Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Torre de Aguiã
Designação
DesignaçãoTorre de Aguiã
Outras Designações / PesquisasTorre, Casa e Quinta de Aguiã (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Torre
TipologiaTorre
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Arcos de Valdevez/Aguiã
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Lugar da CardidaAguiã Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.882881-8.445585
DistritoViana do Castelo
ConcelhoArcos de Valdevez
FreguesiaAguiã
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaProcedimento (de ampliação) caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma) , alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251, de 28-12-2012 (ver Diploma)
Procedimento prorrogado até 31-12-2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma)
Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Despacho de 8-02-1999 do vice-presidente do IPPAR a determinar a abertura do processo de ampliação da classificação (Torre, Casa e Quinta de Aguiã
Decreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA actual configuração da Quinta de Aguiã constitui um dos melhores exemplos de reutilização residencial ao longo dos séculos de uma primitiva estrutura baixo-medieval. Ao que tudo indica, a propriedade esteve sempre na posse de importantes famílias nobres da região, facto que contribuiu para a qualidade e requinte das múltiplas transformações operadas no espaço privado.
Na origem, a casa foi uma domus fortis, uma tipologia de casa tardo-medieval relativamente modesta, mas que teve amplo sucesso na nossa nobreza fundiária, pela imagem de solidez e de reduto defensivo-militar que as paredes de granito e o coroamento de ameias proporcionava. Subsistem ainda algumas dúvidas sobre a cronologia correcta a atribuir a esta edificação, longamente considerada do século XIV (AZEVEDO; 1969, p.107), mas que poderá já corresponder ao século seguinte ou, mesmo, às primeiras décadas do século XVI (ALMEIDA, 1987, p.134), altura em que se verificou uma reminiscência de antigos formulários medievais como forma de prestígio e de afirmação de algumas linhagens. Uma indicação neste sentido é dada pela própria denominação da propriedade - Aguiã -, ao que parece, resultado da posse pela família Aguiã, documentalmente relacionada com o local a partir de meados do século XV (DGEMN, on-line).
De planta quadrangular, só a parte superior é visível, elevando-se acima dos telhados do solar barroco. Não possui qualquer vão de iluminação (provável sinal da sua perda de função residencial aquando das grandes obras do século XVIII) e é rematada, a todo o redor do edifício, por uma linha de ameias piramidais, elemento de cariz militar por excelência, aqui integrado como marca de prestígio.
Na época barroca, a antiga residência foi grandemente alterada. Ainda que se desconheçam as datas exactas da obra, é provável que ela tenha sido patrocinada por Simão Rocha de Brito, então governador da praça de Valença. O solar que, nessa altura, se edificou constitui uma das mais cenográficas obras barrocas privadas da região. Tratou-se de uma encenação arquitectónica deliberadamente procurada, mas que aproveitou grandemente a implantação da propriedade. Com efeito, e contrariando a orientação da construção tardo-medieval, a fachada principal voltou-se a Sul, "que é a posição mais altaneira e a que domina o vale do Vez" (ALMEIDA, 1987, p.134). Paralelamente, organizou-se a frontaria segundo um esquema simétrico de grande impacto, com corpo central de dois pisos (o térreo com arcada tripla e o segundo com uma longa loggia alpendrada de sete arcos de volta perfeita), ladeado por duas amplas escadarias, dispostas perpendicularmente em relação ao alçado. Por trás, emergindo do centro do solar, eleva-se a torre, irrompendo como "majestosa e arrogante chaminé" (AZEVEDO, 1969, p.107), tutelar sobre o moderno edifício e testemunho da maior antiguidade da propriedade.
No seu conjunto, o solar é de planta em L e articula vários corpos de diferentes volumetrias, formando uma composição tripartida. Nas traseiras, essa irregularidade é manifesta, articulando vários vãos de acesso ao interior no piso térreo com uma pequena loggia tripartida no andar nobre. Na extremidade ocidental do corpo principal, existe um segundo volume, de dois pisos, com alçado organizado de forma simétrica e que integra, ao centro, um brasão da família encomendadora. A quinta integra ainda uma capela de nave única, com porta de arco recto moldurado sobrepujado por amplo janelão rectangular de perfil já rococó, e um portão armoriado.
Implantado em meio rural num monte dominante na paisagem, a Casa de Aguiã é um dos mais impressionantes solares privados barrocos do Alto Minho, simultaneamente pelo singular reaproveitamento de uma antiga torre tardo-medieval e pelo requinte da obra barroca, que adquire, neste contexto, um carácter teatral inequívoco.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Torres solarengas do Alto MinhoGUERRA, Luís Figueiredo daEdição1925
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Casas Nobres de PortugalBINNEY, MarcusEdição1987Lisboa
Cozinhas. Espaço e ArquitecturaPEREIRA, Ana MarquesEdição2006Lisboa

IMAGENS

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