Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castro Vicente
Designação
DesignaçãoCastro Vicente
Outras Designações / PesquisasCastro de Vila Velha / Castro Cabecinha / Senhor da Fraga / Santo Cristo / Castro Vicente / Castro de Vila Velha / Castro Cabecinha (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Castro
TipologiaCastro
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBragança/Mogadouro/Castro Vicente
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- nos arredores da povoação de Castro Vicente- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.376295-6.82919
DistritoBragança
ConcelhoMogadouro
FreguesiaCastro Vicente
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 40 361, DG, I Série, n.º 228, de 20-10-1955 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaÉ no topo aplanado de uma colina sobranceira à margem direita do rio Sabor, que se ergue o "Castro Vicente", a Sudeste da localidade que lhe deu nome.
Edificado durante a Idade do Ferro desta região do Noroeste peninsular, o povoado foi, à semelhança do que sucedeu com os restantes exemplares da denominada "cultura castreja", dotado de um complexo sistema defensivo, apesar das excelentes condições naturais que apresenta, bem visíveis nas acentuadas pendentes, e mesmo arribas, que o protegem naturalmente nas vertentes Sul, Ocidental e Oriental. Por conseguinte, foi a encosta Norte que acabou por ser reforçada artificialmente, até por ser a única que permitia, à partida, um acesso mais facilitado à plataforma localizada no cume do "Senhor da Fraga", como é também localmente conhecido o cômoro.
É, pois, aqui, que nos deparamos com as remanescências das sucessivas ocupações humanas que aí tiveram lugar. Entre elas, destaca-se, sem dúvida, e como seria de esperar, a presença de alguns troços do antigo muralhado Proto-histórico (ou da "Pré-história Recente"), ainda que a forma como o aparelho pétreo se encontra interligado por argamassa pareça indicar uma cronologia posterior, possivelmente decorrente de uma reutilização do espaço ocorrida tempos depois. E, na verdade, o predomínio de materiais cronologicamente datáveis do período de ocupação romana desta região do actual território português parece reforçar esta ideia. Desde materiais de construção tipicamente romanos, como tegulae e imbrices, até recipientes de uso mais quotidiano, a exemplo de fragmentos de cerâmica comum, de terra sigillata e de dolia (vasos de grande porte, essencialmente destinados ao armazenamento), tudo parece apontar para uma presença romana durante um largo período de tempo, o que, se reitera uma das realidades mais presentes neste tipo de povoados fortificados de altura, a sua ocupação em pleno domínio romano, reafirma, por outro, a excelência geo-estratégica do local, ao mesmo tempo que das suas condições naturais de defesa, a par dos recursos cinegéticos que, no conjunto, permitiam uma ocupação de carácter permanente por parte de uma comunidade humana relativamente alargada, ao ver, assim, suprimidas as suas necessidades mais básicas.
Mas não só, pois elementos tão significativos como exemplares de terra sigillata dizem-nos algo mais, nomeadamente acerca da inserção deste sítio, obviamente em época romana, num modelo de circulação alargada de determinados produtos, que, como no caso desta louça fina, de mesa, não chegaram a ser fabricados no actual solo português. Cerâmica importada, por excelência, a presença de terra sigillata demonstra bem como o povoado desfrutava, à época, de uma economia aberta, certamente proporcionada pelas vias naturais (mas não só) de circulação, das quais o rio Sabor não deveria desempenhar um papel menos importante, ao mesmo tempo que o poder económico fruído pelas gentes que então o ocuparam. Uma situação que parece ser, de algum modo, confirmada pelo facto de a análise efectuada às pastas desta cerâmica ter revelado estarmos em presença de sigillata sud-gálica e hispânica, o que, em termos cronológicos, parece apontar para uma reocupação do local já durante o Alto Império.
O local foi posteriormente apropriado durante a medievalidade, com a edificação de uma capela de invocação a Santo Cristo (ou ao Sr. da Fraga), ainda que fosse objecto de intervenções posteriores que, no conjunto, acabaram por modificar-lhe o plano original, como tantas vezes sucede, numa permanente acomodação a gostos, interesses e necessidades epocais. No seu interior, foram identificados alguns elementos dignos de menção, como uma estela funerária dupla inscrita, uma ara e uma inscrição, para além de três representações aparentemente antropomórficas, executadas em granito e embutidas naquele que é, hoje, o alçado exterior da cabeceira do templo.
[AMartins]
ProcessoNos Arredores da povoação de Castro Vicente
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias8

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roman PortugalALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1988WarminsterPublicado a 1988
A Cultura Castreja no Noroeste de PortugalSILVA, Armando Coelho Ferreira daEdição1986Paços de Ferreira
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arteALVES, Francisco ManuelEdição1934Portovol. 9, p. 718
Povoamento Romano de Trás-os-Montes Oriental, 6 vols., Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade do MinhoLEMOS, Francisco SandeEdição1993Braga6 Vols.
O Leste do Território BracarenseNETO, Joaquim MariaEdição1975Torres Vedrasp. 363
"Catálogo dos monumentos e sítios arqueológicos do Planalto Mirandês (Pré-História)", Brigantia, vol. 13, nº3/4, pp.193-233MARCOS, Domingos dos SantosEdição1993Bragança
"Património arqueológico na aldeia de Castro Vicente. Pré-história e romanização: estelas funerárias", BrigantiaAFONSO, BelarminoEdição1984Bragançavol. 4, n.º 4, pp. 679-688
"Pinturas murais seiscentistas em capelas do distrito de Bragança", BrigantiaAFONSO, BelarminoEdição1985Bragançavol. 5, p. 1

IMAGENS

Castro Vicente - Vista do topo da colina (DGEMN, 1951)

Castro Vicente - Planta (DGEMN, 1951)

MAPA

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