Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela românica de Moreira do Lima
Designação
DesignaçãoCapela românica de Moreira do Lima
Outras Designações / PesquisasCapela do Espírito Santo
Capela de Moreira do Lima / Capela Românica de Moreira Lima / Capela do Espírito Santo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Ponte de Lima/Cabração e Moreira do Lima
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 202 e E.N. 524Moreira do Lima Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.787584-8.61569
DistritoViana do Castelo
ConcelhoPonte de Lima
FreguesiaCabração e Moreira do Lima
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 44 075, DG, I Série, n.º 281, de 5-12-1961 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA capela do Espírito Santo de Moreira de Lima é uma daquelas construções tardias mas (paradoxalmente ?) arcaizantes, que provam como o Românico foi o estilo de eleição das regiões centro e Norte do país durante largas décadas da Baixa Idade Média, cobrindo densamente vastas regiões interiores e periféricas.
Quer a sua origem, quer a sua função primeira não estão devidamente esclarecidas. Algumas opiniões recuam a primitiva edificação à década de 60 do século XI (Cf. GRAF, 1986, vol.2, p.39; RODRIGUES, 1995, p.226), momento que, a ser verdadeiro, dele nada sobreviveu. A localidade teve, nessa altura, uma igreja paroquial, dedicada a São Cipriano e de que resta apenas a "inscrição comemorativa da conclusão das obras (e da sagração?)" (BARROCA, 2000, p.78), em silhar avulso actualmente colocado na sacristia da igreja de Moreira de Lima. Mas, até ao momento, não se conhecem quaisquer vestígios materiais pré-românicos da capela do Espírito Santo.
Nos séculos seguintes, a história do templo não é melhor conhecida. A grande maioria dos autores reconhece que, na segunda metade do século XII, por patrocínio dos Templários, a capela foi edificada (BARREIROS, 1926, p.24), e faria parte de "um vasto complexo arquitectónico" (ALVES, 1982, p.98). As características estilísticas que evidencia, contudo, refutam esta tão remota antiguidade, e colocam o templo em finais do século XIII (IDEM, p.98, nota 124) ou, em alternativa, em pleno período terminal da Idade Média, pelos séculos XIV ou XV (ALMEIDA, 1987, p.118). Estas opiniões contrárias podem não ser, efectivamente, contraditórias, pois é natural que, numa construção de finais do século XII (como parece querer indicar o perfil da maioria dos modilhões), se tenha refeito os portais, como pensou Gerhard Graf (1986, vol.2, p.39).
Estruturalmente, a capela insere-se numa tipologia típica do Românico tardio e de resistência: dois corpos rectangulares justapostos, sendo a nave mais alta e larga que a capela-mor, com cobertura interior de madeira e telhado de duas águas assentando sobre pesada cachorrada de modilhões bastante decorados.
Estilisticamente, todavia, comporta elementos já claramente conotados com o Gótico. O principal exemplo deste novo "modo" artístico é dado pelo portal principal, de arco quebrado sem tímpano e composto por três arquivoltas de decoração distinta: "a interior afunilada, a segunda canelada e a terceira chanfrada na aresta e decorada com esferas" (ALVES, 1982, p.98), este último um motivo frequente em muitas construções tardo-medievais do Norte do país. Sobrepõe-se-lhe uma janela igualmente apontada, terminando a frontaria em empena triangular encimada por cruz axial.
Para os diversos autores que se têm dedicado a esta capela, o principal motivo de interesse não é a sua cronologia, mas sim a variada decoração dos seus modilhões, que constitui "uma das mais interessantes galerias de tipos "humanos" do românico português" (RODRIGUES, 1995, p.226). Com efeito, e ainda que se duvide da datação românica da obra, não parecem restar muitas dúvidas de que os elementos escultóricos da cachorrada continuam, de forma clara e qualitativamente excepcional, o gosto românico. Aguiar Barreiros e Jorge Rodrigues dedicaram-lhes especial atenção e evidenciaram tipologias e intenções iconográficas diferenciadas: a ironia e a teatralidade de homens de faces deformadas; o carnavalesco do humanizado gato sorridente; a virtude de um homem orando; as alusões morais e satíricas de bustos representando diferentes atitudes quotidianas; etc. Uma referência importante neste contexto é a que é dada pelo capitel do lado Sul do portal principal, onde se retratou o pecado original: duas cabeças humanas (representações sumárias de Adão e de Eva) envoltos por uma serpente.
Na segunda metade do século XVII, o templo voltou a ser objecto de obras. Refez-se o arco triunfal, provavelmente em 1678, e seguiu-se a encomenda do retábulo-mor, obra datada de 1688, e do frontal de altar.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1972Porto
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Portugal roman, vol. IIGRAF, Gerhard N.Edição1986
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
"Igrejas e Capelas românicas da Ribeira Lima", Caminiana, ano IV, nº7, pp.47-118ALVES, LourençoEdição1982Caminha
Egrejas e Capelas Românicas de Ribeira LimaBARREIROS, Manuel de AguiarEdição1926Porto
"A capela românica de Moreira de Lima", O Comércio do Porto, 25/9/1977LIMA, António FernandesEdição1977Porto
Monografia de Calheiros e Moreira de LimaMORAIS, Adelino Tito deEdição1990Ponte de Lima
Inventário Artístico da Região Norte - III (Concelho de Ponte de Lima)Edição1974Portosérie «Estudos Regionais» - n.º 10
A românica capela do Espírito Santo em Moreira de LimaEdição1942Viana do Castelo

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