Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco
Designação
DesignaçãoIgreja da Ordem Terceira de São Francisco
Outras Designações / PesquisasIgreja da Ordem Terceira de São Francisco (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Elvas/Caia, São Pedro e Alcáçova
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo dos TerceirosElvas Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.882705-7.161687
DistritoPortalegre
ConcelhoElvas
FreguesiaCaia, São Pedro e Alcáçova
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImplantada entre duas ruas que convergem no pequeno adro fronteiro à fachada principal, a igreja dos terceiros de São Francisco acompanha o declive do terreno, principalmente ao nível das salas do Consistório e das imagens da Procissão da quarta-feira de Cinzas, anexas ao templo.
Muito embora a Ordem Terceira de São Francisco se tenha fixado, em Elvas, em 1663, a construção da sua igreja teve início, apenas, em 1701. A planta longitudinal, articula nave única com coro alto e quatro capelas laterais, e capela-mor, através de arco triunfal de volta perfeita. Estudos recentes sobre este conjunto permitiram identificar o autor do seu traçado, o arquitecto elvense João de Madeyra (TEODORO, 1996, p. 170), que teria concluído a campanha arquitectónica em 1719. Todavia, e seguindo as investigações do mesmo autor, o contrato para a campanha decorativa do interior da igreja, nomeadamente para a execução do retábulo-mor, data de 28 de Agosto de 1729, o que implica dez anos sem notícias de outros trabalhos. Este último documento, assinado pelo reverendo Frei Martinho de São José, obriga à execução do retábulo pelos entalhadores Francisco Freire e Manuel de Oliveira, segundo o risco já apresentado pelos mesmos (IDEM, p. 170). Atendendo a que Miguel Ángel Vallecillo Teodoro atribuiu aos mesmos entalhadores os retábulos laterais, cremos que a campanha de talha se tenha prolongado pelos primeiros anos da década de 1730. Trata-se de um imponente conjunto barroco, embora já com elementos rococó, que extravasa o retábulo-mor, para revestir a totalidade da capela-mor, inclusivamente a abóbada e o arco triunfal, o qual se relaciona, ainda com a talha que reveste as capelas laterais.
Com o terramoto de 1755, e em virtude da igreja se encontrar sobre uma falha geológica, todo o conjunto foi muito afectado, obrigando a importantes obras de reconstrução que, de acordo com a inscrição da fachada, são datáveis de 1761. Esta, limitada por pilastras nos cunhais e terminando em empena com volutas, pauta-se por uma grande depuração. Excepção feita ao portal, onde se concentram os elementos decorativos. De verga recta, é flanqueado por pilastras que suportam um entablamento largo (onde figura a data de 1761 e uma estrela de oito pontas), ligando-se ao janelão superior através de duas volutas que enquadram as armas da Ordem. Já a fachada lateral, apresenta uma configuração que recorda a arquitectura civil, com janelas molduradas, numa concepção comum no Brasil, mas invulgar no nosso país, e que faz "destes edifícios verdadeiros conjuntos multifuncionais e de imagem híbrida" (RODRIGUES; PEREIRA, 1995, p. 70).
Desta fase pós-terramoto é, ainda, o revestimento azulejar das paredes da nave, em silhares recortados com representações da vida de São Francisco, identificadas na cartela inferior. São exemplares rococó, executados entre 1760-65 (SIMÕES, 1979, p. 388), e que se relacionam com a tonalidade azulada da base dos altares laterais (TEODORO, 1996, p. 170).
O púlpito, enquadrado pelo painel da estigmatização de São Francisco é, tal como as bases dos altares, de mármore branco e negro.
Uma última referência para a cisterna do pátio, uma encomenda do bispo D. João de Sousa Castelo Branco.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPIgreja de São PedroMuralhas e obras anexas da Praça de Elvas
Outra ClassificaçãoCidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas e as suas Fortificações
Nº de Imagens9
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
A Talha em PortugalSMITH, Robert C.Edição1962Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)KEIL, LuísEdição1943Lisboa
O Azulejo em PortugalSANTOS, Reinaldo dosEdição1957Lisboa
Retablística Alto Alentejana (Elvas, Villaviciosa y Olivenza) en los siglos XVII-XVIIITEODORO, Miguel Ángel VallecilloEdição1996Mérida
ElvasRODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
ElvasPEREIRA, MárioEdição1995Lisboa

IMAGENS

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Interior da capela-mor: retábulo-mor [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Interior da capela-mor pormenor da talha dourada [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Fachada lateral esquerda [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Interior: nave e capela-mor [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Interior: pormenor do revestimento de azulejos com cenas da Vida de São Francisco [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Fachada lateral direita [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Interior: pavimento central da nave com tampas de sepulturas [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Interior: pormenor do fecho do arco triunfal com as armas da ordem franciscana [Maria Ramalho 2016]

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco - Fachada lateral direita [Maria Ramalho 2016]

MAPA

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