Edifício da Misericórdia de Guimarães (conjunto da parte setecentista, incluindo a igreja, a sacristia e os restos da construção inicial) | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Edifício da Misericórdia de Guimarães (conjunto da parte setecentista, incluindo a igreja, a sacristia e os restos da construção inicial) | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja da Misericórdia de Guimarães / Edifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Braga/Guimarães/Oliveira, São Paio e São Sebastião | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Braga | ||||||||||||
Concelho | Guimarães | ||||||||||||
Freguesia | Oliveira, São Paio e São Sebastião | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 735/74, DG, I Série, n.º 297, de 21-12-1974 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 22051577 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A Irmandade da Misericórdia de Guimarães foi fundada no primeiro decénio do século XVI e estava instalada na capela de São Brás, pertencente aos claustros da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. No final da centúria verificou-se a necessidade de instalar a irmandade num edifício autónomo, e por isso em 1587 foi feito um pedido a Filipe I para que a Misericórdia pudesse comprar algumas casas particulares, por "preço justo", no local escolhido pelos irmãos para edificar a nova igreja. No ano seguinte, a 20 de Maio de 1588, era lançada a primeira pedra da igreja, trabalhando-se nas suas fundações e anexos até 1595. Nesse ano, a 15 de Abril Gonçalo Lopes e Pedro Afonso de Amorim foram contratados para realizarem a obra da capela-mor e oficinas da igreja; a edificação da capela-mor estaria concluída em 1598, mas as obras ficariam paradas durante o ano de 1599 devido a um surto de peste que assolou a vila de Guimarães. Em Outubro de 1603 morria Gonçalo Lopes, e por isso em 1604 a Misericórdia vimaranense fez novo contrato com Pedro Afonso de Amorim e com o seu genro João Lopes de Amorim para a direcção da fábrica de obras. A partir desta data edificaram-se as paredes da igreja, o coro-alto e a fachada retabular. Dois anos depois a igreja seria inaugurada, e em 1607 o desenho inicial da fachada, descrito no contrato celebrado, seria substituído por uma nova traça da autoria de João Lopes de Amorim, depois de o mestre ter argumentado que o original apresentava "defeitos". A partir de 1608 iniciavam-se os trabalhos no interior do templo. Alguns anos depois, em 31 de Maio de 1620 João Lopes de Amorim iniciava a segunda empresa na Misericórdia de Guimarães, assinando o contrato para edificar a Casa do Despacho, contrato que documenta também a participação do mestre na obra do hospital da irmandade. Depois de várias paragens e remodelações, as obras estariam finalmente concluídas em 1640. A Igreja da Misericórdia de Guimarães obedece a uma estrutura maneirista em que se destacam a verticalidade do edifício, a sua paradigmática fachada-retábulo e um programa decorativo de clara inspiração flamenga. De planta longitudinal composta por nave única e capela-mor rectangulares, a sua fachada principal, "um dos melhores exemplos de fachadas retabulares maneiristas" (RUÃO, Carlos, 1996, p. 140), está dividida em dois registos. O primeiro, ao qual se acede por escadaria, tem ao centro o portal principal do templo, com arco de volta perfeita, enquadrado por dois medalhões com bustos e encimado por friso decorado por motivos geométricos, ladeado por colunas coríntias estriadas com base decorada por motivos "ponta de diamante". Um entablamento separa o primeiro do segundo registo, que ao centro possui nicho envidraçado com frontão triangular, onde foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, ladeado por colunas coríntias que enquadram janelas estreitas. O conjunto é rematado por frontão circular interrompido, encimado por óculo e ladeado por pináculos. A empena da igreja é coroada por cruz e ladeada por pináculos. O interior, de nave única possui tecto em abóbada de canhão e coro-alto assente em arco abatido. As capelas laterais possuem retábulos de talha branca e dourada, intercaladas por janelas e púlpitos quadrados. O arco triunfal, de volta perfeita, abre para a capela-mor decorada por grande retábulo e cadeiral de madeira, com dois janelões de cada lado. Obedecendo à tipologia desenvolvida pela escola dos Lopes a Igreja da Misericórdia de Guimarães apresenta-se como um dos mais eruditos projectos de um modelo desenvolvido ao longo de 50 anos por todo o Noroeste peninsular depois da edificação da Igreja de São Domingos de Viana da Foz do Lima, da autoria de João Lopes o Moço, em que se aplicam nas fachadas-retábulo as normas maneiristas de verticalidade e ambiguidade de escalas, aliadas a um programa decorativo inspirados nos tratados de arquitectura nórdicos. Catarina Oliveira IPPAR | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Casa dos Lobos MachadosMuralhas de Guimarães | ||||||||||||
Outra Classificação | Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros | ||||||||||||
Nº de Imagens | 24 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 4 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Retábulos das Misericórdias Portuguesas | LAMEIRA, Francisco | Edição | 2009 | Faro | |
Arquitectura maneirista no Noroeste de Portugal | RUÃO, Carlos | Edição | 1996 | Coimbra | |
Guimarães - roteiro turístico | FONTE, Barroso da | Edição | 1995 | Guimarães | Fotografias de José Bastos |
Guimarães apontamentos para a sua história | CALDAS, Pe. António José Ferreira | Edição | 1996 | Guimarães | Ed. Câmara Municipal de Guimarães e Sociedade Martins Sarmento Org. António Amaro das Neves e J. Santos Simões |
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Fachada principal da igreja
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Interior da igreja: nave e capela-mor
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Interior da igreja: nave, órgão, coro-alto e sub-coro
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Interior da capela-mor: cadeiral na parede do lado do Evangelho
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Remate da torre sineira
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Fachada principal da Casa do Despacho
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Pátio interior da Casa do Despacho
Edifício da Misericórdia de Guimarães - Fontanário no pátio interior da Casa do Despacho
Convento de Santo António dos Capuchos - Fachada principal da igreja (DGESBA, 1972)
Convento de Santo António dos Capuchos - Claustro: fonte da quadra central (DGESBA, 1972)
Convento de Santo António dos Capuchos - Interior da sacristia: talha e pinturas sobre os arcazes (DGEMN, 1972)
Convento de Santo António dos Capuchos - Interior da sacristia (DGEMN, 1972)
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista: vista parcial
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista: arco com fonte
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista: escadaria de acesso ao piso superior
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista: vista parcial
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Fachada principal
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista: arcaria
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista: vista parcial
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Fachada principal: registo superior
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Claustro seiscentista: vista parcial
Igreja da Misericórdia de Guimarães - Fachada principal: remate
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