Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Eulália, paroquial de Tenões
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Eulália, paroquial de Tenões
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Tenões / Igreja de Santa Eulália (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Braga/Nogueiró e Tenões
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Tenões Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.557747-8.385844
DistritoBraga
ConcelhoBraga
FreguesiaNogueiró e Tenões
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 47 984, DG, I Série, n.º 233, de 6-10-1967 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santa Eulália de Tenões (ou Telões, como também aparece na documentação medieval) é um dos mais adulterados templos tardo-românicos nacionais. A sua configuração geral aponta para que a construção se tenha dado já depois do momento de maior fulgor desta freguesia - o século XIII (altura em que este território era perfeitamente autónomo da vizinha Braga) -, como o prova a modéstia do produto final, denunciando já as formas góticas do século XIV nortenho.
Tenões é, assim, uma daquelas freguesias medievais amplamente documentadas, que reforçou o estatuto do Entre-Douro-e-Minho como a mais densamente povoada região dos primeiros tempos do reino português. A primeira referência documental conhecida data ainda da primeira metade do século XI (1043) e as alusões posteriores, até às Inquirições de 1220, não deixam dúvidas sobre a importância da freguesia no contexto regional, em que a proximidade de Braga certamente funcionou como um claro factor de desenvolvimento.
A origem da igreja de Santa Eulália deve buscar-se nesse passado undecentista, altura em que a condessa Ilduara Mendes aqui detinha uma uilla, ao que tudo indica bastante grande. No entanto, o culto a Santa Eulália é dos mais antigos na península e um dos que mais vincadamente se relaciona com a liturgia hispânica, pelo que é de prever que tenha existido um templo anterior, mesmo, ao século XI.
A pequena igreja que, na actualidade, subsiste, nada tem que ver com os tempos condais. Pelo contrário, a sua datação reflecte um período de transição artística entre o Românico e o Gótico, com especial impacto nas zonas rurais e de mais fracos recursos. Por todo o país Norte e Interior, nesses séculos XIII e XIV, proliferou a edificação de igrejas modestas, de planta esquemática com dois espaços (nave e capela-mor), destituídas de rasgos arquitectónicos e decorativos, e só remotamente catalogadas como "românicas" pelo seu aspecto rude e atarracado.
A igreja de Tenões integra-se nesta corrente e corresponde já a um período de viragem na história da própria freguesia que, depois de um relativo apogeu, começou a gravitar fatalmente na órbita de Braga e da sua Sé. A planta é simples, compondo-se da justaposição da nave rectangular com a capela-mor, esta igualmente rectangular, mas mais baixa e de menor largura que a nave. O portal principal reforça esta simplicidade. De arco já quebrado, com uma única arquivolta, é sobrepujado por um friso decorado interiormente por bolas - claro elemento gótico que marca alguma da mais importante decoração nortenha realizada em granito, como encontramos nos conventos mendicantes do Porto e de Guimarães, entre outras obras - e não possui colunas ou capitéis. O tímpano é também bastante modesto, ostentando, ao centro, uma cruz de sagração, longínquo eco das cruzes vazadas que tão bem caracterizam o Românico de irradiação bracarense dos séculos XII e XIII.
Algumas campanhas reformuladoras passaram por este templo, mas nenhuma delas foi dotada de recursos económicos e estéticos suficientes para alterar a feição geral exterior da construção. Na época moderna, provavelmente no século XVIII, acrescentou-se a sacristia e reformulou-se o arco triunfal, certamente para "abrir" o diminuto espaço interior do templo. Na mesma época, alteraram-se outros aspectos, como a fachada principal, que recebeu dois fogaréus nas extremidades da empena. Décadas depois, já sob o signo do neo-gótico oitocentista, realizou-se um novo retábulo-mor e diversos elementos de mobiliário litúrgico, que são ainda os principais conjuntos do interior.
Os últimos anos foram particularmente atribulados, em matéria de obras. Em 2002, a Comissão Fabriqueira da igreja patrocinou um discutido restauro, que levou à substituição do pavimento e ao enchimento com cimento, entre outros trabalhos, campanha que mereceu o embargo por parte do IPPAR.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPSantuário do Bom Jesus do Monte
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias1

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Inventário de sítios e achados arqueológicos do concelho de Braga", Mínia, 3ª sér., nº1, pp.31-88FONTES, Luís Fernando de OliveiraEdição1993Braga

IMAGENS

Igreja de Santa Eulália, paroquial de Tenões - Fachada principal

Igreja de Santa Eulália, paroquial de Tenões - Fachada principal (DGEMN, 1963)

Igreja de Santa Eulália, paroquial de Tenões - Fachada lateral: pormenor da cachorrada (DGEMN, 1963)

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt