Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Estação arqueológica de Alter do Chão
Designação
DesignaçãoEstação arqueológica de Alter do Chão
Outras Designações / PesquisasFerragial d El Rei / Estação Arqueológica de Alter do Chão / Estação arqueológica de Ferragial d El Rei (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Villa
TipologiaVilla
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Alter do Chão/Alter do Chão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- Ferragial d'El-ReiFerragial d'El-Rei Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
DistritoPortalegre
ConcelhoAlter do Chão
FreguesiaAlter do Chão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO termo de Alter do Chão terá desempenhado um papel de relativa importância durante a presença romana no actual território português, como parecem atestar alguns dos vestígios identificados até ao momento, a exemplo da "Ponte de Vila Formosa", situada sobre a rib.ª de Seda, nas proximidades da localidade que lhe deu nome, e classificada como "monumento nacional", logo em 1910, ano em que se decretou a primeira grande lista de estruturas antigas a merecerem tal distinção, depois de algumas décadas de combate pela institucionalização da salvaguarda monumental no país (Cf. MARTINS, A. C., 2005).
A ponte integraria, na verdade, uma das três vias que ligavam, na Antiguidade, Olisipo (Lisboa) a Emerita Augusta (Mérida), não surpreendendo, por conseguinte, que fosse erguida uma uilla nas suas imediações.
Correspondendo à antiga Abelterium, o aglomerado urbano de Alter do Chão poderá ter assumido o papel de capital de civitas, ainda que não se dispunham de elementos suficientemente substanciadores desta hipótese. Não obstante, "Se os achados arqueológicos feitos na vila são insuficientes para demonstrar a capitalidade do povoado, também se não reconheceu na região, até agora, nenhum oppidum que possa ter desempenhado a função de sede de civitas." (ALARCÃO, J., 1990, p. 363).
Deveremos ter em mente que a presença romana nas actuais fronteiras físicas portuguesas pautou-se, tal como nos demais recantos do Império, pela implementação de uma política administrativa assente em dois vectores vitais para a sua perduração no tempo: na definição de unidades político-administrativas e no traçado de vias que assegurassem uma ligação permanente e célere entre os principais centros populacionais, ao mesmo tempo que a sua renovação, face às exigências assomadas com o desenrolar dos acontecimentos registados em Roma.
A primeira destas traves mestras assentou essencialmente na definição territorial de civitates, as normais unidades político-administrativas romanas, aproximadas, no que à área abrangida se referia, aos actuais distritos, com a sua cidade capital, à qual se subordinavam outras unidades urbanas, assim como a respectiva população rural.
Uma estrutura que, como é natural, exigia um sistema viário bem estruturado, porquanto essencial à circulação de bens e pessoas, designadamente das entidades às quais competia manter a ordem nos territórios conquistados, explicando-se, assim, a presença da mencionada ponte (vide supra) (Cf. Id., 1988).
Descoberta em meados dos anos cinquenta do século XX, durante a realização de trabalhos de obras públicas, a "Estação arqueológica de Alter do Chão" (ou "Ferragial d' El Rei", como será mais conhecida) foi objecto de escavação passados dois anos (1956), descobrindo-se, então, toda uma zona de construção correspondente ao primitivo balneário, como nos casos do sistema de canalizações, pavimentados com opus signinum (argamassa) e mosaicos policromos decorados com motivos geométricos.
Entretanto, as intervenções conduzidas no sítio, nos anos setenta, oitenta e nos inícios de 2000, permitiram identificar um número considerável de estruturas romanas de carácter habitacional, cronologicamente balizáveis entre os séculos II e IV d. C.. Uma datação que será confirmada pela análise dos inúmeros e diversificados materiais recolhidos ao longo das campanhas arqueológicas, pois, a par dos já referidos artefactos (vide supra), foram encontrados numismas, esculturas, cerâmica - quer doméstica (a exemplo dos grandes recipientes destinados a conservar e a transportar alimentos, conhecidos como doliae), quer de construção (como tegulae - telhas rectangulares - e imbrex - telhas em forma de meia cana) -, assim como fragmentos de vidro, de mós e de elementos de adorno, como no caso dos alfinetes de osso.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens8
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roman PortugalALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1988WarminsterPublicado a 1988
As grandes vias da Lusitania - O Itinerário de Antonio PioSAA, MárioEdição1964Data do Editor : 1964
"O Reordenamento Territorial", Nova História de Portugal: Portugal das origens à romanizaçãoALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1990LisboaNova Historia de Portugal, 1, pp. 352-382
A Associação dos Arqueólogos Portugueses na senda da salvaguarda patrimonial. Cem anos de transformação (1863-1963). Texto policopiado. Tese de Doutoramento em Letras.MARTINS, Ana CristinaEdição2005LisboaTese de Doutoramento defendida na Reitoria da Universidade de Lisboa em Junho de 2006. Tese impressa em dois volumes: - I - aparato crítico; - II - aparato iconográfico.

IMAGENS

Estação arqueológica de Alter do Chão - Escavação arqueológica

Estação arqueológica de Alter do Chão - Vista geral

Estação arqueológica de Alter do Chão - Escavação arqueológica

Estação arqueológica de Alter do Chão - Vista geral

Estação arqueológica de Alter do Chão - Escavação arqueológica

Estação arqueológica de Alter do Chão - Escavação arqueológica

Estação arqueológica de Alter do Chão - Hipocaustum

Estação arqueológica de Alter do Chão - Tanque

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