Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Villa romana de Freiria
Designação
DesignaçãoVilla romana de Freiria
Outras Designações / PesquisasVilla Romana de Freiria (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Villa
TipologiaVilla
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/São Domingos de Rana
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Casal de Freiria Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.720959-9.323168
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaSão Domingos de Rana
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaEm 2-03-1999 a CM de Cascais propôs a alteração da delimitação, na sequência da campanha de trabalhos arqueológicos do ano anterior
Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990 (ver Decreto)
Edital de 13-09-1988 da CM de Cascais
Despacho de homologação de 17-11-1986
Parecer de 10-11-1986 do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação como IIP
Proposta de classificação de 16-09-1986 dos arqueólogos Guilherme Cardoso e José d'Encarnação
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaFoi o arqueólogo Vergílio Correia Pinto da Fonseca (1888-1944) quem reportou primeiramente a existência de vestígios de ocupação romana nesta zona do concelho de Cascais, depois de ter encontrado uma sepultura junto a uma pedreira. Houve, contudo, que esperar pelo ano de 1973 para que a uilla construída no século II d. C. fosse estudada sistematicamente pelos arqueólogos Guilherme Cardoso e José d'Encarnação, permitindo, entre outros aspectos, confirmar uma permanência humana no local desde o Calcolítico, atestada, por exemplo, em fragmentos de cerâmica campaniforme e nalguns elementos da Idade do Bronze.
Os anos oitenta trouxeram a descoberta da domus e do celeiro, este último localizado a sudeste (e ao qual estaria associada a parte inferior de um moinho), e cujos paralelos monumentais, em termos ibéricos, parece ser apenas possível reencontrar na villa de Monroy, nas proximidades de Cárceres. Foi ainda encontrado um lajeado a circundá-lo, bem como uma vasta camada de telhas, eventualmente pertencente a uma passagem coberta que estabeleceria a ligação entre a villa fructuaria, composta do celeiro e do lagar, e a área residencial, constituída pela domus e pelo complexo termal. O resultado assim obtido interessou as entidades oficiais mais directamente envolvidas na prossecução dos trabalhos, cujo apoio financeiro e logístico permitiram concentrar a investigação na área da villa fructuaria. Escavou-se, então, um lagar para obtenção de azeite, como parece testemunhar um peso de sarilho semelhante aos usados nestas estruturas. E foi inserido nesta construção agrícola que se detectou um forno de cozer pão, depois de ter sido destituído da sua função inicial, após o século IV. De par com a pars urbana, a pars rustica seria abastecida de água proveniente de um "tanque-represa" com base revestida a opus signinum erguido junto à ribeira que corre nas proximidades.
A investigação conduzida nas termas permitiu identificar o hipocausto e dois tanques revestidos a opus signinum, ao mesmo tempo que se determinava a ligação entre o domus e o frigidarium. Quanto à domus, propriamente dita, ela revelou uma estrutura bastante delicada, com átrio, peristilo e impluvium circundado de "espelhos de água", assim como determinados pavimentos (incluindo o de um provável triclinium) cobertos de mosaicos policromos de motivos geométricos e paredes decoradas com estuques pintados. Mas, tal como sucede noutros exemplares desta tipologia arquitectónica, a sua estrutura inicial foi alvo de algumas remodelações pontuais, fruto do decorrer dos tempos e das novas necessidades quotidianas que se impunham. Pela análise dos fragmentos cerâmicos recolhidos até ao momento, foi possível identificar duas dessas fases construtivas, ocorridas entre os séculos I e VI d. C.
Relativamente ao espólio associado, encontraram-se vários componentes decorativos, dentre os quais uma carranca com forma canídea e um quadrante solar, para além de um conjunto de fragmentos de cerâmica comum e de terra sigillata, de agulhas, alfinetes de osso, sovelas de ferro, de um molde de cerâmica e de dois "tesouros" de moedas de diferentes cunhagens. Finalmente, foi encontrada uma ara consagrada à divindade indígena Triborunnis por um dos primeiros proprietários da uilla, T(itus) Curiatius Rufinus.
O valor intrínseco deste arqueosítio foi entretanto revestido de maior grandeza com a descoberta de uma necrópole na margem oposta, constituída pelo ustrinum (local de cremação dos corpos) e por mais de duas dezenas de enterramentos com urnas de incineração de inumação, estas últimas sem qualquer espólio, sendo, no entanto, de destacar a presença de uma lucerna decorada com a figura da deusa Diana numa das sepulturas de cremação.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens24
Nº de Bibliografias17

