Gruta de Dine | |||||
Designação | |||||
Designação | Gruta de Dine | ||||
Outras Designações / Pesquisas | Lorga de Dine / Gruta de Dine / Casa da Moura Encantada (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||
Categoria / Tipologia | Arqueologia / Gruta | ||||
Tipologia | Gruta | ||||
Categoria | Arqueologia | ||||
Inventário Temático | |||||
Localização | |||||
Divisão Administrativa | Bragança/Vinhais/Soeira, Fresulfe e Mofreita | ||||
Endereço / Local |
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Distrito | Bragança | ||||
Concelho | Vinhais | ||||
Freguesia | Soeira, Fresulfe e Mofreita | ||||
Proteção | |||||
Situação Actual | Classificado | ||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||
Cronologia | Decreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (ver Decreto) | ||||
ZEP | |||||
Zona "non aedificandi" | |||||
CLASS_NAME | Sítio | ||||
Património Mundial | |||||
Património Mundial Designação | |||||
Cadastro | |||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||
Descrição Geral | |||||
Nota Histórico-Artistica | Terá sido Francisco Manuel Alves (1865-1947), mais conhecido por "Abade Baçal", arqueólogo e historiador bragantino, e então já na sua condição de director e conservador do Museu Regional de Bragança, que hoje ostenta o seu nome, quem mencionou, pela primeira vez, a existência do arqueossítio da "Gruta de Dine", classificado em 1997 como "Imóvel de Interesse Público".
Localizada no sopé de um pequeno morro situado junto à aldeia que lhe deu nome, Dine, e nas imediações do rio Tuela, a Gruta terá sido objecto de uma primeira ocupação humana ainda durante o Neolítico da região, altura em que foi utilizado para fins funerários. As condições que propiciaram primordialmente a sua escolha terão ditado a sua utilização durante uma baliza cronológica bastante alargada, reiniciada em pleno Calcolítico até à Idade do Ferro. As campanhas arqueológicas conduzidas no sítio desde os anos sessenta do século passado até, sensivelmente, finais da década de oitenta, permitiram reconhecer as potencialidades habitacionais do morro que a acolhe, que poderia ter funcionado, num dado momento, provavelmente durante a Idade do Ferro, como povoado fortificado, embora não pareçam existir quaisquer elementos materiais corroboradores desta hipótese, para além de algumas mós manuais que poderiam proceder do local. Na realidade, estes elementos foram identificados nalguns murados de quintas das redondezas, numa prova clara de como, destituídos do seu significado e da sua função original, alguns materiais antigos são conformados a novas fruições, contribuindo para a edificação de novas estruturas, neste caso de carácter agrícola, ao mesmo tempo que social. Uma situação que não deverá surpreender, dadas as excelentes condições de habitabilidade que o local oferecia, substanciadas pela evidente riqueza dos respectivos recursos cinegéticos, sendo provável que, a existir, o povoado se situa-se no cume do monte que abriga a Gruta. Conhecida pela população local como a "casa da moura encantada", como sucede amiúde nos ambientes mais recônditos do país, onde, usualmente, se remete para a presença moura a maior parte dos vestígios mais antigos, e cuja verdadeira significação se perdeu, entretanto, no tempo, a Gruta é composta de duas amplas salas contíguas associadas a outros compartimentos e galerias menores, com dimensões máximas de dez metros de comprimento, por pouco mais de três de largura e quatro de altura. Do espólio recolhido no interior, destacam-se, pela quantidade, os fragmentos cerâmicos maioritariamente datáveis do Calcolítico, da Idade de Bronze e da Idade do Ferro, aos quais se juntam elementos de adorno (como contas de colar) e diversas pontas de seta de base côncava e bicôncava, executadas em sílex, xisto e corneana, para além de inúmeros vestígios osteológicos, tanto humanos, como animais, a revelar, no fundo, o sua função principal. A importância factual e simbólica do local ficou bem patente na sua reutilização (mas não do sítio) já em plena medievalidade, numa tentativa de (re)apropriação das memórias que o povoavam, ao mesmo tempo que de sobreposição dos novos poderes através da força espiritual do Cristianismo, uma das razões pelas quais se ergueu a Igreja Matriz de Dine, nas proximidades da qual foram descobertos vários sepulcros lajeados da mesma época. [AMartins] | ||||
Processo | |||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||
Outra Classificação | |||||
Nº de Imagens | 0 | ||||
Nº de Bibliografias | 6 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Materiais metálicos da colecção arqueológica do Museu Abade de Baçal em Bragança", O Arqueólogo Português | HÖCK, Martin | Edição | 1972 | Lisboa | 3.ª série, vol. 6, pp. 220-250 |
Roman Portugal | ALARCÃO, Jorge Manuel N. L. | Edição | 1988 | Warminster | Publicado a 1988 |
"Roteiro Arqueológico da Região de Vinhais", Vinhais - Terras e Gentes, pp.57-104 | MACIEL, Tarcísio Daniel Pinheiro | Edição | 1993 | Vinhais | pp. 57-104 |
"Materiais metálicos da colecção arqueológica do Museu Abade de Baçal em Bragança", O Arqueólogo Português | COELHO, Luís | Edição | 1972 | Lisboa | 3.ª série, vol. 6, pp. 220-250 |
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arte | ALVES, Francisco Manuel | Edição | 1934 | Porto | vol. 9, p. 718 |
"A Lorga de Dine. Um sítio arqueológico a descobrir", Vinhais Património | LEMOS, Francisco Sande | Edição | 1999 | Vinhais | n.º 2, pp. 31-39 |
Povoamento Romano de Trás-os-Montes Oriental, 6 vols., Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade do Minho | LEMOS, Francisco Sande | Edição | 1993 | Braga | 6 Vols. |