Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Ruínas da muralha das Portas de Montemuro
Designação
DesignaçãoRuínas da muralha das Portas de Montemuro
Outras Designações / PesquisasPovoado das Portas de Montemuro / Ruínas da muralha das Portas de Montemuro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Povoado Fortificado
TipologiaPovoado Fortificado
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Castro Daire; Cinfães/Parada de Ester e Ester; Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 321, no cimo da serra de Montemuro- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.966953-8.007029
DistritoViseu
ConcelhoCastro Daire; Cinfães
FreguesiaParada de Ester e Ester; Alhões, Bustelo, Gralheira e Ramires
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 735/74, DG, I Série, n.º 297, de 21-12-1974 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914648
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaReferido nos documentos desde, pelo menos, o século XIII, como atestam as Inquirições de 1258 ("Castro Daire", 1944, p. 996), o sítio arqueológico de Montemuro encontra-se implantado no topo da serra que lhe deu nome, ela própria delimitada pelos cursos de água do Paiva, Douro, Mouramorte e Balsemão. Serra esta que foi frequentemente utilizada como ponto de referência geográfico da delimitação das propriedades existentes em seu redor, surgindo em documentos oficiais do século X com a designação de Monte Geronzo, para dar lugar, logo na centúria seguinte, ao nome pelo qual é actualmente conhecido: mons muro (CORREIA, A., ALVES, Alexandre, VAZ, J. I., 1995, p. 98). Na verdade, esta sua condição limítrofe conferiu-lhe um estatuto muito especial de fronteira, ainda que oficiosa, resultando, por exemplo, no facto da estação arqueológica das "Ruínas da Muralha das Portas de Montemuro" ser, precisamente, partilhada por dois concelhos confinantes, os de Castro Daire e Cinfães, uma situação perfeitamente compreensível se pensarmos que os acidentes naturais, sobretudo desta envergadura, foram sempre aproveitados para actos de localização e/ou delimitação de aglomerados populacionais, mais ou menos expressivos.
Mas, de onde provem o termo Portas, quando aplicado ao arqueosítio em epígrafe? A designação terá surgido oficialmente, e pela primeira vez, no foral da vila de Bustelo, concedido no século XIII (Ibid.), possivelmente utilizando a forma como era (e ainda é) apelidado pelos pastores e caçadores locais, que o conheciam por Muro das Portas ou simplesmente Muro, e que certamente o atravessavam com alguma frequência, pois constituía um dos locais mais assinalados pela passagem (para a qual nos remete a denominação Portas) de rebanhos transumantes da Serra da Estrela ("Castro Daire", 1944, p. 996). E a pertinência deste caminho tornou-se tão evidente ao longo dos tempos, que orientou o actual traçado viário desta zona, recuperando, no fundo, uma realidade preexistente, como seria a da via romana localizada nas suas imediações. Não obstante, encontramo-nos numa área relativamente escassa em termos arqueológicos, conquanto a edificação de uma capela nas proximidades do sítio revele a priori uma apropriação de um local anteriormente sacralizado, nomeadamente em tempos pré e/ou proto-históricos, como se se pretendesse sobrepor às anteriores convicções e rituais pagãos (que tendiam a privilegiar lugares isolados e de altura) a nova mundividência cristã, ao mesmo tempo que de assimilação da força simbólica que o mesmo representava para as populações locais, agora direccionadas noutro sentido do poder espiritual e (quase por inerência) secular.
E quanto à função e período(s) de construção e fruição do sítio? Segundo alguns autores, estaremos perante vestígios (se bem que escassíssimos) de um povoado fortificado da Idade do Ferro, inserido no que é vulgarmente conhecido por cultura castreja, posteriormente reutilizado (à semelhança de tantos outros castros) durante o período romano e, mais tarde, já em plena Reconquista, pelas forças de Afonso Henriques (1109-1185). Uma proposição que não será totalmente absurda, até porque Egas Moniz desfrutava de amplas propriedades nos concelhos circunvizinhos, sinal de que este território fora conquistado aos mouros e posteriormente (re)povoado. E talvez provenha destes acontecimentos o termo pelo qual é mais amplamente conhecido, ou seja, de Portas, que assim integrariam uma eventual fortaleza, pois "Só percorrendo todo o perímetro da muralha nos apercebemos da sua verdadeira dimensão e só uma sociedade muito bem estruturada poderia construir tal monumento." (CORREIA, A., ALVES, Alexandre, VAZ, J. I., 1995, p. 100), até que foi definitivamente abandonado no século XIII.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
Roteiro Arqueológico da Região de Turismo Dão LafõesVAZ, João Luís da InêsEdição1994Viseup. 206
Castro DaireVAZ, João Luís da InêsEdição1995Castro Daire
Castro DaireALVES, AlexandreEdição1995Castro Daire
História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. 4, Renascimento (II)COSTA, Manuel Gonçalves daEdição1984Lamegovol. II
Castro Daire. Roteiro TurísticoCORREIA, AlbertoEdição1995Castro Daire
Castro DaireCORREIA, AlbertoEdição1995Castro Daire
Roteiro Arqueológico da Região de Turismo Dão LafõesPEDRO, Ivone dos Santos da SilvaEdição1994Viseup. 206
Roteiro Arqueológico da Região de Turismo Dão LafõesADOLFO, JorgeEdição1994Viseup. 206
Montemuro. A mais desconhecida serra de PortugalGIRÃO, V. A. de AmorimEdição1940Coimbra
"Castro Daire", Guia de Portugal, vol. III - Beira, t. II - Beira Baixa e Beira AltaEdição1944Lisboapp. 989-996

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