Igreja da Misericórdia de Abrantes, incluindo seis tábuas de pinturas quinhentista e demais recheio | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja da Misericórdia de Abrantes, incluindo seis tábuas de pinturas quinhentista e demais recheio | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Edifício, Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes / Lar-Hospital D. Leonor Paler Carrera de Viega (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Santarém/Abrantes/Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Santarém | ||||||||||||
Concelho | Abrantes | ||||||||||||
Freguesia | Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Integrado em conjunto com protecção legal | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Não aplicável | ||||||||||||
Cronologia | (ver ficha 75042, "Igreja da Misericórdia de Abrantes, pátio do Definitório, Casa do Despacho e claustro anexo, incluindo o património imóvel ntegrado" - fusão e ampliação das 3 classificações anteriores) Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto) Edital de 2-01-1976 da CM de Abrantes Despacho de homologação de 18-03-1975 do Secretário de Estado da Cultura e Educação Permanente Parecer favorável de 7-03-1975 da 4.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE Proposta do delegado da JNE no concelho para a classificação como IIP | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 22051577 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Ainda que se pense ter sido fundada no ano de 1504 (GOODOLPHIN, 1897; CORREIA, 1944, p. 582), a Misericórdia de Abrantes surge referenciada na documentação apenas em 1516, o que comprova a existência da instituição, com certeza, nesse ano. O hospital teve origem no celeiro real existente na cidade, que foi doado por D. João III a D. Lopo de Almeida, em 1483, para esse fim, estando concluída a sua construção no ano de 1488. Foi anexado à Misericórdia em 21 de Março de 1532, através de um alvará de D. Fernando, então Senhor de Abrantes (SOARES DE SOUSA, 1966, p. 64). Esta reordenação administrativa integrou-se num programa mais vasto de centralização régia da beneficência pública e de uniformização da assistência, que se verificou um pouco por todo o país desde a segunda metade do século XV (CAETANO, 1995, pp. 14-51). A arquitectura e decoração dos edifícios que albergariam as referidas instituições, revestia-se da maior importância, e Abrantes não foi, com certeza, uma excepção (CAETANO, 1995, pp. 14-51). A crer num códice do século XVIII, em 1529, o Infante D. Luís havia cedido a Igreja de S. Julião à Irmandade, porque esta permanecia nas casas do hospital. No entanto, "(...) foram-se deixando ficar na mesma Casa do Hospital e junto dela fundaram a Igreja, que tudo se foi ampliando e é nobre desta vila" (SOARES DE SOUSA, 1966, p. 70). Trata-se, portanto, da igreja que hoje conhecemos, cuja construção deveria ter ocorrido entre os anos de 1529 e 1548. Esta última data encontra-se inscrita numa das cartelas do portal lateral, com a indicação "Gaspar Dinis a fez". Todavia, todo o conjunto foi alvo da actualização estética barroca, responsável por alterações essencialmente decorativas. A igreja, de características maneiristas, desenvolve-se em planta rectangular, de nave única. O Cartório e a Sala do Definitório sobrepõem-se a uma das sacristias. Os edifícios que corresponderiam ao antigo hospital encontram-se adossados à fachada lateral direita do templo, definindo o claustro. A fachada principal é rematada por um frontão triangular, e o pórtico, de linhas rectas, é encimado por uma janela. Destaca-se o alçado lateral, seccionado por pilastras, com um portal de volta perfeita, de linguagem quinhentista, onde se exibe a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, num medalhão central. No interior, muito modificado na época barroca, sobressaem as pinturas que formavam o antigo retábulo quinhentista, atribuído ao denominado Mestre de Abrantes, e que foi substituído pelo actual, barroco, em 1728 (SERRÃO, 1992, p. 158). Estas tábuas, que actualmente podem ser observadas nas paredes da nave, representam diferentes episódios da vida da Virgem e de Cristo, tendo sido executadas em meados do século XVI por um pintor, cuja linguagem pictórica, inquieta e de coloração fria, se aproxima fortemente da obra do pintor régio Gregório Lopes. O retábulo barroco, de estilo nacional, é muito semelhante às molduras das referidas pinturas, encaixilhadas nesta mesma época. O silhar de azulejos remonta já ao século XIX. Salienta-se, ainda, o púlpito de meados do século XVI, os altares laterais com telas do século XVII, do pintor abrantino Manuel Henriques, e o coro alto que comporta o órgão, de armário. Actualmente, a igreja encontra-se na dependência da Santa Casa, funcionando no antigo hospital um Centro de Dia e de Apoio Domiciliário. (Rosário Carvalho) | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Conjunto constituído pelo pequeno claustro, incluindo a cisterna com a ferragem, a fachada do Definitório da Misericórdia e a sacristia onde está o lavaboIgreja de São João BaptistaSala do Definitório da Misericórdia de Abrantes | ||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 6 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Mestre de Abrantes", No Tempo das Feitorias - A Arte Portuguesa na Época dos Descobrimentos | SERRÃO, Vítor | Edição | 1992 | Lisboa | |
"A pintura maneirista em Portugal: das brandas «maneiras» ao reforço da propaganda", História da Arte Portuguesa, vol.II | SERRÃO, Vítor | Edição | 1995 | Lisboa | |
"A pintura num período de transição", História da Arte em Portugal | MARKL, Dagoberto | Edição | 1986 | Lisboa | |
"O Calvário da Misericórdia de Abrantes", Boletim da Academia Nacional de Belas Artes | SANTOS, Reinaldo dos | Edição | 1940 | Lisboa | |
"A pintura num período de transição", História da Arte em Portugal | PEREIRA, Fernando António Baptista | Edição | 1986 | Lisboa | |
O que Janus Via - Rumos e Cenários da Pintura Portuguesa (1535-1570) | CAETANO, Joaquim Oliveira | Edição | 1996 | Dissertação de Mestrado (polic.), F.C.S.H.U.N.L., | |
Ilhas de Zargo | PEREIRA, Eduardo C. N. | Edição | 1968 | Funchal | |
Gregório Lopes | SANTOS, Luís Reis | Edição | 1954 | ||
A Santa Casa da Misericórdia de Abrantes nos séculos XVI e XVII, Dissertação de Licenciatura FLUC | SOUSA, António Soares de | Edição | 1996 | Coimbra |
Igreja da Misericórdia de Abrantes - Vista geral (fachadas lateral esquerda e principal)
Igreja da Misericórdia de Abrantes - Fachada lateral: portal rematado com medalhão representando Nossa Senhora da Misericórdia
Igreja da Misericórdia de Abrantes - Fachada posterior: corpo da capela-mor (cabeceira)
Igreja da Misericórdia de Abrantes - Interior: nave e capela-mor
Igreja da Misericórdia de Abrantes - Interior: retábulo-mor
Igreja da Misericórdia de Abrantes - Interior: retábulo colateral do lado da Epístola dedicado à Natividade
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