Capela de Nossa Senhora do Miléu | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Capela de Nossa Senhora do Miléu | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela de Nossa Senhora do Mileu / Santuário de Nossa Senhora do Mileu (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Capela | ||||||||||||
Tipologia | Capela | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Guarda/Guarda/Guarda | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Guarda | ||||||||||||
Concelho | Guarda | ||||||||||||
Freguesia | Guarda | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 37 728, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1950 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 12-09-1972, publicada no DG, II Série, n.º 221, de 21-09-1972 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria de 12-09-1972, publicada no DG, II Série, n.º 221, de 21-09-1972 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12700426 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A pequena capela medieval da Póvoa do Mileu é um dos monumentos que melhor ajudam a caracterizar o que foi a arte tardo-românica portuguesa nas zonas mais interiores do país. A sua construção deu-se no século XIII, após a transferência da sede diocesena egitanense para a Guarda, efectuada por D. Sancho I, mas as obras levaram ainda algum tempo a ser concluídas, facto que arrastou o estaleiro para as décadas finais desse mesmo século (GRAF, 1986, vol. 1, p.94). A ocupação do local onde o Românco levantou esta capela está documentada desde a época romana, período em que aqui se implantou uma uilla, dotada de um templo onde apareceram fragmentos de estátuas imperiais (RODRIGUES, 1984, 3ªed., p.54). As informações e os vestígios materiais que depois possuimos acerca da continuidade ocupacional pelos séculos da Alta Idade Média não permitem assegurar essa ininterrupção, não obstante as lendas propagadas por Frei Agostinho de Santa Maria, em inícios do século XVIII, fazerem recuar a origem da capela ao início do cristianismo e o próprio termo "Mileu" a um suposto milagre ocorrido aquando da tentativa de assalto do templo por parte de soldados muçulmanos. Gerhard Graf refere-se a uma provável construção do reinado de Chindasvinto, na segunda metade do século VII (GRAF, 1986, vol. I, p.94), mas, até ao momento, tal informação não está arqueologicamente confirmada. O carácter modesto desta construção e a inexistência de referências documentais precisas sobre a sua construção estão na origem de alguns equívocos com que o templo foi entendido. Adriano Vasco Rodrigues, por exemplo, viu na sua arquitectura e escultura duas fases construtivas, a primeira datada do século XI e visível nas partes baixas da capela, e a segunda já do século XIII, da transição para o Gótico, atestada pelo perfil apontado do arco triunfal e pela rosácea da fachada principal (RODRIGUES, 1984, 3ªed., p.55). Hoje entendemos esta pequena capela como um produto do Românico tardio e periférico, em que a escultura tende a simplificar-se ou mesmo a desaparecer (REAL, 1986, p.71) e a estrutura é modesta, resistindo deliberadamente à introdução dos esquemas góticos mais ambiciosos (PEREIRA, 1995, p.37). De facto, a opção por uma planta longitudinal composta apenas por dois rectângulos, o da nave e o da capela-mor, é uma característica das mais pequenas igrejas rurais dos séculos XIII e XIV, ideia reforçada pela deficiente estruturação dos muros e sua respectiva intersecção. A escultura limita-se aos capitéis do arco triunfal, cujos temas retomam o formulário românico, como o capitel onde se esculpiram duas aves afrontadas em torno da árvore da vida. O trabalho escultórico é, em todo o caso, rude, estilizado e com grandes espaços por preencher. Na sua singeleza e modéstia, a Capela da Póvoa do Mileu integra o capítulo final da arte românica, ao mesmo tempo que é um dos templos que prova como a hibridez de soluções românicas e góticas foi uma realidade para a arquitectura do século XIII, nas regiões mais periféricas do reino. Aqui conjuga-se a sobriedade e robustez dos muros românicos com o arco triunfal apontado que permite uma melhor visibilidade da capela-mor; a temática românica dos seus capitéis com a tentativa de melhor iluminar o espaço, através de uma ampla rosácea sobre o portal principal. Até que ponto pode ser considerada uma capela de resistência românica ou um templo que revela algumas das principais características do Gótico, mal assimiladas por um mestre habituado a construir em românico? Dentro desta larga questão encontra-se um importante grupo de construções ditas de transição, na Beira Interior, no Alto Alentejo, em Trás-os-Montes mas, também, no próprio Entre-Douro-e-Minho e até na Estremadura, como a complexa capela do Salvador do Mundo de Sobral de Monte Agraço tão bem testemunha. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 7 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 11 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
Santuário Mariano | SANTA MARIA, Frei Agostinho de | Edição | 1933 | Lisboa | Primeira edição 1707 - 1723, Off. António Pedrozo Galvão |
Portugal roman, vol. I | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
"La sculpture figurative dans l'art roman du Portugal", Portugal roman, vol. I, pp.33-75 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1986 | ||
"Estação arqueológica de Póvoa de Mileu (Guarda)". Estudo, recuperação e valorização de património em espaço urbano", V Jornadas Arqueológicas, Lisboa, 1994, pp.145-159 | CORTE-REAL, Artur Manuel de Castro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"Estação arqueológica de Póvoa de Mileu (Guarda)". Estudo, recuperação e valorização de património em espaço urbano", V Jornadas Arqueológicas, Lisboa, 1994, pp.145-159 | ABRUNHOSA, Maria José | Edição | 1994 | Lisboa | |
Guarda | PEREIRA, José Fernandes | Edição | 1995 | Lisboa | |
Diocese e districto da Guarda : serie d'apontamentos históricos... | CASTRO, José Osório da Gama e | Edição | 1902 | Porto | |
As origens da cidade da Guarda | AGUIAR, Carlos Alexandre | Edição | 1942 | ||
História da Diocese da Guarda | GOMES, José Pinharanda | Edição | 1981 | Braga | |
Monografia artística da Guarda | RODRIGUES, Adriano Vasco | Edição | 1984 | Guarda | 3ª edição |
A serra da Estrêla e as suas beiras | SIMÕES, Viriato | Edição | 1979 | Lisboa |
Capela de Nossa Senhora do Miléu - Fachada principal
Capela de Nossa Senhora do Miléu - Fachada lateral sul e corpo da capela-mor
Capela de Nossa Senhora do Miléu - Fachada lateral norte: cachorrada da capela-mor
Capela de Nossa Senhora do Miléu - Fachada lateral norte: cachorrada da capela-mor
Capela de Nossa Senhora do Miléu - Interior: capitel do arco triunfal
Capela de Nossa Senhora do Miléu - Interior: capitel do arco triunfal
Capela de Nossa Senhora do Miléu - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 221, de 21-09-1972 - Texto e planta do diploma