Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Cruz
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Cruz
Outras Designações / PesquisasConvento e Igreja de Santa Cruz (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Lamego/Lamego (Almacave e Sé)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo de Santa CruzLamego Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.094225-7.806408
DistritoViseu
ConcelhoLamego
FreguesiaLamego (Almacave e Sé)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 47 508, DG, I Série, n.º 20, de 24-01-1967 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA história do antigo convento de Santa Cruz encontra-se estreitamente ligada ao convento de Recião, que conheceu a ruína e decadência do decorrer da primeira metade do século XV, acolhendo, nessa época (a partir de 1438) os frades Lóios, que aí permaneceram até à sua transferência para Lamego. Na verdade, o convento de Santa Cruz foi instituído em 1595 por Lourenço Mourão Homem (sepultado na capela-mor, junto ao arco triunfal), com o objectivo de o doar aos Lóios, que assim abandonaram Recião, instalando-se, definitivamente, na cidade de Lamego.
As obras do novo complexo conventual iniciaram-se em 1596, lançando-se a primeira pedra a 14 de Setembro, por ser este o dia dedicado à Exaltação da Cruz, invocação a que esta casa seria dedicada. As obras não estavam ainda concluídas quando a igreja foi sagrada, nos dias 23, 24 e 25 de Março do ano de 1632, e prova disso é o prolongamento da campanha decorativa por toda a centúria. Em todo o caso, o primitivo templo deveria apresentar alguns problemas construtivos, uma vez que, apesar dos testemunhos da época se referirem ao assunto superficialmente, a verdade é que poucos anos depois, a capela-mor foi objecto de uma remodelação profunda, concluída em 1676, com a instalação do Santíssimo Sacramento.
Já em 1670 a igreja havia beneficiado de um novo tecto de caixotões, executado por João Ribeiro, e em 1683, Francisco da Rocha, do Porto, era contratado para o douramento e execução das pinturas do retábulo. Apesar das alterações posteriores, corresponde ao exemplar que hoje conhecemos, com as pinturas alusivas à Vera Cruz, mas com a tribuna ampliada.
A fachada principal da igreja, com um amplo adro fronteiro, é flanqueada por duas torres de planta quadrada, cujos registos acompanham os do corpo central. Este, é aberto por três arcos de acesso à galilé, a que correspondem, no registo seguinte, igual número de janelas rectangulares, seguindo-se outras que determinam a base do frontão. Este, exibe, no tímpano, o emblema dos Cónegos Seculares de São João Evangelista.
O templo, de planta longitudinal, com coro alto, capelas laterais intercomunicantes, transepto inscrito e capela-mor mais estreita, mantém a mesma lógica maneirista que se observa na linguagem arquitectónica do exterior. Os alçados da nave são divididos por pilastras, que enquadram os arcos de volta perfeita das capelas. Estas, tal como o transepto e a capela-mor, são revestidas por retábulos e sanefas de talha dourada de diversas épocas, que se conjugam com painéis de azulejo de iconografia diferenciada. O revestimento azulejar marca uma campanha decorativa que se estendeu pelo século XVIII (numa tentativa de actualização estética em relação ao barroco da talha e do azulejo), onde se incluem alguns retábulos, como o da capela de Nossa Senhora do Vale, executado em 1732, ou a abóbada de berço da nave, com pinturas de iconografia mariana, que na segunda metade da centúria substituiu os anteriores caixotões.
Dos painéis cerâmicos, ganham especial importância os conjuntos do transepto, que envolvem, do lado do Evangelho, a arca tumular de Manuel Pinto da Fonseca e representam passos da vida de São Bento de Núrcia (FLÓRIDO, 1967, p. 30-31). Executados em 1725, encontram-se atribuídos a uma das mais importantes oficinas lisboetas e à mão de Policarpo de Oliveira Bernardes (CORREIA, 1923, p. 28). Do lado oposto, dominam os milagres de Santo António, de autor desconhecido, mas de oficina lisboeta de cerca de 1730.
Uma última referência ao claustro, de planta quadrangular, com arcaria de volta perfeita no primeiro piso, a que correspondem janelas de sacada, no andar superior.
Com a Extinção das Ordens Religiosas, a Misericórdia procurou instalar no convento o seu hospital, mas este acabou por funcionar como quartel, conservando, ainda hoje, essa vocação militar.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPAlto Douro Vinhateiro
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Artistas e artífices nas dioceses de Lamego e de Viseu", Revista "Beira Alta".ALVES, AlexandreEdição
História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. 4, Renascimento (II)COSTA, Manuel Gonçalves daEdição1984Lamegovol. II
O Ceo aberto na Terra: historia das sagradas congregações dos Conegos Seculares de S. Jorge em Alga de Venesa & de S. Joaõ Evangelista em Portugal...SANTA MARIA, Pe. Francisco deEdição1697Lisboa
Igreja do Convento de Santa CruzLARANJO, F. J. CordeiroEdição1992Lamego
Artistas de LamegoCORREIA, VirgílioEdição1923Coimbra
Roteiro ilustrado da cidade de LamegoAMARAL, JoãoEdição1961Lamego
"O convento de Santa Cruz de Lamego", Colóquio. Revista Artes e Letras, n.º 42FLÓRIDO, Abel MontenegroEdição1967Lisboa

IMAGENS

Igreja e Convento de Santa Cruz - Fachada principal da igreja

Igreja e Convento de Santa Cruz - Fachada lateral da igreja

Igreja e Convento de Santa Cruz - Vista geral posterior e enquadramento urbanístico envolvente

Igreja e Convento de Santa Cruz - Enquadramento geral

MAPA

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