Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Marcos graníticos n.os 28 e 29
Designação
DesignaçãoMarcos graníticos n.os 28 e 29
Outras Designações / PesquisasMarcos na Encosta da Ciderma / Marcos de Demarcação da Zona de Produção de Vinhos Generosos do Douro em Peso da Régua (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Marco
TipologiaMarco
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Peso da Régua/Galafura e Covelinhas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Ciderma Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.175897-7.662305
DistritoVila Real
ConcelhoPeso da Régua
FreguesiaGalafura e Covelinhas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 35 909, DG, I Série, n.º 236, de 17-10-1946 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Erigidos na Encosta da Ciderma, localizada na freguesia de Galafura, no Peso da Régua, os marcos graníticos n.º 28 e 29 integram um extenso conjunto de outros exemplares da mesma tipologia que demarcam geograficamente a denominada Região Vinhateira do Alto Douro, ou Alto Douro Vinhateiro.
O marco n.º 28, situado à beira do caminho público que segue de Covelinhas para as Cidermas de Baixo, forma um paralelepípedo de remate em florão estilizado, de 181 cm de altura por 32 cm de largura, exibindo na face principal, virada ao vale, a inscrição "FEITORIA" distribuída por três linhas inseridas numa cartela retangular de moldura dupla.
O marco n.º 29, situado no mesmo caminho, alguns metros a este, tem uma estrutura também paralelepipédica, com 154 cm de altura por 35 cm de largura, apresentando na face principal a inscrição "FEITORIA", distribuída por duas linhas e inserida numa moldura contracurvada, com flor de lis no topo e na base. O remate superior do padrão foi arrancado.
História
Embora se conheçam referências documentais ao Vinho do Porto desde o terceiro quartel do século XVII, será a partir do Tratado de Methuen, celebrado em 1703 entre Portugal e Inglaterra, que este produto começou a granjear o prestígio que ainda hoje detém. O referido acordo entre as duas coroas estimulou de forma notória a produção nacional, procedendo-se então à reestruturação dos vinhedos e elegendo-se os terrenos da zona do Cima Corgo para a sua produção.
No entanto, a elevada produção da região, que transformou totalmente a sua paisagem e passou a dedicar-se em exclusivo à vinha, levou a uma crise de superprodução de vinho, apenas ultrapassada com a criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, no ano de 1756, por iniciativa do ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal. O estabelecimento da Companhia teve como objetivo demarcar a região vinícola do Alto Douro, garantindo assim a qualidade do vinho e criando a primeira zona mundial de origem controlada no sentido em que é hoje entendido esse conceito.
Foi justamente no âmbito desta medida que em 1757 se procedeu à demarcação da área dos terrenos de produção vinícola, ou dos vinhos de "feitoria", através da colocação de 201 marcos de granito, aos quais se juntaram, em 1761, mais 134 marcos. Este vasto conjunto de imponentes padrões de pedra marca uma extensa região que se estende ao longo do troço médio do vale do Douro e parte dos seus afluentes, definida entre Barqueiros e Freixo de Espada à Cinta, subdividindo-se, grosso modo, nas três sub-regiões do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior.
Executados em granito, estes padrões paralelepipédicos foram gravados com a designação "Feitoria", havendo nalguns casos a adição do ano em que foram colocados. A demarcação e a respetiva colocação dos marcos foram realizadas pela Comissão Demarcante, constituída por Carvalho e Melo; o texto resultante deste trabalho permite identificar as vinhas demarcadas, os seus proprietários e o local de implantação original do marco.
Em 1946 grande parte dos marcos pombalinos foram classificados como de interesse público, sendo então catalogados com um número. Estão integrados na classificação do Alto Douro Vinhateiro, inscrito em 2001 na lista de Património Mundial da UNESCO e classificado como Monumento Nacional desde 2010.
Os marcos classificados com os n.º 28 e 29 correspondem, respetivamente, ao sexto e ao sétimo marcos da demarcação entre os rios Corgo e Ceira, no sítio das Cidermas, junto à estrada para Galafura. O primeiro estava numa vinha perto da estrada que ligava a quinta de João Correia Botelho ao Alto de S. Leonardo, mantendo-se no mesmo local. O segundo foi colocado junto às casas da quinta de João Antunes Guimarães; mantém-se na mesma propriedade, entre os patamares das vinhas.
Catarina Oliveira
DGPC, 2018
(com a colaboração do Museu do Douro)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
As demarcações pombalinas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1951Porto3 vols., 1949 - 1951
Marcos da DemarcaçãoAA.VV.Edição2007Peso da Régua
As demarcações marianas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1996Porto

IMAGENS

Marcos graníticos n.os 28 e 29 - Vista geral do marco n.º 28

Marcos graníticos n.os 28 e 29 - Face principal e epígrafe do marco n.º 29

MAPA

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