Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Marcos graníticos n.os 31 e 32
Designação
DesignaçãoMarcos graníticos n.os 31 e 32
Outras Designações / PesquisasMarcos na Quinta de São Cosme / Marcos de Demarcação da Zona de Produção de Vinhos Generosos do Douro em Sabrosa (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Marco
TipologiaMarco
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Sabrosa/São Martinho de Antas e Paradela de Guiães
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Quinta de São Cosme- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.214562-7.647261
DistritoVila Real
ConcelhoSabrosa
FreguesiaSão Martinho de Antas e Paradela de Guiães
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 35 909, DG, I Série, n.º 236, de 17-10-1946 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Erigidos na Quinta de São Cosme, localizada na freguesia de Paradela de Guiães, em Sabrosa, os marcos graníticos n.º 31 e 32 integram um extenso conjunto de outros exemplares da mesma tipologia que demarcam geograficamente a denominada Região Vinhateira do Alto Douro, ou Alto Douro Vinhateiro.
O marco n.º 31, situado à esquerda da porta de entrada do armazém da propriedade, forma um paralelepípedo de remate liso, de 76 cm de altura por 40 cm de largura, exibindo na face principal, voltada ao caminho, a inscrição "FEITORIA 1761", distribuída por três linhas e rematada por filete. Exibe lacunas nas arestas.
O marco n.º 32, situado à direita da porta de entrada do mesmo armazém, tem uma estrutura igual ao anterior, com 72 cm de altura por 43 cm de largura, apresentando na face principal, voltada ao caminho, a inscrição "FEITORIA 1761", distribuída por três linhas e rematada por filete. Exibe uma lacuna no canto superior esquerdo.
História
Embora se conheçam referências documentais ao Vinho do Porto desde o terceiro quartel do século XVII, será a partir do Tratado de Methuen, celebrado em 1703 entre Portugal e Inglaterra, que este produto começou a granjear o prestígio que ainda hoje detém. O referido acordo entre as duas coroas estimulou de forma notória a produção nacional, procedendo-se então à reestruturação dos vinhedos e elegendo-se os terrenos da zona do Cima Corgo para a sua produção.
No entanto, a elevada produção da região, que transformou totalmente a sua paisagem e passou a dedicar-se em exclusivo à vinha, levou a uma crise de superprodução de vinho, apenas ultrapassada com a criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, no ano de 1756, por iniciativa do ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal. O estabelecimento da Companhia teve como objetivo demarcar a região vinícola do Alto Douro, garantindo assim a qualidade do vinho e criando a primeira zona mundial de origem controlada no sentido em que é hoje entendido esse conceito.
Foi justamente no âmbito desta medida que em 1757 se procedeu à demarcação da área dos terrenos de produção vinícola, ou dos vinhos de "feitoria", através da colocação de 201 marcos de granito, aos quais se juntaram, em 1761, mais 134 marcos. Este vasto conjunto de imponentes padrões de pedra marca uma extensa região que se estende ao longo do troço médio do vale do Douro e parte dos seus afluentes, definida entre Barqueiros e Freixo de Espada à Cinta, subdividindo-se, grosso modo, nas três sub-regiões do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior.
Executados em granito, estes padrões paralelepipédicos foram gravados com a designação "Feitoria", havendo nalguns casos a adição do ano em que foram colocados. A demarcação e a respetiva colocação dos marcos foram realizadas pela Comissão Demarcante, constituída por Carvalho e Melo; o texto resultante deste trabalho permite identificar as vinhas demarcadas, os seus proprietários e o local de implantação original do marco.
Em 1946 grande parte dos marcos pombalinos foram classificados como de interesse público, sendo então catalogados com um número. Estão integrados na classificação do Alto Douro Vinhateiro, inscrito em 2001 na lista de Património Mundial da UNESCO e classificado como Monumento Nacional desde 2010.
Os marcos classificados com os n.º 31 e 32 correspondem, respetivamente, ao décimo primeiro e ao décimo marcos da fase de adição à demarcação primitiva da freguesia de Guiães, sendo originalmente colocados na vinha que pertencia a João Baptista Barros, junto ao rio Ceira.
À data da sua classificação, os marcos estavam já na Quinta de S. Cosme, no armazém, servindo o n.º 32 de padieira da porta. Foram, depois, recuperados e limpos, estando atualmente colocados à porta do edifício.
Catarina Oliveira
DGPC, 2018
(com a colaboração do Museu do Douro)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
As demarcações pombalinas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1951Porto3 vols., 1949 - 1951
Marcos da DemarcaçãoAA.VV.Edição2007Peso da Régua
As demarcações marianas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1996Porto

IMAGENS

Marcos graníticos n.os 31 e 32 - Marco n.º 31

Marcos graníticos n.os 31 e 32 - Marco n.º 32

MAPA

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