Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Nossa Senhora da Ajuda
Designação
DesignaçãoIgreja de Nossa Senhora da Ajuda
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche / Igreja de Nossa Senhora da Ajuda (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Peniche/Peniche
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da AjudaPeniche Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.365076-9.378104
DistritoLeiria
ConcelhoPeniche
FreguesiaPeniche
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45 327, DG, I Série, n.º 251, de 25-10-1963 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConstitui, juntamente com a igreja de Nossa Senhora da Conceição e com a igreja de Nossa Senhora dos Remédios, um dos interiores barrocos mais interessantes de Peniche, que se inscreve nos modelos nacionais de igrejas revestidas por painéis de azulejo, articulados com a talha dourada e com a pintura de tectos, definindo uma obra de arte total, onde todos os elementos convergem para um discurso iconográfico comum. No caso da igreja de Nossa Senhora da Ajuda, exalta-se a Virgem e as invocações da três irmandades aí sediadas - Nossa Senhora da Ajuda, São Pero Gonçalves Telmo e Santíssimo Sacramento.
Não se conhece, ao certo, a data de edificação da igreja, mas esta existia já em 1505, ano em que se instituiu a irmandade de São Pero Gonçalves Telmo (CALADO,1962,p.269). Na porta principal, bipartida pelas bases das pilastras, encontra-se a data de 1569, que corresponde a uma intervenção posterior à primitiva campanha de obras. Na centúria de Seiscentos assistiu-se a uma remodelação do interior do templo, então revestido por azulejos de padrão, de que hoje restam os da capela-mor (os da nave foram vendidos para financiar as obras setecentistas). Nesta campanha integra-se, ainda, o tecto de caixotões da capela-mor, atribuído a Baltazar Gomes Figueira, e o retábulo-mor, de cerca de 1680-90, dourado entre 1706-1707 (GONÇALVES,1982,p.9).
O templo que hoje conhecemos é, no entanto, o resultado da grande intervenção que começou a ser delineada em 1716, tendo sido aprovada a 2 de Fevereiro do ano seguinte, aquando da eleição dos novos mesários. Este plano, bastante ambicioso, foi custeado pelas irmandades e pelas esmolas dos fiéis, tendo incidido, sobretudo, no interior, cujo aparato cenográfico contrasta vivamente com o exterior da igreja, numa arquitectura chã, de grande depuração.
A nave conheceu, nesta época, um aumento significativo, por forma a comportar o coro alto, tornando-a muito comprida e, de alguma forma, desproporcionada. As estruturas estariam concluídas até 1719, prosseguindo os trabalhos, sob a orientação do mestre de pedraria João Mateus, com a intervenção nas capelas laterais, que deveriam ficar iguais (IDEM,pp.12-13). Ainda nesse ano de 1719, foi pintado o tecto da nave pelo mesmo autor que executou o da igreja de Nossa Senhora da Conceição, e que, pela proximidade com outros trabalhos na região, tem vindo a ser identificado como o pintor Pedro Peixoto (IDEM,p.40). Os grotescos, com as quatro virtudes aos cantos, enquadram o tema central da Morte da Virgem, aludindo à invocação de Nossa Senhora da Ajuda, enquanto que a veneração da Eucaristia, na parede de remate da nave, evoca a irmandade do Santíssimo Sacramento (este último já de 1727).
As despesas com a obra do azulejo remontam aos anos de 1723-24, referindo uma visitação que, neste último ano, já a igreja se encontrava muito bem azulejada (IDEM,p.13). Os painéis, que revestem a totalidade dos panos murários do templo, ilustram episódios da vida da Virgem, com representações do Cântico dos Cânticos no sub-coro, e rodapés com cenas de caça e pastorícia. De acordo com Flávio Gonçalves, que se afasta da cronologia e propostas de atribuição de Santos Simões (1979,p.171), este conjunto foi executado a duas mãos, devendo-se os rodapés, mais eruditos e delicados, e os painéis do subcoro, a Teotónio dos Santos.
A pintura do sub-coro e arco triunfal data de 1727, enquanto a talha do púlpito e arco triunfal remonta a 1726, e as dos restantes altares a 1729. Os trabalhos prosseguiram, ainda, com o baptistério, em 1734-35, e com o revestimento azulejar da sacristia, entre 1736-37.
A semelhança entre este interior e o da igreja de Nossa Senhora da Conceição, tendo pelo menos um artista trabalhado em ambas as obras, é bem revelador do contacto e da mútua influência exercida. Embora não haja certezas quanto à igreja mas antiga, cremos que ambas deverão ter sido contemporâneas, podendo ser apenas ligeiramente anterior a da Conceição (GONÇALVES,1983,p.246).
(RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias11

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1971Lisboa
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa deEdição1990Lisboa
Santuário MarianoSANTA MARIA, Frei Agostinho deEdição1933LisboaPrimeira edição 1707 - 1723, Off. António Pedrozo Galvão
"As obras setecentistas da igreja de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche e o seu enquadramento na arte portuguesa da primeira metade do século XVIII", Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, pp. 5-53GONÇALVES, FlávioEdição1982Lisboa, n.º 88 e 89, Lisboa, 1982 e 1983
O Azulejo em PortugalMECO, JoséEdição1989Lisboa
Inventário Artístico de Portugal, vol. V (Distrito de Leiria)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1955Lisboa
O Azulejo em PortugalSANTOS, Reinaldo dosEdição1957Lisboa
Peniche na história e na lendaCALADO, MarianoEdição1991Peniche
"As obras setecentistas da igreja de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche e o seu enquadramento na arte portuguesa da primeira metade do século XVIII (conclusão)", Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, pp. 245-269GONÇALVES, FlávioEdição1983Lisboa
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...FERREIRA, Pedro AugustoEdição1990Lisboa
Belchior de Matos, 1595-1628. Pintor das Caldas da RainhaEdição1981Caldas da RainhaMuseu de José Malhoa

IMAGENS

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt