Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Forte de São Miguel Arcanjo
Designação
DesignaçãoForte de São Miguel Arcanjo
Outras Designações / PesquisasFarol da Nazaré / Forte de São Miguel da Pedreneira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Forte
TipologiaForte
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Nazaré/Nazaré
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Promontório do Sítio da NazaréNazaré Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.604502-9.084887
DistritoLeiria
ConcelhoNazaré
FreguesiaNazaré
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978 (ver Decreto)
Edital de 9-09-1977 da CM da Nazaré
Edital de 11-05-1976 da CM da Nazaré
Despacho de homologação de 31-05-1973 do Secretário de Estado da Instrução e Cultura
Parecer de 4-05-1973 da 4.ª Subsecção da 2.ª secção da JNE a propor a classificação como IIP
Proposta de classificação de 19-02-1972 da DGAC
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736627
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Implantado sobre as escarpas do Sítio da Nazaré, a este do centro urbano desta vila piscatória, o Forte de São Miguel é uma interessante construção de arquitetura militar cuja planimetria foi delineada para se adaptar à topografia irregular do promontório sobre o qual assenta. Na verdade, a fortaleza parece ter sido truncada em relação ao tipo de fortificações abaluartadas que se erigiam na época, já que apresenta metade dos baluartes que habitualmente se encontram neste tipo de estruturas.
Para o lado da terra o conjunto fortificado ostenta dois meios baluartes centrados pela porta de armas, onde se rasga um portal de volta perfeita encimado por um relevo com a imagem de São Miguel Arcanjo, acompanhado pela legenda "El-Rei Dom Joao o Quarto - 1644". No interior abrigam-se oito dependências que correspondiam originalmente aos aquartelamentos, à casa do comandante e aos espaços de armazenamento, como o paiol.
A praça de armas, ao invés de se dispor como um pátio central, corresponde ao terraço no segundo piso, que se estende entre os baluartes. Do lado do mar, a fortificação apresenta uma linha de muralhas em estrela, integrando a oeste um farolim composto por lanterna vermelha, de oito metros de altura, com alcance de 14 milhas.
História
Foi no reinado de D. Sebastião que se determinou a edificação de uma fortificação no extremo do Promontório do Sítio, para assegurar a defesa da povoação piscatória da Nazaré dos ataques de pirataria. Não se conhece a planimetria ou a capacidade defensiva deste reduto primitivo; porém, podemos concluir que o sistema então edificado seria rudimentar e de pouca eficácia, já que cerca de 20 anos depois se dava início a uma nova construção no local.
De facto, cerca de 1589 o rei D. Filipe I terá incumbido Giovanni Vicenzo Casali de traçar a reforma da fortaleza. Em 1593 este arquiteto desenhou o mapa da Pederneira com a localização e a planta do forte, então não construído na totalidade, e dois anos depois era nomeado um capitão para a fortaleza, que estava já equipada com quatro peças de artilharia e um bombardeiro.
Em 1639 Mateus do Couto (o velho) desenharia um projeto de reestruturação do forte, que ficaria concluído em 1641. Apenas três anos depois D. João IV ordenava uma nova reforma estrutural, conforme atesta a inscrição sobre o portal da entrada. Foi depois deste período de obras quase consecutivas que o pequeno forte dedicado a São Miguel Arcanjo adquiriu a atual planimetria, tendo então uma capela dedicada ao patrono no seu perímetro interior, que foi posteriormente destruída.
A fortaleza continuou em funcionamento durante as duas centúrias que se seguiram. No início do século XIX o forte da Nazaré, que era a principal fortaleza abaluartada da costa marítima entre a Figueira da Foz e Peniche, teve um papel coadjuvante nas Invasões Francesas. Durante a primeira invasão dos exércitos napoleónicos, em 1807, a guarnição militar foi em defesa da cidade de Lisboa, deixando o baluarte defendido pela população local. No ano seguinte, os militares seriam destacados para Peniche e as tropas francesas ocuparam, então, a fortaleza; no entanto, seriam expulsos pelos populares poucos meses depois. Depois das Guerras Liberais seria desartilhado definitivamente, tornando-se posteriormente uma propriedade privada.
Depois da sua reaquisição pelo Estado em 1902, foi instalado dentro da fortaleza um farol, que começa a funcionar a partir do final do ano de 1903, mantendo-se ativo até ao presente.
Classificado em 1978 como de interesse público o Forte de São Miguel Arcanjo está desde 2018 convertido num núcleo museológico, sendo mundialmente conhecido pela sua imagem associada às célebres ondas gigantes da Nazaré.
Catarina Oliveira
DGPC, 2021
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
O Forte de S. Miguel Arcanjo. Monumento histórico-Militar do século XVIIMACHADO, João Luís SaavedraEdição2009Lisboa
Faróis de PortugalVILHENA, João FranciscoEdição1995Lisboa
Faróis de PortugalLOURO, Maria ReginaEdição1995Lisboa
O forte de São Miguel da Pedreneira, Nazaré: algumas achegas documentais inéditas (1692) [documento online]BILOU, FranciscoEdição

IMAGENS

Forte de São Miguel Arcanjo - Fachada principal (nascente)

Forte de São Miguel Arcanjo - Face lateral sul

Forte de São Miguel Arcanjo - Face lateral sul

MAPA

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