Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Maria Madalena, matriz do Turcifal
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Maria Madalena, matriz do Turcifal
Outras Designações / PesquisasIgreja Matriz do Turcifal / Igreja Paroquial de Turcifal / Igreja de Santa Maria Madalena (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Torres Vedras/Turcifal
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Rogério Figueiroa RegoTurcifal Número de Polícia:
Largo Eng.º. Carlos AlvesTurcifal Número de Polícia:
Largo Brigadeiro França BorgesTurcifal Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.042056-9.265642
DistritoLisboa
ConcelhoTorres Vedras
FreguesiaTurcifal
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002 (ver Decreto)
Edital N.º 15/97 de 4-02-1997 da CM de Torres Vedras
Despacho de autorização e classificação de 23-12-1996 do Ministro da Cultura
Parecer de 10-09-1996 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP
Despacho de abertura de 31-05-1994 do presidente do IPPAR
Proposta de 19-05-1994 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução de processo de classificação
Em 19-11-1993 a CM de Torres Vedras enviou a documentação para instrução do processo de classificação
Em 3-07-1992 foi solicitado à CM de Torres Vedras o envio de documentação para instrução do processo de classificação
Processo iniciado em 1981 no IPPC
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaAs origens da igreja matriz do Turcifal remontam, muito possivelmente, à época medieval, pois há notícia da sua existência em 1353 (TORRES, 1988, p. 86), referindo-se-lhe, também, os registos paroquiais do século XVI (SANTANA, 2002, p. 125). Deste templo primitivo, apenas se conservou o pavimento, com lápides sepulcrais quinhentistas, pois a remodelação de que foi alvo, entre a última década do século XVII e meados da centúria seguinte, alterou profundamente a sua arquitectura, conferindo-lhe a estrutura que hoje conhecemos, e cujo projecto é atribuído a João Antunes, arquitecto régio de D. Pedro II.
De acordo com os mais recentes estudos de Daniel Santana (200, pp. 123-138), que temos vindo a seguir, o início das obras ocorreu alguns anos antes do que era anteriormente aceite, permitindo-nos definir várias campanhas de obras, muito possivelmente, resultantes de diversos constrangimentos financeiros. Assim, o começo dos trabalhos deverá situar-se na década de 1690, e em 1708, data apontada por Frei Cláudio da Conceição (1829, pp. 73-74) para o princípio da obra, já a capela-mor se encontrava concluída, pois a tela do retábulo-mor é de Bento Coelho, falecido a 3 de Março desse mesmo ano (SANTANA, p. 132). As dificuldades financeiras fizeram-se sentir, também, ao nível do retábulo proto-barroco, que nunca foi dourado. Por outro lado, as diferenças de tratamento, ao nível dos materiais utilizados, entre a capela-mor, onde não há mármores, e o corpo da igreja, são significativas. Nesta medida, a cronologia de Frei Cláudio deverá corresponder a um segundo período construtivo, que vai de 1708 a 1749 (data inscrita no portal principal), e no qual se concluiu o corpo da igreja.
A decoração do interior do templo reflecte, naturalmente, estas etapas, e à talha, azulejos e pintura do início de Setecentos, opõem-se as telas das capelas laterais, de época joanina.
A arquitectura da igreja matriz do Turcifal apresenta soluções de grande depuração e sobriedade, que podem ser cotejadas com outros trabalhos da autoria de João Antunes, como a igreja matriz de Alcácer do Sal, onde o modelo utilizado está, também, mais próximo da arquitectura chã. Contrariamente a outras obras inovadoras, como Santa Engrácia ou a igreja do Menino Deus, em Lisboa, o arquitecto régio parece ter optado por um modelo mais "tradicionalista", com planta longitudinal de nave única e capela-mor (IDEM, p. 135). A segunda torre, que certamente fazia parte do projecto original, nunca chegou a ser construída, mas o remate da existente deixa adivinhar a sua conclusão numa época já avançada do século XVIII, pois o contraste entre a fachada e o remate em coruchéu com pináculos, é significativo.
No interior, voltamos a encontrar a linguagem decorativa característica de João Antunes. As paredes da nave são revestidas por embutidos marmóreos, de grande dinamismo, numa solução que se encontrava em perfeita consonância com o que se fazia em muitas das igrejas da capital (GOMES, 1998; SANTANA, 2002, p. 129). Permanece por comprovar, todavia, a ligação entre esta igreja e D. Pedro II, que teria contribuído para a sua edificação (IDEM, p. 126).
Por sua vez, também o risco do retábulo-mor é atribuído ao arquitecto régio, com base na comparação com o da igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Atouguia da Baleia (IDEM, p. 137).
Edificada em épocas diferenciadas, a igreja de Santa Maria Madalena ganha especial importância no contexto da arquitectura de finais de Seiscentos por representar uma das soluções utilizadas por João Antunes, cuja depuração contrasta vivamente com o interior dinâmico e que conjuga diversas técnicas e discursos plásticos, numa solução barroca, de "obra de arte total".
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Obra crespa e relevante. Os interiores das Igrejas lisboetas na segunda metade do século XVII - alguns problemas", Bento Coelho 1620-1708 e a Cultura do seu tempoSOBRAL, Luís de MouraEdição1998Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
"A igreja matriz do Turcifal e a arquitectura barroca da órbita de João Antunes", Estudos de História da Arte. Novos Contributos, pp. 123-138SANTANA, DanielEdição2002Lisboa
Gabinente Histórico que a Sua Magestade Fidelissima o Senhor Rei D. Miguel em o Dia dos seus Felicissimos anos 26 de Outubro de 1828 Offerece Fr. Claudio da ConceiçãoCONCEIÇÃO, Frei CláudioEdição1829Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Torres Vedras : passado e presenteRODRIGUES, Cecília TravancaEdição1996Torres Vedras
Descrição histórica e económica da vila e termo de Torres VedrasTORRES, Manuel Agostinho MadeiraEdição1861Coimbra

IMAGENS

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