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Subsídios para a carta arqueológica do concelho de Cascais", Arquivo de CascaisENCARNAÇÃO, José d'Edição1984Cascais5, pp. 23-30
"Freiria", Informação ArqueológicaENCARNAÇÃO, José d'Edição1986Lisboa7, pp. 50-51
"Villa romana de Freiria. 2ª campanha", Informação ArqueológicaENCARNAÇÃO, José d'Edição1987Lisboa8, pp. 43-45
"A Villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana)", ArqueologiaENCARNAÇÃO, José d'Edição1988Porto18, pp. 179-181
"Cascais no tempo dos romanos", Revista de ArqueologiaENCARNAÇÃO, José d'Edição1990Lisboa1, pp. 59-74
"Villa romana de Freiria. Campanhas de 1997 e 1998", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição1998Almada2.ª Série: 7. pp. 181-182
"A villa romana de Freiria (Cascais) e o seu enquadramento rural", Revista de Arqueologia da Assembleia Distrital de LisboaENCARNAÇÃO, José d'Edição1995Lisboa2, pp. 51-62
"Economia agrícola da região de olisipo: o exemplo de lagar de azeite da villa de Freiria", Économie et Territoire en Lusitanie romaineENCARNAÇÃO, José d'Edição1999Madrid65, pp. 391-401
"Villa romana de Freiria. 15ª campanha de escavações", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição1999Almada2.ª Série: 8 , p. 212
"Notas sobre a ocupação proto-histórica na villa romana de Freiria", Revista de GuimarãesENCARNAÇÃO, José d'Edição2002Guimarãespp. 741-757
"18ª campanha na villa romana de Freiria", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição2002Almada2.ª série: 11, p. 7
"Trabalhos arqueológicos em Freiria", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição1992Almada2.ª Série: 1, p. 93
"12ª Campanha na villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana, Cascais)", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição1996Almada2.ª Série: 5, pp. 197
"Villa romana de Freiria", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição1999Almada2ª Série: 8 , p. 212
"A Domus da villa romana de Freiria", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição2001Almada2.ª série: 10, pp. 190-191
"Quadrante solar romano de Freiria (S. Domingos de Rana)", O Arqueólogo PortuguêsCARDOSO, GuilhermeEdição1987Lisboa4.ª série: 5, pp. 219-224
"Subsídios para a carta arqueológica do concelho de Cascais", Arquivo de CascaisCARDOSO, GuilhermeEdição1984Cascais5, pp. 23-30
"Freiria", Informação ArqueológicaCARDOSO, GuilhermeEdição1986Lisboa7, pp. 50-51
"Villa romana de Freiria. 2ª campanha", Informação ArqueológicaCARDOSO, GuilhermeEdição1987Lisboa8, pp. 43-45
"A Villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana)", ArqueologiaCARDOSO, GuilhermeEdição1988Porto18, pp. 179-181
"Cascais no tempo dos romanos", Revista de ArqueologiaCARDOSO, GuilhermeEdição1990Lisboa1, pp. 59-74
"Villa romana de Freiria. Campanhas de 1997 e 1998", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição1998Almada2.ª Série: 7. pp. 181-182
"A villa romana de Freiria (Cascais) e o seu enquadramento rural", Revista de Arqueologia da Assembleia Distrital de LisboaCARDOSO, GuilhermeEdição1995Lisboa2, pp. 51-62
"Um tesouro monetário do Baixo Império na Villa de Freiria (Cascais)", O Arqueólogo PortuguêsCARDOSO, GuilhermeEdição1997Lisboa4.ª série: 13-15, pp. 393-413
"Economia agrícola da região de olisipo: o exemplo de lagar de azeite da villa de Freiria", Économie et Territoire en Lusitanie romaineCARDOSO, GuilhermeEdição1999Madrid65, pp. 391-401
"Villa romana de Freiria. 15ª campanha de escavações", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição1999Almada2.ª Série: 8 , p. 212
"Notas sobre a ocupação proto-histórica na villa romana de Freiria", Revista de GuimarãesCARDOSO, GuilhermeEdição2002Guimarãespp. 741-757
"18ª campanha na villa romana de Freiria", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição2002Almada2.ª série: 11, p. 7
"Trabalhos arqueológicos em Freiria", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição1992Almada2.ª Série: 1, p. 93
"12ª Campanha na villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana, Cascais)", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição1996Almada2.ª Série: 5, pp. 197
"Villa romana de Freiria", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição1999Almada2ª Série: 8 , p. 212
"A Domus da villa romana de Freiria", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição2001Almada2.ª série: 10, pp. 190-191

IMAGENS

Villa romana de Freiria - Vista parcial da escavação

Villa romana de Freiria - Pormenor de mosaico

Villa romana de Freiria - Ara com inscrição

Villa romana de Freiria - Canalizações

Villa romana de Freiria - Vista parcial da escavação

Villa romana de Freiria - Vista parcial da escavação

Villa romana de Freiria - Celeiro

Villa romana de Freiria - Tanque

Villa romana de Freiria - Pormenor de mosaico

Villa romana de Freiria - Celeiro

Villa romana de Freiria - Celeiro

Villa romana de Freiria - Vista aérea

Villa romana de Freiria - Vista geral da escavação

Villa romana de Freiria - Tanques

Villa romana de Freiria - Casa senhorial

Villa romana de Freiria - Vista geral da escavação

Villa romana de Freiria - Vista parcial da escavação

Villa romana de Freiria - Durante os trabalhos de escavação

Villa romana de Freiria - Vaso em cerâmica comum

Villa romana de Freiria - Carranca

Villa romana de Freiria - Vista parcial do celeiro

Villa romana de Freiria - Vista parcial da escavação

Villa romana de Freiria - Pormenor de um compartimento

Villa romana de Freiria - Vaso em cerâmica comum

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