Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Monforte
Designação
DesignaçãoCastelo de Monforte
Outras Designações / PesquisasCastelo de Monforte de Rio Livre / Castelo e cerca urbana de Monforte (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Chaves/Santo António de Monforte
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Outeiro da Serra do BrunheiroMonforte Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.762441-7.355891
DistritoVila Real
ConcelhoChaves
FreguesiaSanto António de Monforte
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 37 728, DG, I Série, n.º 4, de 5-01-1950 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA ascensão de Monforte de Rio Livre a cabeça de território aconteceu no reinado de D. Afonso III, no mesmo processo de organização da fronteira setentrional tentada por este monarca e que deu origem, por exemplo, ao castelo de Montalegre (GOMES, 1993, p.183). A sua primitiva forma, todavia, parece ter-se consumado ainda no século XII, altura em que se encontra documentado um nobre tenente do castelo (GOMES, 2003, p.171). Paralelamente, alguns autores apontam também como provável origem do povoado o período proto-histórico, atribuição que se assume como essencialmente tradicional, não se tendo, até agora, identificado quaisquer vestígios materiais que a confirmem.
A maior parte do conjunto actualmente edificado data de finais do século XIII e primeira metade do seguinte. Depois de passada a carta de foral de D. Afonso III, em 1273, a (re)construção da fortaleza continuou pelo reinado de D. Dinis e estaria concluída na primeira metade do século XIV, altura em que se documenta a presença de um alcaide na localidade e se verifica um forte crescimento do espaço urbano.
A torre de menagem, construída em 1312 (GOMES, 2003, p.171), é o principal elemento remanescente e aquele que confere ao castelo a imagem militar por excelência. De planta quadrangular, compõe-se de três andares, escassamente documentados exteriormente por apertadas frestas, e com acesso por porta elevada, de arco em volta perfeita, aberta numa das faces voltadas ao pátio interior do recinto. Em altura desconhecida, este acesso foi protegido por um alpendre, de que ainda restam os vestígios de adossamento do telhado. No piso inferior, a torre possui uma cisterna abobadada, a que se acedia através de uma abertura axial. O piso nobre era o segundo e separava-se do inferior por meio de uma abóbada de berço, de que apenas restam os arranques. Finalmente, o acesso ao adarve exterior era efectuado por uma escadaria em caracol, "integrada na espessura da parede", sendo o coroamento efectuado por uma série de mísulas tripartidas, que suportariam um desaparecido balcão de matacães (TEIXEIRA, 1996).
O castelo propriamente dito compõe-se por um pátio rectangular, delimitado por muralhas de aparelho cuidado, a que se acede por duas portas: a do lado Sul é de arco em volta perfeita e vão relativamente estreito; a do lado ocidental, mais larga e de arco quebrado, era a porta principal, colocando em comunicação o reduto defensivo com a vila medieval. Esta, tinha três portas, e era cercada por uma muralha que se ligava à do castelo e que rompia a simetria do conjunto para proteger uma pequena fonte (GOMES, 2003, p.171). No seu interior, existia a Casa da Câmara, a igreja paroquial e a capela de Nossa Senhora do Prado, edifícios ainda de pé no século XVIII.
O momento de apogeu que o reinado de D. Dinis significou, depressa deu lugar a uma lenta decadência. Menos de um século depois, D. João I viu-se forçado a criar, em Monforte, um couto de homiziados, devendo datar, dessa altura, a barbacã e o fosso que rodeava o castelo nos inícios do século XVI. Por essa altura, D. Manuel renovou o foral da localidade mas, mesmo assim, a medida não foi suficiente para evitar o despovoamento da vila, que contava, por essa altura, "X ou XII vizinhos e todas as outras casas sam derrybadas e feytas em pardieiros" (IDEM, p.172, citando Duarte D'Armas).
A última fase de obras data da Restauração da Independência, a partir de 1640. Nessa altura, construiu-se um "meio baluarte" sobre parte da parcela acrescentada no final da Idade Média e outras estruturas localizadas a Leste da torre de menagem (IDEM, p.172).
Sujeita a obras nos meados do século XX (especialmente a cobertura de betão e telha da torre de menagem - 1962), o local foi alvo de melhoramentos na década de 90, tendo-se efectuado uma campanha arqueológica elementar no interior e dotado o local de parque automóvel e outros melhoramentos, mas o conjunto aguarda, ainda, um projecto de investigação arqueológica global.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Noticias Archeologicas extrahidas do «Portugal Antigo e Moderno» de Pinho Leal, com algumas notas e indicações bibliographicasDIAS, Eduardo RochaEdição1903LisboaPublicado a 1903
Castelos da Raia Vol. II:Trás-os-MontesGOMES, Rita CostaEdição2003Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património Roteiro sistemático das fortalezas raianas do Nordeste português e das circunstâncias da sua construção, análise enriquecida pelo cotejo como seu registo gráfico quinhentista, realizado por Duarte de Armas. O processo de destruição de muitos destes castelos de que Herculano deixou revoltado testemunho, e que se tem prolongado até tempos recentes, faz também parte das reflexões desenvolvidas nesta obra.
Castelos PortuguesesMONTEIRO, João GouveiaEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Castelos PortuguesesPONTES, Maria LeonorEdição2002LisboaLivro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico.
Breves Notas sobre a região do Alto TâmegaMARTINS, João BaptistaEdição1984Chavesp. 41
Chaves. Apontamentos arqueológicosALVES, Francisco ManuelEdição1931Chaves
Chaves AntigaCARVALHO, Augusto César Ribeiro deEdição1929Lisboa
"Por Montes e Vales...Terras de Monforte e Terras de Montenegro", Acquae Flaviae, nº14, pp.11-115AMORIM, João Vaz deEdição1995Chaves
"O povoamento medieval em Trás-os-Montes e no Alto Douro. Primeiras impressões e hipóteses de trabalho", Arqueologia Medieval, nº2, pp.171-190GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1993Porto
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
"Monforte do Rio Livre", Revista de Guimarães, nº57, fasc.3-4, pp.183-190AMORIM, João Vaz deEdição1947Guimarães
De Aquae Flaviae a Chaves. Povoamento e organização do território entre a Antiguidade e a Idade Média, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do PortoTEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição1996Porto
Inventário de sítios com interesse arqueológico do Concelho de ChavesMARTINS, João BaptistaEdição1984Chaves
História da Arte em Chaves - O RomânicoBRÁS, Júlio AlvesEdição2011Chaves

IMAGENS

Castelo de Monforte - Vista geral e envolvente

Castelo de Monforte - Interior do recinto: muralha e escada de acesso ao adarve

Castelo de Monforte -Vista geral e envolvente

Castelo de Monforte - Vista geral

Castelo de Monforte - Vista geral e envolvente

Castelo de Monforte - Pormenor da torre de menagem

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