Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Espigueiros do Lindoso e local onde se implantam
Designação
DesignaçãoEspigueiros do Lindoso e local onde se implantam
Outras Designações / PesquisasConjunto de Espigueiros do Lindoso(Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Espigueiro
TipologiaEspigueiro
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Ponte da Barca/Lindoso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Lindoso Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.86615-8.200018
DistritoViana do Castelo
ConcelhoPonte da Barca
FreguesiaLindoso
Proteção
Situação ActualEm Vias de Classificação
Categoria de ProtecçãoEm Vias de Classificação (Homologado como IIP - Imóvel de Interesse Público)
CronologiaDespacho de concordância de 16-02-1983
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSituado em pleno coração do Alto Minho, numa das zonas dotadas de maior beleza natural, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Ponte da Barca (antiga "Torre da Nóbrega", "Terras da Nóbrega" ou, ainda, Anóbrega) distingue-se pela variedade da sua paisagem, em grande graças à presença do Rio Lima e da albufeira (natural) do Alto Lindoso, a maior da Península Ibérica. Mas também os enormes afloramentos graníticos não deixam de lhe conferir monumentalidade, ao mesmo tempo que uma personalidade fortemente vincada, transposta para as inúmeras estruturas erigidas ao longo dos tempos pelas mãos de quem soube escolher a região para sua permanência e sobrevivência, enquanto assistia ao desenrolar de alguns dos episódios mais relevantes da constituição e afirmação do reino português, testemunhado, por exemplo, pelo castelo afonsino, reconstruído já ao tempo de D. Dinis (1261-1325).
De entre as freguesias que compõem o termo de Ponte da Barca, sobressai a de Lindoso, amplamente conhecida pelos inúmeros espigueiros que ostenta. Com efeito, a par dos exemplares existente na Vila de Soajo, Lindoso destaca-se das demais localidades pela organização social e económica que caracterizou sempre as suas gentes, estruturadas em torno do princípio comunitário, tão particular das comunidades rurais.
Construídos de forma harmoniosa com a restante paisagem os sessenta e quatro espigueiros - perfazendo, deste modo, um dos mais notáveis conjuntos existentes no país - agrupam-se ao longo do declive do morro onde se ergue o castelo, sobranceiro à povoação e ao próprio Rio Lima, em torno de uma eira colectiva, entre grandes afloramentos graníticos, uma protecção natural valorizada por um muro tosco construído propositadamente para impedir a passagem do gado, num sítio originalmente baldio.
É, justamente, na área de Soajo e Lindoso que abundam os espigueiros com o corpo inteiramente de pedra, "[...] uma das manifestações mais notáveis não só desta classe de edifícios, mas mesmo da construção popular em geral [...]." (DIAS, J., OLIVEIRA, E. V., GALHANO, F., 1963, p. 59). A utilização de material pétreo não implicou, todavia, diferenças estruturais no conceito e na própria arquitectura do espigueiro. Ela apenas lhe atribuiu uma feição sui generis, ao mesmo tempo que acentuada robustez.
Dividindo-se os espigueiros de pedra entre os que apresentam fendas horizontais e verticais, os de Lindoso inserem-se neste último tipo - o de fendas verticais -, ainda que coexistindo com o tipo de telhado de cápeas e guarda-ventos, assim como a par dos espigueiros mistos, construídos em pedra, madeira e/ou tijolo
Por conseguinte, os espigueiros de Lindoso assentam em pilares simples, com ou sem sapata, sendo coroados com mós ou mesas de diferentes formatos e bem talhados. É esta base que apoia o corpo do espigueiro, propriamente dito, formado por padieiras laterais com pequena saliência interna para suporte das lajes ou soleiras de lastro; as colunas, nas arestas, e, por fim, os lintéis de topo.
Um dos elementos mais interessantes residirá, contudo, no facto destas estruturas serem profusamente decoradas, ostentando vestígios de sugestiva sacralização, a exemplo das cruzes colocadas no alto do lintel, no topo frontal, provavelmente destinadas a invocar protecção divina sobre os produtos neles contidos. Na realidade, "[...] raras vezes deixa de se ver qualquer motivo, medalhão, data, símbolo religioso, rasgo geométrico, por vezes vazado, etc. [...]. urnas, pináculos, relógios de sol, ou outros motivos, sobre peanhas lavradas." (Idem, Ibidem, p. 65).
Datáveis dos séculos XVIII, XIX e XX, os espigueiros conheceram maior actividade ao tempo do investimento na cultura do milho, assim resguardado, quer das intempéries, quer dos animais, substituindo, provavelmente, os primitivos canastros, hoje desaparecidos, e que seriam construídos em verga, como o próprio nome indicará.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCastelo de Lindoso
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Guia de Portugal, v.4, t. II : Entre Douro e Minho, MinhoDIONÍSIO, Sant'AnaEdição1996Lisboa
"Ponte da Barca", Tesouros Artísticos de PortugalALMEIDA, José António Ferreira deEdição1976Lisboap. 446
Espigueiros portuguesesDIAS, JorgeEdição1963Porto
Espigueiros portuguesesOLIVEIRA, Ernesto Veiga deEdição1963Porto
Espigueiros portuguesesGALHANO, FernandoEdição1963Porto
"Lindoso", Tesouros Artísticos de PortugalALMEIDA, José António Ferreira deEdição1976Lisboap. 319
Inventário artístico da região Norte - II, nº3 (Concelho de Ponte da Barca)Edição1973

IMAGENS

Espigueiros do Lindoso - Vista parcial

Espigueiros do Lindoso - Vista parcial

Espigueiros do Lindoso - Vista parcial

Espigueiros do Lindoso - Vista parcial

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