Arca tumular românica da igreja paroquial de Mouçós | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Arca tumular românica da igreja paroquial de Mouçós | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Arca tumular românica anexa à Igreja do Salvador, paroquial de Mouçós / Igreja Paroquial de Mouçós / Igreja de São Salvador (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Túmulo | ||||||||||||
Tipologia | Túmulo | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Vila Real/Vila Real/Mouçós e Lamares | ||||||||||||
Endereço / Local |
| ||||||||||||
Distrito | Vila Real | ||||||||||||
Concelho | Vila Real | ||||||||||||
Freguesia | Mouçós e Lamares | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 35 817, DG, I Série, n.º 187, de 20-8-1946 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A arca tumular que actualmente se conserva na capela de Nossa Senhora da Piedade, anexa à Igreja Paroquial de Mouçós, nada tem de românico. Ao invés, ela é o produto de uma encomenda de finais do século XV, promovida por Fernão de Brito Colaço, abade de Mouçós, que aqui escolheu sepultar-se. Quer a capela funerária, quer o túmulo, têm a sua origem em 1483, data constante de uma epígrafe, actualmente colocada na parede, e onde se refere ter o abade mandado construir a sua sepultura e o pequeno templo que a abriga. Este, é um pequeno espaço quadrangular, arquitectonicamente e artisticamente muito modesto, escassamente iluminado, composto por grandes massas pétreas e com o telhado assente sobre uma cornija de modilhões a lembrar o românico. Na sua essência, corresponde àquele gótico vila-realense, maciço, em muitos aspectos continuador do primeiro estilo da nacionalidade, e só longinquamente aparentado com as melhores construções góticas do país. Esta sensação é apenas atenuada, no exterior, pela existência de um nicho (a coroar a empena da parede nascente), que abriga uma imagem de Nossa Senhora da Piedade, contemporânea da construção da capela. O túmulo, pelo contrário, é uma obra perfeitamente enquadrada no vocabulário tardo-gótico, como se comprova pela existência de edículas de arcos canopiais abatidos, nas faces laterais do sarcófago, onde se representaram os 12 Apóstolos. A própria decoração da testeira e do facial dos pés é de uma espiritualidade indubitavelmente gótica, sobressaindo a imagem da Virgem a lamentar a morte de Cristo, tema que nunca poderia aparecer no Românico. Aos pés, São Miguel pesa as almas, lembrando aos crentes que o seu destino será julgado pelo que tiverem feito em vida. O jacente apresenta uma composição característica das arcas tumulares da Baixa Idade Média, com defunto ladeado por dois anjos e cabeça assente numa almofada, e um cão protector aos seus pés. Veste um gorro e uma loba, "típica do século XV" (SERENO e TEIXEIRA, 1994, DGEMN on-line), e segura, nas mãos, um breviário e um bordão. A toda a roda da tampa, uma legenda epigráfica identifica o monumento: "AQUI IAS FERNI DE BRITO COLAÇO E PARE(N)TE DO S(E)NHOR DO(M) PEDRO DE MEN(E)SES CONDE (DE) VILA REAL E SENHOR DE ALMEIDA", letreiro que ajuda a compreender o estatuto sócio-económico de Fernão de Brito Colaço, no contexto regional. A arca é suportada por oito leões, sendo o espaço entre eles ocupado por silhares rectangulares decorados com o emblema abacial: "um baú de tampa arciforme, cintado e com larga fechadura, saindo dele um ramo de cada lado, com folhas e frutos, enlaçando-se e cercando o baú" (SERENO e TEIXEIRA, 1994, DGEMN on-line). A actual igreja paroquial de Mouçós foi construída muito depois da capela funerária. Ela é um templo barroco, tipicamente do Norte do país, com amplas superfícies caiadas e uma torre sineira quadrangular adossada à fachada principal. A sua construção remonta à primeira metade do século XVIII, período em que há notícia de obras igualmente na pequena capela funerária, promovidas por António de Brito Castro e Sampaio, ao que tudo indica descendente de Fernão Brito Colaço. No último século, algumas pequenas obras de reparação não foram suficientes para alterar substancialmente o aspecto deste conjunto religioso, que mantém, no essencial, as suas características medievais iniciais, facto que a coloca numa posição de certo relevo na arte realizada por terras de Vila Real nos derradeiros momentos da Idade Média. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 0 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 4 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
---|---|---|---|---|---|
Memórias de Vila Real | SOUSA, Fernando de | Edição | 1987 | Vila Real | 2 volumes |
Memórias de Vila Real | GONÇALVES, Silva | Edição | 1987 | Vila Real | 2 volumes |
O Gótico vila-realense do século XV | GONCALVES, António Nogueira | Edição | 1941 | Coimbra | |
Vila Real de Trás-os-Montes | AZEVEDO, José Correia de | Edição | 1970 | Porto | |
"Roteiro arqueológico e artístico do Concelho de Vila Real", Juventude com História | PARENTE, João Ribeiro | Edição | 1999 | Vila Real | p. 95 |