Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Edifício na Rua Engenheiro Álvaro Pedro de Sousa, também denominado «Casal de Monserrate» (primitiva casa do engenheiro Álvaro de Sousa), incluindo o jardim
Designação
DesignaçãoEdifício na Rua Engenheiro Álvaro Pedro de Sousa, também denominado «Casal de Monserrate» (primitiva casa do engenheiro Álvaro de Sousa), incluindo o jardim
Outras Designações / PesquisasEdifício na Rua Engenheiro Álvaro Pedro de Sousa, incluindo o jardim / Casa na Rua Engenheiro Pedro Álvaro de Sousa, n.º 1 / Casal de Monserrate (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Edifício
TipologiaEdifício
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Cascais e Estoril
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Eng.º Álvaro Pedro de SousaEstoril Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.706171-9.400151
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaCascais e Estoril
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996 (ver Decreto)
Edital de 18-03-1994 da CM de Cascais
Despacho de homologação de 21-03-1984 do Ministro da Cultura
Despacho de concordância de 21-03-1984 da presidente do IPPC
Parecer de 20-03-1984 da Assessoria Técnica do IPPC a propor a classificação como IIP
Proposta de classificação de 2-02-1984 do IPPC
Processo iniciado em 1982 no IPPC
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181505
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Localizado a Oeste do jardim do Casino do Estoril, numa pequena encosta e em perfeita harmonia com a topografia do terreno, este conjunto destaca-se pela forma como o edifício e o jardim surgem integrados numa só unidade de grande qualidade arquitetónica e paisagística, uma verdadeira "Obra de Arte Total" da autoria de Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957), e um dos mais notáveis monumentos do concelho de Cascais.
A entrada, que se faz à cota mais baixa do terreno, dá acesso a um caminho sinuoso em calçada. A aproximação à casa é desenhada num agradável percurso entre as árvores que pontuam a propriedade. O edifício principal, de conceção moderna, possuiu três pisos com uma cobertura em terraço. A entrada destaca-se, em relação ao volume principal, pela presença de uma elegante pala em ferro pintado a negro e vidro fosco que serve de proteção à porta também em ferro e onde foram utilizados os mesmos motivos "art deco". As fachadas, em calcário branco, surgem pontualmente decoradas com baixos-relevos e, as janelas, com molduras e persianas castanhas, contrastam com o alvo da moradia. No piso superior observam-se "bow-windows" e varandas arredondadas nos cantos que alteram a volumetria e o ritmo das fachadas. Na fachada posterior implanta-se uma varanda que, através de uma escada, permite também o acesso ao jardim.
O embasamento corresponde a uma cave destinada a arrumos, sendo o primeiro piso concebido como zona social: biblioteca, escritório, sala de estar e sala de jantar. A área poente, na parte traseira do lote, integra a cozinha bem como áreas de serviço. O segundo piso, por sua vez, é reservado às áreas privadas da casa: quarto principal, quartos de vestir, quarto de hóspedes, quartos dos empregados e algumas zonas de serviço. De notar que todo o notável mobiliário (móvel e integrado) executado em materiais de grande qualidade foi igualmente concebido por Pardal Monteiro e encontra-se em muito bom estado de conservação. As esculturas que ornamentam os espaços são de Leopoldo de Almeida e, os vitrais, de Ricardo Leone, ilustres artistas deste período.
Em 1957 os proprietários pedem ao arquiteto Raul Rodrigues Lima (1909-1980) que conceba um corpo contíguo, respeitando a volumetria e linguagem do edifício original. Destinava-se este corpo a alojar os funcionários da casa que antes partilhavam os espaços com a família.
O jardim é acessível a partir da moradia tanto por escadas, como por rampas, sendo o seu desenho, ao contrário do edifício, constituído por diferentes linguagens, não deixando no entanto de apresentar uma notável harmonia, reforçando os apontamentos artísticos existentes, nomeadamente com a inclusão de esculturas, azulejos, mosaicos e fontes. Este jardim encontra-se organizado a partir de um eixo de simetria composto por uma fonte romântica surgindo ainda, na parte mais baixa do terreno, uma pequena área de pinhal com recantos de falsas ruínas e grutas.

