Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio e Quinta do Correio-Mor
Designação
DesignaçãoPalácio e Quinta do Correio-Mor
Outras Designações / PesquisasPalácio do Correio-Mor (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Jardins da Quinta do Correio-Mor (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Palácio
TipologiaPalácio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Loures/Loures
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 8 (entre Loures e Pinheiro de Loures)- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.827568-9.184867
DistritoLisboa
ConcelhoLoures
FreguesiaLoures
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 47 508, DG, I Série, n.º 20, de 24-01-1967 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181504
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA importância do Correio-Mor e os avultados lucros que advinham desta actividade, desenvolvida durante cerca de 200 anos pela família Gomes da Mata, encontram-se bem expressos no seu Palácio, edificado em Loures no decorrer do século XVIII. A imponência, dimensões e impacto causados por esta construção equivalem, de alguma forma, aos castelos dos responsáveis pelos correios noutros países europeus, como é o caso dos Taxis, que implementaram uma rede de comunicação em todo o império Habsburgo (FERREIRA, 1946; STOOP, p. 32).
O edifício em U, com capela e torre sineira do lado esquerdo (cuja decoração supera, em muito, a relativa austeridade exterior), resulta de várias campanhas de obras, remontando a principal à segunda metade do século XVIII.
Há notícia de casas neste local desde, pelo menos, o século XVI e, no final desta centúria, os Gomes de Elvas alugaram a Quinta da Mata ao mosteiro de Odivelas. De origem judaica, esta família foi nobilitada, em 1606, por Filipe III, na pessoa de Luís Gomes de Elvas Coronel, como recompensa pelos serviços prestados, alterando então o apelido cristão-novo, para Gomes da Mata (TAMAGNINI, 1977, p. 116). Simultaneamente, foi-lhe conferido o cargo de Correio-Mor, o que consolidou a sua importância, até aí apenas de âmbito comercial ou financeiro. Nesta época, as habitações da Quinta, que correspondem à ala Sul do edifício actual, deveriam ser bastante simples, assim se mantendo até ao início de Setecentos (STOOP, p. 34).
As grandes intervenções iniciaram-se, ao que tudo indica, pela capela, cuja torre ostenta a data de 1744. Em todo o caso, estaria terminada, com certeza, dez anos mais tarde, pois foi sagrada pelo Patriarca D. Tomás de Almeida (proprietário do palácio de Santo Antão do Tojal), que faleceu em 1754 (IDEM, p. 155). Posteriormente, foi objecto de novas intervenções, contemporâneas da campanha de obras do Palácio. Estas, terão ocorrido na segunda metade do século XVIII, já depois do Terramoto. José António da Mata de Sousa Coutinho foi o seu impulsionador e, muito embora seja difícil perceber a evolução dos trabalhos, parece certo que a conclusão das diversas intervenções ocorreu, para os jardins e quinta, entre 1765 e 1766 e, para o palácio, em 1766, ainda que, neste último caso, a decoração dos interiores se tenha arrastado até 1790.
A planta em U permite um desenvolvimento mais cenográfico dos volumes (ao gosto barroco), caracterizando parte da arquitectura civil de Setecentos. Dividido em três pisos, o palácio exibe uma série de vãos, cujo ritmo continuo e simétrico, converge, na zona central, de maior imponência. Mais elevada, abre-se, no piso térreo, em dois arcos para deixar passar as carruagens. No interior, para além da fonte cujo anjo tem vindo a ser atribuído a Laprade, ganha especial interesse o vasto conjunto de painéis de azulejo, com representações ornamentais, alegorias às Estações do Ano, cenas de caça, ou cenas marítimas. Destacamos, contudo, a cozinha, pela curiosa iconografia relacionada com a culinária, com pelas de caça pintadas em painéis recortados. Já na capela, os temas profanos conjugam-se com os religiosos e, na entrada, duas figuras de convite recebem os crentes com um anão, ao que parece, um retrato do anão que aqui vivia. Uma referência também para os tectos em estuque, de gosto rocaille. Na Sala da Caça, as pinturas evocativas das Metamorfoses de Ovídio são atribuíveis a José da Costa Negreiros.
Com a passagem do Correio para a Coroa, a família Gomes da Mata foi recompensada a outros níveis, tornando-se condes de Penafiel. Desabitado durante algum tempo, o palácio conheceu grande degradação, tendo acolhido uma espécie de hospital aquando das guerras liberais. Com o regresso do então proprietário, que havia sido o último correio-mor, foram efectuadas algumas obras, mas a geração seguinte acabou por ser obrigada a vender a Quinta devido a problemas financeiros. Pertence à sociedade da Casa Agrícola da Quinta da Mata, desde 1966.
(RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens17
Nº de Bibliografias11

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1900Porto
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Quintas e palácios nos arredores de LisboaSTOOP, Anne deEdição1986Lisboa
Dom João V e a arte do seu tempoCARVALHO, Aires deEdição1962
Collecção de memórias relativas às vidas dos pintores, e escultores, architetos, e gravadores portuguezes, e dos estrangeiros, que estiverão em Portugal ...MACHADO, Cirilo VolkmarEdição1922
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)AZEVEDO, Carlos deEdição1963Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)FERRÃO, JulietaEdição1963Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. III (Mafra, Loures e Vila Franca de Xira)GUSMÃO, Adriano deEdição1963Lisboa
"O Palácio do Correio-Mor em Loures",Belas Artes, Revista e Boletim da Academia Nacional de Belas-Artes, n.º 31 (2ª série), pp. 101-122TAMAGNINI, Matilde FigueiredoEdição1977Lisboa
A Mala-Posta em PortugalFERREIRA, GodofredoEdição1946Lisboa
Cozinhas. Espaço e ArquitecturaPEREIRA, Ana MarquesEdição2006Lisboa
Dos correios-mores do Reino aos Administradores-Gerais dos Correios e TelégrafosObra

IMAGENS

Palácio e Quinta do Correio-Mor - Fachada principal

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures). C.M.Loures, 2016.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures). C.M.Loures, 2016.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures). C.M.Loures, 2016.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures). C.M.Loures, 2016.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures). C.M.Loures, 2016.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures). Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - cozinha. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - entrada. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - jardim. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - teto em estuque de gosto rocaille. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - fachada principal. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - tanque decorado com painéis de azulejo e embrechados. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - escadaria de entrada no palácio. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - fachada posterior. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - pormenor do jardim. Maria Ramalho, 2015.

Palácio e Quinta do Correio-Mor (Loures) - escultura no patamar da escadaria principal. Maria Ramalho, 2015.

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