Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Conjunto formado pela casa, quinta e construções anexas vulgarmente designado por "Quinta Mazziotti" ou "Quinta do França"
Designação
DesignaçãoConjunto formado pela casa, quinta e construções anexas vulgarmente designado por "Quinta Mazziotti" ou "Quinta do França"
Outras Designações / PesquisasSolar da Quinta Mazziotti / Solar da Quinta do França (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Quinta
TipologiaQuinta
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Sintra/Colares
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Estrada de Colares-PenedoColares Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.799164-9.45208
DistritoLisboa
ConcelhoSintra
FreguesiaColares
Proteção
Situação ActualEm Vias de Classificação
Categoria de ProtecçãoEm Vias de Classificação (Homologado como IIP - Imóvel de Interesse Público)
CronologiaEdital N.º 196/93 de 27-08-1993 da CM de Sintra
Edital N.º 143/92 de 3-06-1993 da CM de Sintra
Despacho de homologação de 20-05-1984 do Ministro da Cultura
Parecer favorável de 4-05-1984 da Assessoria Técnica do IPPC
Proposta de 17-10-1983 do IPPC para o alargamento da classificação, de forma a abranger dois mirantes da quinta
Edital N.º 79/81 de 16-06-1981 da CM de Sintra
Despacho de concordância de 15-05-1981 do Secretário de Estado da Cultura
Parecer de 21-04-1981 da Comissão "ad hoc" do IPPC a propor a classificação do conjunto formado pela casa, quinta e construções anexas vulgarmente designado por "Quinta Mazziotti" ou "Quinta do França" como IIP
Proposta de classificação de 24-03-1981 do IPPC
Em 6-03-1981 foi dado conhecimento à CM de Sintra de que a quinta se encontrava em vias de classificação
Despacho de 25-06-1980 da diretora-geral da DGPC a determinar que se estude com urgência a classificação
Processo iniciado em 1980 na DGPC
ZEPDespacho de homologação de 4-02-1986 do presidente do IPPC
Parecer favorável de 28-01-1986 do Conselho Consultivo do IPPC
Proposta de 30-01-1985 da CM de Sintra para alargamento da ZEP
Despacho de homologação de 10-05-1984 do Ministro da Cultura
Parecer favorável de 4-05-1984 da Assessoria Técnica do IPPC
Proposta de 17-10-1983 do IPPC para alteração da ZEP a estabelecer, face à proposta de alargamento da classificação, de forma a abranger dois mirantes da quinta
Despacho de concordância de 15-06-1981 do Secetário de Estado da Cultura
Parecer favorável de 5-06-1981 da Comissão "ad hoc" do IPPC
Proposta de 25-08-1981 do IPPC
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património MundialAbrangido pela Zona Tampão da "Paisagem Cultural e Natural de Sintra", incluída na Lista de Património Mundial - ZEP (nº 2 do art.º 72.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro)
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA propriedade tem as suas origens no final do século XVI, em pleno domínio espanhol de Portugal. Em 1588, Filipe II concedeu a um músico da sua corte, António Roiz de Arouche, os direitos sobre as águas da Serra de Sintra, estatuto que o fez entrar na posse das antigas Quintas da Costa do Penedo e da Urca. Das primeiras edificações então realizadas, nada chegou até nós, desconhecendo-se, por completo, quais as infra-estruturas patrocinadas por Arouche. O conjunto habitacional que hoje se pode contemplar data do século XVIII e foi originado a partir da venda da propriedade por Manuel Francisco de Arouche, em 1758. O novo dono, Bento Pereira Chaves, era cavaleiro da Ordem de Cristo, criado de D. José, fundidor da Casa da Moeda e, mais importante pela ligação à propriedade, sargento-mor de Colares, o que explica a opção por este espaço para sua residência.
A partir desta data, a então Quinta da Porta, ou dos Fiéis de Deus, foi objecto de uma ampla reforma arquitectónica, continuada posteriormente por seus filhos, José Dias Pereira Chaves e Sebastião Dias Pereira Chaves, este último afilhado do Marquês de Pombal. Paralelamente, a rainha D. Mariana Vitória aumentou a propriedade em cerca de 1200 hectares, o que permitiu a definição dos amplos jardins que circundam o conjunto edificado.
Este, é um típico solar barroco de planta em "L", organizado a partir de um pátio central dotado de fonte axial. Dois corpos longitudinais de dois pisos (um deles passando a três por causa do acentuado desnível de terreno numa das extremidades) estruturam as zonas habitacionais. Na fachada virada à via pública, voltada a Sudeste, pode verificar-se a organização dos vãos e sua hierarquia: assim, enquanto que, no andar térreo, as janelas são quadrangulares, as do piso superior são rectangulares, de maior abertura, e sublinhadas por pequeno friso e parapeito ligeiramente saliente. Esta organização dos vãos, simétrica e racionalizada, demonstrando grande cuidado com o ritmo dos alçados, repete-se em todo o restante conjunto e institui-se como uma marca clara da construção.
Dois portões, entre grossos pilares almofadados rematados com vasos, permitem o acesso ao interior, existindo ainda um terceiro portão, de tipologia semelhante, mas cujos pilares são encimados por bustos de figuras femininas míticas. No jardim fronteiro ao solar, para além da fonte que secciona o espaço, existe o acesso ao interior da casa, feito somente ao nível do andar nobre e a partir de longa escadaria que leva ao portal principal, que é decorado superiormente com motivo concheado. No interior do solar, importa destacar a Sala Alta, ou salão nobre, cujas paredes são revestidas por uma vintena de painéis de azulejos azuis e brancos, com temas alusivos à caça e realizados já sob o signo do Rococó. Do conjunto faz ainda parte uma pequena capela de planta longitudinal, dedicada a Nossa Senhora do Carmo e decorada interiormente com azulejos pombalinos e pinturas murais que simulam soluções de talha, integrando a capela-mor um retábulo de talha dourada com tela central alusiva ao orago.
No geral, esta propriedade apresenta uma campanha arquitectónica muito coerente e realizada ao longo de toda a segunda metade do século XVIII. Infelizmente, a centúria seguinte não permitiu uma mesma dinâmica construtiva. Em 1830, Maria do Carmo, filha única de Sebastião Chaves, casou com António Mazziotti, diplomata italiano de serviço no nosso país, passando a quinta a ter o seu nome. Três décadas mais tarde, o conjunto apresentava já sinais de decadência, fruto da inversão económica dos seus proprietários. No final do século, a única herdeira da propriedade, Maria do Carmo Mazzotti, casou com o médico Carlos França, ficando a quinta na posse da sua família até 1980.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Quintas e palácios nos arredores de LisboaSTOOP, Anne deEdição1986Lisboa
Cintra pituresca, ou memoria descriptiva da Villa de Cintra, Collares, e seus arredores...LACERDA, João António de Lemos Pereira (Visconde de Juromenha)Edição1838Lisboa
SintraSERRÃO, VítorEdição1989Lisboa
Casas Nobres de PortugalBINNEY, MarcusEdição1987Lisboa
Sintra. A Paisagem e Suas QuintasSILVA, José Cornélio daEdição1989Lisboa
Sintra. A Paisagem e Suas QuintasLUCKHURST, GeraldEdição1989Lisboa

IMAGENS

Quinta Mazziotti - Portão de acesso

Quinta Mazziotti - Vista parcial (arco de passagem)

Quinta Mazziotti - Vista parcial

Quinta Mazziotti - Fachada principal

Quinta Mazziotti - Fachada principal: lápide com inscrição

MAPA

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