Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Vicente
Designação
DesignaçãoIgreja de São Vicente
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de São Vicente (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Braga/Braga (São Vicente)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua de São VicenteBraga Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.556103-8.421081
DistritoBraga
ConcelhoBraga
FreguesiaBraga (São Vicente)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 1/86, DR, I Série, n.º 2, de 3-01-1986 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Situada na rua de São Vicente, um importante eixo da malha urbana de Braga, a Igreja de São Vicente foi edificada entre os anos finais do século XVII e as primeiras décadas da centúria seguinte, substituindo o templo medieval primitivo. O programa decorativo interior foi executado em fases distintas entre meados de Setecentos e o início do século XIX.
A igreja desenvolve-se numa planta retangular, composta por seis volumes distintos, o primeiro correspondente à nave, seguido da capela-mor. A estes juntam-se três corpos, dispostos em L (um tardoz e dois laterais), correspondentes à sacristia e à Casa da Irmandade de S. Vicente. No topo da edificação, no eixo do corpo central, ergue-se a torre sineira.
A fachada revela a transição do maneirismo para o barroco, nomeadamente na profusa decoração que envolve as molduras dos vãos e no remate superior recortado, alternando elementos de inspiração flamenguista com exuberantes florões de gosto barroco que lembram as composições de talha da época. Ao centro abre-se um nicho que alberga a imagem de São Vicente, numa composição ladeada por dois anjos. Sobre o portal, e ao centro do frontão interrompido, encontra-se a representação escultórica do Baptismo de Cristo. A localização da torre sineira atrás da capela-mor pretende libertar a fachada, numa solução comum a outros templos coevos.
O interior, de nave única e capela-mor, destaca-se pelo exuberante programa decorativo, plenamente barroco, com teto de caixotões dourados e policromados, altares de talha dourada e apontamentos de talha no ornamento dos elementos estruturais, nomeadamente as sanefas e as grandes das janelas, o revestimento do arco cruzeiro, o nártex e o coro-alto. A este junta-se o duplo conjunto de azulejos que reveste as paredes de ambos os espaços: os do primeiro espaço são já do século XIX, muito possivelmente oriundos de uma fábrica do Porto; por sua vez, os painéis da capela-mor, que representam a história e o martírio de São Vicente, orago do templo, são de fabrico lisboeta, datando-se de meados do século XVIII (c. 1730-40) (Simões: 1979, p. 100).
História
A Igreja de São Vicente de Braga será a substituta de um templo visigótico existente no local desde, pelo menos, o século VII, do qual subsiste uma lápide funerária do ano 618 d.C., guardada na sacristia.
Uma outra lápide, na fachada principal, faz referência a três campanhas de obras neste local; em 656 foi edificada a primeira igreja, remodelada em 1565 e novamente reformada em 1691.
O atual templo resulta desta obra barroca, na qual intervieram alguns dos mais prestigiados arquitetos da cidade de Braga, como Manuel Fernandes da Silva, André Soares e Carlos Amarante, três nomes da maior importância no quadro do desenvolvimento da nova Bracara Augusta, sob a égide dos arcebispos D. Rodrigo de Moura Teles e D. Gaspar de Bragança.
A própria igreja, situada então numa zona afastada do centro histórico, contribuiu para o desenvolvimento da área em redor, funcionando como pólo urbanístico em torno do qual se estruturou parte da cidade (Fernandes: 1989, p. 97).
A obra que hoje se ergue começou em 1686, quando a Irmandade de S. Vicente decidiu reconstruir a igreja, seguindo o modelo da Igreja de N. S.ª a Branca (Rocha: 1996, p. 142). Todavia, este plano não se concretizou, e os trabalhos tiveram início apenas em Maio de 1689, com projeto de Domingos Moreira (Oliveira: 1993, p. 47; Rocha: 1996, p. 143).
A obra arrastou-se durante anos, e em 1717 não estava ainda concluída a fachada (Ibidem). Foi então contratado Manuel Fernandes da Silva, que terá realizado o remate superior da frontaria.
A obra de André Soares está documentada, havendo notícia de que traçou as sanefas e caixilhos das janelas da capela-mor, em 1758, as grades do coro e alguns pormenores da caixa do órgão, esta última com intervenção de Carlos Amarante (Smith: 1973, p. 44).
Catarina Oliveira
DGPC, 2018
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
André Soares, arquitecto do MinhoSMITH, Robert C.Edição1973Lisboa
"Braga", Dicionário da Arte Barroca em PortugalPEREIRA, José FernandesEdição1989Lisboa
Manuel Fernandes da Silva mestre e arquitecto de Braga: 1693-1751ROCHA, Manuel Joaquim Moreira daEdição1996Braga
A igreja paroquial de São VicenteCOSTA, LuísEdição1991Braga
Estudos sobre o século XVIII em Braga: história e arteOLIVEIRA, Eduardo Pires deEdição1993Braga

IMAGENS

Igreja de São Vicente - Fachada principal

Igreja de São Vicente - Fachada principal: portal, cartelas e janelas laterais

Igreja de São Vicente - Torre sineira

Igreja de São Vicente - Fachada principal (DGEMN, 1977)

Igreja de São Vicente - Interior: nave e capela-mor (DGEMN, 1977)

Igreja de São Vicente - Interior: nave e coro-alto (DGEMN, 1977)

Igreja de São Vicente - Interior: painel de azulejo com cena da vida de São Vicente (DGEMN, 1977)

Igreja de São Vicente - Interior: painel de azulejos com cena da vida de São Vicente

Igreja de São Vicente - Interior: painel de azulejos com cena da Vida de São Vicente (DGEMN, 1977)

MAPA

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