Nota Histórico-Artistica | A povoação de Segura, situada num alto cabeço na margem direita do rio Erges, que separa Portugal de Espanha, surgiu certamente como antiga atalaia romana, junto à via militar que ligava Mérida à Guarda. Segundo alguns historiadores, esta região faria parte do dote de D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa, tendo passado para a posse portuguesa aquando do seu casamento com D. Dinis, em 1282. Veio depois a pertencer à Ordem do Templo, passando a comenda da Ordem de Cristo a partir de 1311, na sequência da extinção da primeira. É possível que tenha recebido foral templário, mas conhece-se apenas o foral novo dado por D. Manuel, em 1510, que constituiu Segura em sede de concelho até 1836, quando foi anexada a Salvaterra do Extremo (e pouco mais tarde a Idanha-a-Velha). A freguesia conserva ainda o símbolo maior da sua perdida autonomia, o pelourinho, que se ergue no largo da antiga Casa da Câmara. Construído na época da doação do foral manuelino, o pelourinho de Segura levanta-se sobre um soco de dois degraus quadrados assente numa plataforma circular, semi-embebida no pavimento desnivelado. A base da coluna é igualmente circular, sendo o fuste oitavado, com faces lisas. O capitel, sobre anel oitavado, tem as faces côncavas, e é decorado com pérolas. Sustenta um prisma oitavado com decoração heráldica, nomeadamente quatro escudos ligados por cordas, com símbolo tradicionais nas representações manuelinas: o escudo das armas régias, a Cruz de Cristo, e uma esfera armilar (truncada), emblema do Venturoso. Um quatro escudo está ilegível, sendo provável que apresentasse simbólica concelhia. Este bloco é rematado por uma pirâmide de base oitavada e topo truncado, com pérolas nas faces. A tipologia deste pelourinho é bastante semelhante à de outros no concelho e mesmo no distrito, salientando-se o de Salvaterra do Extremo. SML |