a ela dedicado.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCastelo de Beja, designadamente a Torre de MenagemIgreja da Misericórdia de Beja
Outra ClassificaçãoCastelo de Beja, designadamente a Torre de MenagemÁrea intramuros do Centro Histórico de Beja
Nº de Imagens21
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1971Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, Vol. XIIESPANCA, TúlioEdição1992Lisboa
"O conceito de totalidade nos espaços do Barroco Nacional: a obra da igreja de Nossa Senhora dos Prazeres em Beja (1672-1698", Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 5ª série, nº21-22, 1996-97SERRÃO, VítorEdição1997Lisboa

IMAGENS

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Fachada principal (vista geral)

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Interior: registo superior do arco triunfal e pinturas murais da abóbada da nave

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Interior: vista parcial da nave (lado do Evangelho)

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Interior: tecto da nave com pinturas murais

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Interior da capela-mor: retábulo após restauro

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Interior: registo superior da entrada e pinturas murais da abóbada da nave

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Interior: pinturas murais da abóbada da nave

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Interior: pormenor da talha do arco triunfal (anjo com com palma de martírio)

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia antes da intervenção de conservação e restauro: pormenor

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia antes da intervenção de conserção e restauro

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia antes da intervenção de conservação e restauro: pormenor da banqueta

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia antes da intervenção de conservação e restauro

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia antes da intervenção de conservação e restauro: pormenor da intura do nicho representando Jerusalém

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo durante o tratamento de conservação e restauro: pormenor do douramento

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia durante a intervenção de conservação e restauro: fixação do ático

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia durante a intervenção de conservação e restauro: pormenor da fixação de cromia

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia durante a intervenção de conservação e restauro: ático após fixação

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia após a intervenção de conservação e restauro: ilharga

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia após a intervenção de conservação e restauro

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia após a intervenção de conservação e restauro

Capela de Nossa Senhora dos Prazeres - Retábulo da sacristia antes da intervenção de conservação e restauro

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