Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Chafariz da Rua Nova
Designação
DesignaçãoChafariz da Rua Nova
Outras Designações / PesquisasChafariz da Rua Nova (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Chafariz
TipologiaChafariz
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Caldas da Rainha/Caldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo de D. Manuel ICaldas da Rainha Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.402852-9.132117
DistritoLeiria
ConcelhoCaldas da Rainha
FreguesiaCaldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaParte integrante do conjunto dos três chafarizes edificados entre 1748 e 1751, no âmbito do plano de abastecimento de água às Caldas da Rainha, o Chafariz da Rua Nova é, de acordo com a leitura iconográfica subjacente, o segundo da série. Na verdade, as bicas dos chafarizes são uma alusão às sete filhas de Atlas e da oceânide Plêione (as oceânides eram divindades femininas personificadas por fontes, riachos, cursos de água, que descendiam de Oceano), encontrando-se em cada um dos espaldares uma inscrição, em latim, indicando qual a plêiade correspondente ao chafariz. No caso do da Rua Nova, a fita esculpida sobre a bica refere: pleiadum que secunda, ou seja, esta é a segunda plêiade.
A água foi um elemento indissociável da denominada "festa barroca", e os chafarizes, fontes e cascatas equipamentos privilegiados para a encenação de complexos jogos de água, onde a iconografia predominante tinha por inspiração a mitologia da Antiguidade Clássica. As Caldas da Rainha são um exemplo da utilização desta temática, muito embora, neste caso, a função dos chafarizes seja essencialmente utilitária. Eles marcam o final de uma conduta de abastecimento, que transporta a água para junto da população, numa tentativa de colmatar o problema da falta de água nas cidades. Esta questão, que sempre se fez sentir, ganhou uma dimensão particular nos séculos XVII e XVIII, em função do crescimento urbano, das melhorias técnicas, que permitiram ensaiar soluções novas e mais eficazes, e também pela influência do pensamento iluminista, que advogava a "felicidade dos povos" (ROSSA, 1989, p. 115).
Em Portugal, são vários os exemplos de novos planos de abastecimento de águas ocorridos no reinado de D. João V, quer por sua própria iniciativa, quer pela de outras individualidades, muitas vezes ligadas à igreja, como foi o caso, entre outros, de D. Tomás de Almeida, em Santo Antão do Tojal, ou do Arcebispo D. José de Bragança, em Braga. A presença assídua de D. João V nas Caldas da Rainha entre 1742 e 1748, terá, com certeza, influenciado muitas das obras que então se fizeram, e a edificação do aqueduto, da responsabilidade de Manuel da Maia e Eugénio dos Santos integra-se num projecto de abastecimento de água à vila mais vasto, que incluía ainda os chafarizes, estes com nascentes localizadas nas zonas altas - Mata, Rua dos Loureiros, Quinta de Santo Isidro, Estrada dos Calços, e Beco d Cupido (MANGORRINHA, 1993, p. 144)
Os três chafarizes, cujos espaldares exibem a data de 1749, foram concluídos em 1751 (IDEM, p. 144), tendo sido implantados nos locais de maior concentração populacional: "o velho bairro que se desenvolvera junto a rua Nova, o Rossio e o cabo da Vila" (SERRA, 1991, p. 40).
Situado num amplo largo, delimitado por muro ao qual se adossa, o chafariz da Rua Nova apresenta espaldar rectilíneo, moldurado, com uma bica em forma de estrela, sobre a qual se desenrola a fita com a já referida inscrição em latim. Termina no entablamento, ao qual falta o frontão, entretanto desaparecido. A bacia oval, deverá ser posterior, resultando, muito possivelmente, de um restauro, uma vez que a base ostenta a data de 1910. Ladeia o conjunto, um banco de pedra e dois tanques, estes últimos destinados à lavagem de roupa e a bebedouro para os animais.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPHospital e Parque Termal das Caldas da RainhaIgreja matriz das Caldas da Rainha
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"CHAFARIZ", Dicionário da Arte Barroca em PortugalROSSA, WalterEdição1989Lisboa
Memórias das Caldas da Rainha 1484-1884CARVALHO, Augusto da SilvaEdição1932Lisboa
"Arquitectura caldense no século XVIII", Terra de Águas - Caldas da Rainha História e Cultura, p. 137-152MANGORRINHA, JorgeEdição1993Caldas da Rainha
Introdução à História das Caldas da RainhaSERRA, JoãoEdição1991Caldas da RainhaPublicado a 1995

IMAGENS

Chafariz da Rua Nova - Vista geral

Chafariz da Rua Nova - Bica de água

Chafariz da Rua Nova - Espaldar e tanque (epígrafe com a data de 1749)

Chafariz da Rua Nova - Vista geral de norte

Chafariz da Rua Nova - Enquadramento geral de poente, a partir do Largo do Hospital Termal

Chafariz da Rua Nova - Face principal (poente)

Chafariz da Rua Nova - Face principal: espaldar com bica (a segunda Plêiade)

Chafariz da Rua Nova - Enquadramento geral da praça a poente

Chafariz da Rua Nova - Face principal: pormenor do desgaste do espaldar

Chafariz da Rua Nova - Vista geral de poente

Chafariz da Rua Nova - Vista geral de sul (ao fundo o Hospital Termal)

MAPA

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