Igreja Paroquial de São Vítor | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja Paroquial de São Vítor | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja de São Victor, paroquial / Igreja Paroquial de São Vítor / Igreja de São Vítor (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Braga/Braga/Braga (São Vítor) | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Braga | ||||||||||||
Concelho | Braga | ||||||||||||
Freguesia | Braga (São Vítor) | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A igreja de São Vítor, em Braga, é por muitos considerada um dos primeiros exemplos, se não mesmo o primeiro, de um templo concebido enquanto obra de arte total, onde a arquitectura de tradição maneirista foi pensada de forma a acolher a talha e a azulejaria que revestem o interior da igreja na sua totalidade (SMITH, 1970). O mesmo será dizer que, da conjugação de diferentes técnicas, resulta um espaço complexo, mas onde reina a coerência resultante de um programa ideológico concreto. A organização espacial, delineada pelo francês Miguel d'Escole e dirigida pelo mestre de pedraria Pascoal Parente, é simples, sendo que todos os volumes - nave única, capela-mor com sacristias laterais, e torre quadrangular adossada -, se desenvolvem segundo um mesmo eixo longitudinal. Num contexto de tradição militarista, a planta de São Vítor nada acrescenta aos esquemas já conhecidos (GONÇALVES, 1982 - 1983, p. 259), mas tira partido dos revestimentos em talha e azulejo, que animam e revitalizam a austera textura murária do interior. A fachada de granito, ainda muito afastada do fulgor que André Soares introduzirá (PEREIRA, 1986, p. 36-38), é um bom exemplo do barroco bracarense, apresentando pilastras laterais, portal principal ladeado por dois nichos que albergam representações escultóricas de dois arcebispos, e frontão triangular, em cujo tímpano se encontra o brasão do arcebispo Dom Luís de Sousa, o responsável pela edificação da igreja iniciada em 1686, e que se tornou no grande emblema da sua passagem pelo Arcebispado de Braga (GONÇALVES, 1982 - 1983, p. 259). Remata a empena uma cruz cardinalícia. Os restantes alçados são animados por pilastras de granito e janelas de iluminação, que lhes conferem ritmo, acentuando o contraste entre a pedra e a cal. Contudo, São Vítor destaca-se pelo seu interior, revestido por monumentais painéis de azulejo e talha dourada. Atribuídos ao mais reputado pintor lisboeta do final do século XVII, o espanhol Gabriel del Barco, os painéis da igreja de Braga têm vindo a ser considerados como o primeiro conjunto de azulejos azuis e brancos desta envergadura, executados em Portugal, a par do conjunto da igreja dos Lóios (1700) também atribuído a Barco. De acordo com a documentação existente, os azulejos teriam sido colocados depois de 1692, uma vez que o contrato de assentamento dos mesmos data de 26 de Abril do referido ano. Este complexo conjunto de painéis, que se desenvolve em vários registos, representa, na nave, santos e santas bracarenses a serem martirizados, acompanhados por outros santos bispos de Braga. Na capela-mor assistimos aos passos da vida do orago da igreja - São Vítor. Nos azulejos do coro observamos São Paterno, 19º prelado de Braga, presidindo ao concílio de Toledo no ano de 405 (SMITH, 1970, p. 49-50). Curiosamente, neste painel surge a seguinte referência - "Cunha 1º, 222, n.º 6" -, que revela a fonte iconográfica utilizada, não apenas para este desenho, mas para todo o programa azulejar, ou seja, o livro História Ecclesiástica dos Arcebispos de Braga e dos Santos e Varoes Illustres que Florescerão neste Arcebispado, do arcebispo D. Rodrigo da Cunha que relata, entre muitos outros assuntos, a vida de São Vítor. Por sua vez, a talha dourada patente em toda a igreja (capelas, púlpitos e varandins dos janelões) complementa o brilho dos revestimentos cerâmicos, inaugurando no retábulo-mor, executado pelo entalhador portuense Domingos Lopes, uma tipologia que se tornará muito comum no denominado Estilo Nacional, isto é, a vasta tribuna central aberta (SMITH, 1970). (Rosário Carvalho) | ||||||||||||
Processo | Rua de São Victor | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 1 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 7 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Resistências e aceitação do espaço barroco: a arquitectura religiosa e civil", História da Arte em Portugal, vol. 8 | PEREIRA, José Fernandes | Edição | 1986 | Lisboa | Volume 8 |
"As obras setecentistas da igreja de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche e o seu enquadramento na arte portuguesa da primeira metade do século XVIII", Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, pp. 5-53 | GONÇALVES, Flávio | Edição | 1982 | Lisboa | , n.º 88 e 89, Lisboa, 1982 e 1983 |
"Três estudos bracarenses", Belas-Artes, Revista e Boletim da Academia Nacional de Belas Artes | SMITH, Robert C. | Edição | 1970 | Lisboa | n.º 24-26 (2ª série) |
Memórias de Braga | FREITAS, Bernardino José de Sena | Edição | 1890 | Braga | |
Arqueologia cristã | BELINO, Albano | Edição | 1900 | Lisboa | |
"BRAGA, Igreja de S. Vítor de", Dicionário da Arte Barroca em Portugal | ARRUDA, Luísa | Edição | 1989 | Lisboa | |
Azulejaria Portuguesa | MECO, José | Edição | 1986 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1985 |
Igreja Paroquial de São Vítor - Fachada principal
Palacete Vilar de Allen
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