História
O projeto destinado a uma moradia unifamiliar nasce em 1929 de uma encomenda feita pelo Eng.º Álvaro Pedro de Sousa (1891-1966) a Cristino da Silva (1896-1976) e Pardal Monteiro. Desse primeiro projeto praticamente nada restou dada a remodelação de Pardal Monteiro em 1932 que aqui concretiza um dos seus projetos mais relevantes e um dos maiores expoentes da arquitetura, do design e da conceção de jardins do início do século XX em Portugal. De notar que parte do jardim foi ainda concebido pelo arquiteto Cristino da Silva, antes da concretização do projecto final de Pardal Monteiro.
O Casal de Monserrate é também um retrato vivo e praticamente único, dado o seu estado de conservação, do modo de habitar de determinada classe social.
Após a morte de Irene Ferreira do Amaral, esposa de Álvaro Sousa em 1974, a casa é doada à "Fundação de Souzas" para fins sociais, tendo sido ocupada, até época recente, pelo "Centro de Dia Engenheiro Álvaro de Sousa".

Maria Ramalho/DGPC/2018.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens44
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
CascaisSILVA, Raquel Henriques daEdição1988Lisboa
Monografia de CascaisANDRADE, Ferreira deEdição1969Cascais
Cascais Vila de Corte. Oito séculos de históriaANDRADE, Ferreira deEdição1964Cascais
Monografia de CascaisCASTELO BRANCO, António deEdição1969Cascais
"51 Obras Modernas", Arquitectura Moderna Portuguesa, 1920-1970, pp. 173-285TOSTÕES, AnaEdição2004Lisboa
"51 Obras Modernas", Arquitectura Moderna Portuguesa, 1920-1970, pp. 173-285FOLGADO, DeolindaEdição2004Lisboa
Casal de Monserrate : a casa certa, o sítio exacto, in revista Monumentos : cidades, património, reabilitação.BELÉM, Margarida CunhaEdição2011Lisboa
"51 Obras Modernas", Arquitectura Moderna Portuguesa, 1920-1970, pp. 173-285COSTA, Sandra VazEdição2004Lisboa
"51 Obras Modernas", Arquitectura Moderna Portuguesa, 1920-1970, pp. 173-285FIGUEIREDO, RuteEdição2004Lisboa
Para o projeto global-nove décadas de obra: Arte, Design e Técnica na Arquitetura do atelier Pardal Monteiro, Tese doutoramento, FA UTLJoão Pardal MonteiroEdição2012Lisboa
Do monumental ao doméstico: Casas Modernas, Tese de Mestrado, Instituto Superior TécnicoCatarina Sofia Fernandes AndradeEdição2016Lisboa

IMAGENS

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Jardim: torre. 2006.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Pormenor de corrimão. 2006.

"Casal de Monserrate" - Interior: lareira

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Pilares decorativos entre corrimões de ferro de terraço. 2006

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Planta de complexo e envolvente

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Pormenor de porta com grade formulando um reticulado geométrico. 2006.

"Casal de Monserrate" - Interior de sala com formato circular no perímetro das janelas (bow-window)

"Casal de Monserrate" - Aspecto de jardim

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Pormenor da entrada com alpendre em ferro e vidro pintado. 2006

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Jardim: grupo escultórico na balaustrada da varanda voltada ao jardim. 2006

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Vista exterior de vitral em corpo com avançamento sobre a fachada da entrada. 2006.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Vista frontal da porta de entrada. 2006

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Pormenor da fachada. 2006.

"Casal de Monserrate" - Interior: decoração geometrizante e vitral como pano de fundo. 2006.

"Casal de Monserrate" - Interior: janela com vitral. 2006

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - Jardim: vista geral. 2006

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor do guarda-roupa em madeira lacada.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - porta do hall de entrada em ferro.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - vista geral da casa desde o caminho de acesso.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - painel de azulejos no jardim. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - torre neo-medieval existente no jardim, supostamente ainda do projeto original de Cristino da Silva.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - tanque e fonte no jardim.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor do desenho dos fechos dos armários de madeira lacada. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - zona de acesso à cozinha. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - escadaria de acesso ao 1º piso. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - vista da fachada nascente.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - nicho da fonte do jardim. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - vista da fachada Sul. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do engenheiro Álvaro de Sousa (Cascais) - vista do patamar superior do jardim. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - fachada principal, pomenor do vitral. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor de vaso esculpido no jardim. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Engº Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor da fonte do jardim. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor da decoração em mosaico no nicho da fonte do jardim. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - zona de serviço do primeiro piso. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate - Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - zona do solário na cobertura.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor da banheira. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor do vitral (exterior) na fachada principal. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - fachada principal. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - bow window no antigo quarto principal. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - pomenor do jardim.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - sala de estar. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - portão de entrada na propriedade. Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - vitral da fachada visto pelo interior.Maria Ramalho, 2016.

Casal de Monserrate-Casa do Eng.º Álvaro de Sousa (Cascais) - painéis de azulejos nas escadas de acesso ao jardim. Maria Ramalho, 2016.

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