Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Cinema São Jorge, incluindo o património integrado
Designação
DesignaçãoCinema São Jorge, incluindo o património integrado
Outras Designações / PesquisasCinema São Jorge (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Cinema
TipologiaCinema
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Santo António
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida da LiberdadeLisboa Número de Polícia: 175-175 B
Rua Júlio César MachadoLisboa Número de Polícia: 8-10
LATITUDE LONGITUDE
38.720345-9.146521
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaSanto António
Proteção
Situação ActualEm Vias de Classificação
Categoria de ProtecçãoEm Vias de Classificação (com Despacho de Abertura)
Cronologia (A designação só será alterada para património móvel integrado com a publicação da portaria de classificação)
(Projeto de diploma enviado à tutela para publicação, tendo sido devolvido com pedido de melhor fundamentação)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 14-07-2022 da subdiretora-geral da DGPC
Anúncio n.º 37/2019, DR, 2.ª série, n.º 53, de 15-03-2019 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 28-11-2018 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 12-01-2017 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a classificação como MIP
Anúncio n.º 244/2015, DR, 2.ª série, n.º 210, de 27-10-2015 (ver Anúncio)
Despacho de 27-08-2015 do diretor-geral da DGPC a determinar a abertura de novo procedimento da classificação
Proposta de 7-08-2015 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para abertura de novo procedimento de classificação
Despacho de homologação de 26-10-1989 do Secretário de Estado da Cultura (processo perdido)
ZEP(Projeto de diploma enviado à tutela para publicação, tendo sido devolvido com pedido de melhor fundamentação)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 14-07-2022 da subdiretora-geral da DGPC
Anúncio n.º 37/2019, DR, 2.ª série, n.º 53, de 15-03-2019 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 28-11-2018 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Em 13-02-2017 foi solicitado à CM de Lisboa parecer sobre a proposta de ZEP
Proposta de 12-01-2017 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
O Cinema São Jorge, localizado na Avenida da Liberdade, em Lisboa, foi projetado como uma sala de exceção, desde logo pela sua capacidade de 1827 lugares (913 na plateia e 914 nos três grupos do balcão). Este facto obrigou à ampla utilização de betão armado, nomeadamente para vencer o arrojado vão do balcão. A enorme sala foi concebida com os conceitos e com a tecnologia mais avançada à época, nomeadamente a sua disposição espacial, com a planta de piso inclinado, forma trapezoidal, ecrã localizado no lado menor e lado maior convexo para servir de diretriz às filas de cadeiras concêntricas. Inovações que se estendiam aos equipamentos de ar condicionado, aquecimento, vácuo e eletricidade, para além de requintes como o palco elevatório com o famoso órgão Compton que fazia a diferença face às salas da concorrência. Conforto e distinção que se procurou ainda com a criteriosa seleção de materiais (madeiras, alcatifas e estuques) e de desenho (nomeadamente em termos de iluminação indireta).
São ainda de destacar os dois foyers (plateia e balcão), importantes condensadores sociais, espaços dentro do espaço, verdadeiros protagonistas da ação, com as suas generosas dimensões, de fácil acesso ao exterior (segurança na evacuação), inundados de luz natural, cuidada decoração e iluminação indireta (de Fred Kradofler), e serviços associados (bar, bengaleiro e instalações sanitárias de exceção) que convidavam aos encontros sociais que o ritmo das sessões e do negócio então permitiam.
A sua mole apresenta uma monumentalidade justificada, ao nível da fachada principal, pelo virtuosismo de conseguir animar uma gigantesca fachada quase cega, onde funcionalmente pouco acontece, com um caráter de necessidade subtil pelos motivos com que se desenha, nomeadamente as longas faixas verticais que, em disposição central, estruturam todos os outros motivos arquitetónicos que giram à sua volta e permitem, além do mais, o jogo de iluminação noturna e a suspensão de grandes telas publicitárias.
História
A ideia do Cinema São Jorge começa a tomar forma quando o industrial João Rocha faz sociedade com a empresa Rank British Picture Corporation constituindo, para o efeito, a Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas, Lda.
O processo inicia-se com dois anteprojetos em 1947, da responsabilidade dos arquitetos Leonard Allen e Fernando Silva. O projeto final data de fevereiro de 1950 e é da responsabilidade de Fernando Silva.
A conceção do Cinema São Jorge revelou-se um enorme desafio pela importância urbana da sua localização, pela necessidade de otimizar o investimento (maximização do número de lugares), pelas incertezas ao nível das diretrizes camarárias (a hipotética realização de um PU para o local), pelo rigor da legislação em vigor (nomeadamente em termos de segurança), pela grande exigência de conforto (pelo nível de qualidade e prestígio associado à empresa britânica), pela urgência da conclusão da obra (face à saída iminente da lei de proteção ao teatro e, ainda, pela antecipação à concorrência dos cinemas Monumental e Império) a que acrescem as dificuldades colocadas por um lote relativamente pequeno e com uma pendente significativa.
A sala abre ao público a 24 de fevereiro de 1950. Nesse mesmo ano vence o Prémio Municipal de Arquitetura.
Passadas as décadas de ouro do cinema, a sala do São Jorge passa por graves dificuldades económicas com a agravante de ser uma das maiores salas da capital, o que leva a que se sucedam os projetos de reconversão tendo em vista a sua rentabilização. É assim que em 1981, com projeto do engenheiro Artur Pinto Martins, a sala é subdividida em três, permitindo o seu funcionamento durante mais uma década. Em 1991 a CML decide-se pela sua compra e adapta o espaço a um leque alargado de espetáculos, como o teatro e a música, para além do cinema.
Paulo Duarte
DGPC, 2016
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPJardim Botânico de Lisboa
Outra ClassificaçãoAvenida da Liberdade
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970. Um Património a Conhecer e SalvaguardarAA.VV.Edição2004LisboaCatálogo que organiza o trabalho de levantamento e rastreio divulgado na exposição itinerante ¿Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970¿ que o IPPAR organizou e que tem vindo a ser apresentada em todo o território nacional e Moçambique. Conjunto de textos de enquadramento e fichas das obras mais representativas de um período de rara criatividade e de verdadeira internacionalização da arquitectura portuguesa, oferecendo simultaneamente uma visão global de toda uma época e sob as mais diversas perspectivas críticas e temáticas.
Coordenação científica da Arqª. Ana Tostões.
A Arte em Portugal no século XXFRANÇA, José-AugustoEdição1991Lisboa
Arquitectura Moderna e Obra Global a partir de 1900TOSTÕES, AnaEdição2009PortoColecção Arte Portuguesa - Da Pré-História ao Século XX, n.º 16
"Os Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa dos Anos 50"Obra

IMAGENS

Cinema São Jorge - Fachada principal

Cinema São Jorge - Fachada principal

Cinema São Jorge, incluindo o património integrado - Planta com a delimitação e a ZGP em vigor

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