Casa dos Biscaínhos | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Casa dos Biscaínhos | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Museu dos Biscaínhos / Casa dos Biscainhos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Casa | ||||||||||||
Tipologia | Casa | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Braga/Braga/Braga (Maximinos, Sé e Cividade) | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Braga | ||||||||||||
Concelho | Braga | ||||||||||||
Freguesia | Braga (Maximinos, Sé e Cividade) | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 37 366, DG, I Série, n.º 70, de 5-04-1949 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12220649 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Edificada no século XVII, e ampliada na centúria seguinte, a Casa dos Biscaínhos manteve-se na posse da mesma família até 1963, ano em que foi vendida a um organismo público, que aí instalou o Museu, inaugurado a 11 de Fevereiro de 1978. A estrutura museológica tira partido das possibilidades do imóvel, permitindo, assim, a divulgação do quotidiano nobre do Norte do país, no período barroco. Expõem-se, essencialmente, artes decorativas, numa contextualização directa, "proporcionada pela organicidade original e a riqueza ornamental do Solar, criando uma sequência de Espaços sugestivos da habitabilidade de outrora: o Salão Nobre, o Gabinete-Biblioteca, as Salas do Estrado, do Oratório, de Música e de Jogo, a de Jantar, a Cavalariça, a Cozinha e os Jardins" (Museu dos Biscaínhos, RPM). De acordo com os estudos de Luís Costa, a edificação da Casa dos Biscaínhos ocorreu entre 1619 e 1685, e era destinada a casa de habitação do Dr. Constantino Ribeiro do Lago, "sobrinho do Beato Miguel de Carvalho, jesuíta mártir no Japão, e que está retratado na pintura do tecto do Salão Nobre" (COSTA, 1998, p. 24). Constantino Ribeiro foi uma das personalidades mais ilustres de Braga, tendo contraído matrimónio em 1665, já nesta casa, com Maria da Silva e Sousa (STOOP, 2000, p. 41). As obras foram terminadas pelo seu filho, em 1699, tendo este imposto as suas armas na fachada nordeste. Seria, contudo, Francisco Pereira da Silva, Deão da Sé de Braga, o impulsionador da grande reforma do edifício, contratando, para tal, em 1712, o arquitecto pedreiro Manuel Fernandes da Silva, responsável por tantas obras de grande envergadura na cidade (ROCHA, 1996, p. 168). Remontam a este período boa parte das campanhas decorativas que ainda hoje caracterizam os interiores deste solar, ainda que outros espaços, como os do ala sudoeste, denunciem um intimismo e um gosto já neoclássico. Na verdade, este edifício reflecte as várias intervenções arquitectónicas e decorativas de que foi objecto ao longo dos tempos. O plano concebido por Manuel Fernandes da Silva, e do qual foi executado um modelo em papelão (IDEM), interferiu nos edifícios pré-existentes, criando um solar formado por dois corpos unidos em ângulo recto, com duas entradas nobres. O portal de entrada permitia o acesso das antigas carruagens, e um dos átrios exibe escultóricas figuras de convite (lacaios, alabardeiros e guerreiros), a receber os visitantes. As duas fachadas são abertas por um conjunto bem ritmado de janelas e portas no piso térreo e janelas de sacada no andar nobre, cujas bases formam um imponente friso. Na ala mais longa, sobrepõem-se-lhe, ainda, um conjunto de janelas de recorte em sino, que deverão corresponder a um novo piso, posterior à obra de Manuel Fernandes da Silva (IDEM, p. 171). No interior, ganha especial importância o Salão Nobre, com o tecto pintado pelo pintor portuense Manuel Furtado de Mendonça, em 1724, ilustrando o martírio do tio do instituidor do vínculo dos Biscaínhos (OLIVEIRA, 1999, p. 183), e um rodapé de azulejos de temática campestre, atribuído ao mestre PMP (SIMÕES, 1979, p. 97). Na Sala de Jantar, o gosto é já neoclássico, bem visível na preferência pela decoração em estuque, com pinturas de tons claros, ou nos azulejos de linguagem idêntica. Os jardins do Solar, com muitos traços e elementos que recordam a linguagem de Manuel Fernandes da Silva (ROCHA, 1996, p. 171), articulam-se com a casa por meio de um eixo formado pelo portal principal, corredor e jardim, "onde um agradável chafariz serve de ponto de fuga" (IDEM). Desenvolvidos em declives, constituem uma espécie de prolongamento da casa. O primeiro é preenchido por bancos e lagos, constituindo um jardim-espectáculo, enquanto o segundo nível é, claramente, um espaço barroco, muito bem definido com os seus buxos, tanques, esculturas, canteiros de flores, e ainda pelas casas de fresco, remontando a sua construção à segunda metade do século XVIII. (Rosário Carvalho) | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Igreja e Convento do Pópulo | ||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 18 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Solares Portugueses | AZEVEDO, Carlos de | Edição | 1988 | Lisboa | |
Braga - percursos e memória de granito e oiro | OLIVEIRA, Eduardo Pires de | Edição | 1999 | Porto | |
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem) | SEQUEIRA, Gustavo de Matos | Edição | 1900 | Porto | |
Azulejaria em Portugal no século XVIII | SIMÕES, J. M. dos Santos | Edição | 1979 | Lisboa | |
Manuel Fernandes da Silva mestre e arquitecto de Braga: 1693-1751 | ROCHA, Manuel Joaquim Moreira da | Edição | 1996 | Braga | |
Braga - roteiro histórico e monumental | COSTA, Luís | Edição | 1998 | Braga | |
Cozinhas. Espaço e Arquitectura | PEREIRA, Ana Marques | Edição | 2006 | Lisboa | |
The art of Portugal 1500-1800 | Obra | ||||
Palácios e casas senhoriais do Minho | Obra |
Casa dos Biscaínhos - Vista geral das duas fachadas
Casa dos Biscaínhos - Fachada maior: vista geral
Casa dos Biscaínhos - Ângulo formado pelas duas fachadas
Casa dos Biscaínhos - Fachada menor: vista geral
Casa dos Biscaínhos - Fachada maior: vista parcial das janelas
Casa dos Biscaínhos - Vista geral das fachadas (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Fachada lateral que deita para o bosque (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Fachada do lado do jardim (fachada posterior) (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Interior: pátio de entrada (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Interior: sala com paineis de azulejos e teto de madeira com pinturas alusivas ao martírio do apóstolo Beato Miguel de Carvalho no Oriente (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Jardim: fonte e portões (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Jardim: jardim formal com fonte central (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Jardim: recanto com uma das 4 taças laterais (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Jardim: casa de fresco e muro circundante da propriedade (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Vista parcial da fachada maior e sua inserção na malha urbana (DGEMN)
Casa dos Biscaínhos - Fachada maior: vista parcial
Casa dos Biscaínhos - Vista geral das duas fachadas
Casa dos Biscaínhos - Fachada menor: vista parcial
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