Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Conjunto da Igreja de Nossa Senhora do Cabo, casa dos círios e terreiro
Designação
DesignaçãoConjunto da Igreja de Nossa Senhora do Cabo, casa dos círios e terreiro
Outras Designações / PesquisasSantuário do Cabo Espichel
Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua / Santuário de Nossa Senhora do Cabo / Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel / Santuário de Nossa Senhora da Pedra da Mua (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Conjunto
TipologiaConjunto
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Sesimbra/Sesimbra (Castelo)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Cabo Espichel Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.420192-9.215101
DistritoSetúbal
ConcelhoSesimbra
FreguesiaSesimbra (Castelo)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaEm 23-02-1998 foi dado conhecimento à CM de Sesimbra de que, estando já classificado, o processo de reclassificação não era prioritário
Proposta de 22-10-1997 da CM de Sesimbra para a reclassificação para MN
Decreto n.º 37 728, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1950 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 6-11-1963, publicada no DG, II Série, n.º 280, de 29-11-1963 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 6-11-1963, publicada no DG, II Série, n.º 280, de 29-11-1963
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914631
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSitua-se no Cabo Espichel, onde, de acordo com a lenda, ocorreu uma aparição de Nossa Senhora. São, no entanto, várias as histórias ligadas a este culto, remontando o que chegou até nós, e que motivou o complexo arquitectónico que hoje conhecemos, ao ano de 1410, quando dois velhos da Caparica e de Alcabideche, encontraram a imagem de Nossa Senhora do Cabo, em consequência de um sonho que ambos tiveram. É de grande interesse a iconografia que relata estes episódios, patente nos painéis de azulejo que revestem o interior da Ermida da Memória. Esta, parece ter sido implantada no local onde foi descoberta a imagem, e constitui o elemento mais antigo deste conjunto arquitectónico. De planta rectangular, com cúpula boleada, remonta, com certeza, ao século XV (SERRÃO, SERRÃO, 1997, p. 126).
Na realidade, do primitivo santuário referido pelas Visitações da Ordem de Santiago, nada resta. A estrutura que hoje observamos resulta de uma vasta intervenção setecentista, na qual o próprio rei D. Pedro II colocou grande empenho. O culto a Nossa Senhora do Cabo e as romarias com os círios, que atraíam crentes de diversos locais ao Cabo Espichel, ganhou importância ao longo dos tempos, intensificando-se, naturalmente, entre o final do século XVII e o início da centúria seguinte. Esta situação pode ser cotejada com o surgimento, em vários pontos do país, de santuários de peregrinação, que recuperaram tradições antigas, e criaram uma maior proximidade entre a religião e a natureza sacralizada, monumentalizando as possibilidades cenográficas destes espaços, tão ao gosto do barroco. No caso do cabo Espichel, o cenário enquadra-se perfeitamente nesta tendência teatral, que a intervenção do reinado de D. Pedro veio potenciar.
As habitações para os peregrinos e romeiros existiam já no século XVIII, mas dispostas sem critério. As obras iniciadas em Setecentos vieram, por assim dizer, ordenar um espaço até então algo ambíguo. A intervenção teve início pela igreja, em 1701. É possível que estivesse concluída em 1707, mas a verdade é que as campanhas decorativas do interior prolongaram-se até, pelo menos, 1740, data em que Lourenço da Cunha pintou o tecto (IDEM). Pelas suas características, este templo "sóbrio e chão", com fachada ladeada por torres, aberta por três portais no piso térreo a que correspondem outras tantas janelas ao nível do coro de linhas tardo-maneiristas, e terminada por frontão triangular com elementos barrocos, tem vindo a ser atribuído ao arquitecto régio João Antunes, ou ao Padre Francisco Tinoco da Silva (IDEM; p. 123). O interior parece corroborar a primeira hipótese, pela utilização de mármores brancos e negros, que enquadram 10 altares de talha vulgar (1718-1722), sobre os quais se exibem telas anónimas relativas a episódios da Vida da Virgem (1743) e o já referido tecto, ilusionista. Na capela-mor, o retábulo, de Estilo Nacional, acolhe a imagem de Nossa Senhora do Cabo, e a tribuna real é uma obra posterior, de 1770.
Na sacristia, importa referir as tábuas do denominado Mestre da Lourinhã, porventura apeadas do anterior retábulo quinhentista.
As duas fiadas de habitações para os romeiros foram iniciadas em 1715, mas a sua forma definitiva ocorreu apenas entre 1745 e 1760. Criando duas linhas que conduzem à igreja, elas acentuam a cenografia do templo, ao mesmo tempo que realçam um jogo de vãos, de cheios e vazios, de claro-escuro através da arcaria e janelas do piso superior, numa arquitectura saloia, mas de grande interesse e monumentalidade. Ao centro, desenvolve-se o vasto espaço do arraial.
Uma última referência para a Casa da Água, de 1770, onde termina o aqueduto da Azóia. De planta hexagonal, é antecedida por uma escadaria, e apresenta um traçado classicista. No interior, uma fonte rocaille e revestimento azulejar.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens27
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Dom João V e a arte do seu tempoCARVALHO, Aires deEdição1962
Sesimbra monumental e artísticaSERRÃO, Eduardo da CunhaEdição1986Sesimbra
Sesimbra monumental e artísticaSERRÃO, VítorEdição1986Sesimbra
"Falsos espaços e ilusão arquitectónica no tecto da nave do Santuário do Cabo Espichel", Sesimbra Cultural, n.º 4MELLO, MagnoEdição1994Sesimbra
"A conservação do Património Cultural no Concelho de Sesimbra", Sesimbra Cultural, n.º 1Edição1991Sesimbra

IMAGENS

Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel - Portaria data de 06-11-1963 e publicada no DG, II Série, n.º 280, de 29-11-1963 - Texto e planta do diploma

Jazida Icnofósseis dos Lagosteiros - Vista geral (CMS, 2012)

Jazida Icnofósseis dos Lagosteiros - Pormenor (CMS, 2012)

Jazida Icnofósseis dos Lagosteiros - Vista geral (CMS, 2012)

Jazida de Icnofósseis da Pedra de Mua - Vista geral (CMS, 2012)

Jazida de Icnofósseis da Pedra de Mua - Vista geral (CMS, 2012)

Santuário do Cabo Espichel - Vista geral do terreiro (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Vista geral do terreiro (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Vista geral do terreiro e cruzeiro (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Terreiro e cruzeiro (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Pormenor da casa dos peregrinos (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Arcaria da casa dos peregrinos (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Recinto da Casa da Água (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Ermida da Memória: vista geral (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Ermida da Memória: face nascente (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Interior da igreja: nave e capela-mor (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Enquadramento geral da Ermida da Memória (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Placa toponímica (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Aqueduto da Azóia: vista parcial (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Aqueduto da Azóia: arco (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Recinto da Casa da Água (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Casa da Água: vista geral (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Interior da igreja: nave e capela-mor (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Interior da igreja: tecto da nave pintado por Lourenço da Cunha em 1740 (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Ermida da Memória: face sul (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Aqueduto da Azóia: vista parcial (CMS, 2015)

Santuário do Cabo Espichel - Casa da Água: enquadramento geral (CMS, 2015)

MAPA

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