Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Fortaleza de Abrantes
Designação
DesignaçãoFortaleza de Abrantes
Outras Designações / PesquisasCastelo de Abrantes / Fortaleza de Abrantes (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Fortaleza
TipologiaFortaleza
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Abrantes/Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Parada General Abel HipólitoAbrantes Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.464197-8.19498
DistritoSantarém
ConcelhoAbrantes
FreguesiaAbrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 41 191, DG, I Série, n.º 162, de 18-07-1957 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736327
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDesconhecem-se, ainda, as origens do castelo de Abrantes e, consequentemente, a génese do povoamento da localidade. A maioria dos autores aponta para a existência de um castro pré-romano, logo conquistado pelas tropas imperiais e sucessivamente ocupado por Visigodos e Árabes (MORATO, 1860, ed. 1981, p.43). A verdade, contudo, parece ser bem diferente, uma vez que, como deixou expresso Eduardo Campos, o curso médio do Tejo não possui, verdadeiramente, qualquer organização ligada aos principais poderes peninsulares até ao século XII (CAMPOS, 1984, p.6).
A elevação de Abrantes a localidade-referência nesta parcela do território terá de se buscar aos primeiros anos do reino de Portugal e à necessidade de defesa da linha do Tejo. Na mesma altura em que os Templários dotavam o curso médio do maior rio peninsular de uma linha defensiva sem precedentes no panorama da arquitectura militar medieval portuguesa, D. Afonso Henriques passava carta de foral a Abrantes, instrumento régio que visou, acima de tudo, "atrair colonos para uma região despovoada" (CAMPOS, 1984, p.9) ou, diríamos, nós, desprovida de uma estrutura populacional-administrativa centralizadora.
O castelo que ainda hoje coroa a vila de Abrantes deve ter tido a sua primeira fase construtiva pela segunda metade desse século XII. Ainda que desconheçamos, por completo, a sua fisionomia, é possível que a influência templária se tivesse feito sentir e que o modelo adoptado se caracterizasse já por um esquema plenamente românico. Pelo final do século, a fortaleza devia ser já relevante, uma vez que foi um dos locais de assédio das tropas almóadas, no contra-ataque islâmico que obrigou ao recuo da fronteira portuguesa no reinado de D. Sancho I.
No século XIII, o castelo foi objecto de muitas reformas, que culminaram na materialização de uma fortaleza gótica. Com obras documentadas no reinado de D. Afonso III, foi no tempo de seu filho, D. Dinis, que ocorreram as mais importantes alterações. Este monarca doou a vila a sua mulher, D. Isabel de Aragão, passando a integrar o vasto património das rainhas portuguesas. Paralelamente, actualizou a fortificação, patrocinando a construção da torre de menagem e de grande parte da cerca do castelo.
A torre é, ainda, o elemento que melhor documenta esta fase. De planta quadrangular, de rigorosa simetria, elevava-se originalmente em três pisos, mas os dois superiores ruíram no terremoto de 1531 (MORATO, 1860, ed. 1981, p.59). Ela encontra-se bastante adulterada por obras efectuadas no século XIX, mas possui uma característica que não é frequentemente na arquitectura militar gótica: implanta-se no centro do recinto fortificado (à maneira românica) e não se adossa a qualquer das portas ou dos torreões. Este facto poderá ter-se ficado a dever à reutilização de uma anterior estrutura, pré-existente à reforma dionisina, mas sem uma escavação arqueológica, nada se poderá saber ao certo.
No século XV, no mesmo impulso que levou a grande nobreza a transformar antigos castelos em paços senhoriais, a secção ocidental das muralhas do castelo foi aproveitada para albergar o palácio dos condes de Abrantes, edificado na década de 30 por Diogo Fernandes de Almeida, alcaide-mor da vila. Este paço foi substancialmente transformado no século XVIII, por vontade do 1º marquês de Abrantes, D. Rodrigo Anes de Meneses. Infelizmente, dessa construção barroca restam apenas as ruínas, mas é ainda possível perceber que se tratava de um conjunto de grande impacto cenográfico, elevando-se acima das muralhas e compondo-se por uma longa arcaria simétrica de 11 vãos, ladeada por duas torres igualmente simétricas.
No século XIX, a transformação da praça abrantina em Presídio Militar determinou a radical adulteração das suas estruturas. Novas obras tiveram lugar nos meados do século XX, de que se destaca a reconstrução parcial da torre de menagem, mas só em 2002 se reuniram condições para o avanço de um projecto global de intervenção e de valorização.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPIgreja de Santa Maria do Castelo
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
Inventário Artístico de Portugal, Distrito de SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1949LisboaLocal de Edição - Lisboa Publicado a 1949 Data do Editor : 1949
Memória Histórica da Notável Vila de AbrantesMORATO, António ManuelEdição2002Abrantes
Abrantes a vila e seu termo no tempo dos Filipes (1580-1640)SILVA, Joaquim CandeiasEdição2000Lisboa
Notas históricas sobre a fundação de AbrantesCAMPOS, EduardoEdição1984Abrantes
Abrantes medieval (1300-1500) séculos XIV-XVVILAR, Hermínia VasconcelosEdição1988Abrantes
O concelho de AbrantesMACHADO, Carlos de SousaEdição1952Lisboa
O concelho de AbrantesFERRINHO, João da CostaEdição1952Lisboa

IMAGENS

Fortaleza de Abrantes - Antigo Palácio dos Marqueses de Abrantes vista a partir de Oeste

Fortaleza de Abrantes - Pano NO da muralha do castelo

Fortaleza de Abrantes - Interior do recinto: uma das portas do Castelo (1996)

MAPA

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