Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Fortaleza de Alcoutim
Designação
DesignaçãoFortaleza de Alcoutim
Outras Designações / PesquisasCastelo de Alcoutim / Fortaleza de Alcoutim (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Alcoutim/Alcoutim e Pereiro
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Cerro do Castelo Velho, limitada pela margem direita da ribeira de São Marcos e pela sua confluência com o rio GuadianaAlcoutim Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.470568-7.471996
DistritoFaro
ConcelhoAlcoutim
FreguesiaAlcoutim e Pereiro
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913329
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA história do castelo de Alcoutim permanece, ainda, por desvendar em grande parte. As recentes escavações de emergência, efectuadas no interior do recinto, revelaram níveis de ocupação proto-histórico e romano (CATARINO, 1997/98, p.539), mas seria necessário proceder a novas sondagens para que se obtivesse uma perspectiva mais objectiva da sucessão de povoamento no local.
No período islâmico, a opção dos poderes não foi por este monte dominante, mas por um outro, relativamente perto, denominado Castelo Velho de Alcoutim. As razões desta opção não estão, ainda, devidamente esclarecidas (é possível que o facto de o monte onde se situa a vila não ser o mais elevado da área possa ter tido alguma influência), mas quer a ocupação do monte do povoado, quer o do Castelo Velho tiveram uma única e comum preocupação: a relação com o Guadiana e sua respectiva defesa.
Só no período da (Re)conquista é que o actual castelo de Alcoutim começou a ganhar forma. Integrado na coroa portuguesa a partir de 1240, os monarcas nacionais tomaram várias medidas para incrementar o povoamento e dotar a região de autoridade. Uma dessas formas foi a construção (ou reformulação?) do castelo, que se situará pela segunda metade do século XIII, numa acção que, eventualmente, terá culminado com o foral dionisino à povoação, em 1304 (COUTINHO, 1997, p.28).
Infelizmente, deste primitivo castelo pouco resta. É um facto que não possuímos um estudo monográfico que contemple estas preocupações, em particular as relativas à transição de poder entre muçulmanos e cristãos no local, mas as reformas posteriores a que a fortaleza foi sujeita, em particular no final da Idade Média, determinaram uma acentuada supressão de vestígios anteriores. Na actualidade, apenas duas portas ogivais (uma das quais desentaipada em anos recentes) evocam a fase plenamente gótica da estrutura militar.
No reinado de D. Manuel, o castelo foi reconstruído e a eventual fisionomia gótica foi substituída por uma fortificação racional e de características vincadamente proto-modernas. No Livro das Fortalezas de Duarte d'Armas, de c. 1509, o castelo é quadrangular, não possui torres dominantes (nem adossadas aos vértices, nem no interior do recinto) e a passagem ao interior é efectuada por uma única porta, aberta ao centro de um dos alçados. Os seus muros são uniformemente ameados e, no interior, existiam alguns edifícios de apoio, alguns dos quais revelados arqueologicamente pelas recentes pesquisas.
No século XVII, na sequência das Guerras da Restauração pela Independência portuguesa, o castelo foi sujeito a uma reforma parcial dos seus muros, com vista à adaptação à artilharia. Com esse fim, edificou-se um patamar saliente virado à localidade fronteiriça de Sanlucar (COUTINHO, 1997, p.30) e a fortaleza desempenhou um papel activo na conjuntura de guerra.
Em progressiva decadência nos séculos seguintes, e perdida a relevância militar da sua estrutura, o castelo foi abandonado e serviu diversos fins civis e de apoio à comunidade, como o de açougue, função que o seu interior desempenhava em 1878. Nos anos 60, todavia, a DGEMN empreendeu aqui uma acção de restauro, que se pautou pela reconstrução de alguns elementos, como as linhas de ameias, e a desobstrução das suas muralhas de alguns edifícios que, ao longo do tempo, a elas se haviam adossado.
Mais recentemente, a partir de 1992, a Câmara Municipal desenvolveu o projecto de reanimação do castelo, programa que permitiu as primeiras sondagens arqueológicas no interior e a construção de um núcleo museológico dedicado à Arqueologia do concelho, obra devida ao arquitecto Fernando Varanda, que aproveitou parte das estruturas postas a descoberto (GRADIM, 2003, p.342).
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
"Arqueologia medieval no Algarve Oriental. Os castelos de Alcoutim", Arqueologia en el Entorno del Bajo Guadiana. Actas del Encuentro Internacional de Arqueologia del Suroeste, pp.657-671CATARINO, Helena Maria GomesEdição1994Huelva
"Escavações arqueológicas nos castelos de Alcoutim", Actas do 4º Congresso do Algarve, pp.25-32CATARINO, Helena Maria GomesEdição1986Montechoro
"O Algarve oriental durante a ocupação islâmica - povoamento rural e recintos fortificados", Al- Ulyã, nº6, 3 vols.CATARINO, Helena Maria GomesEdição1997Loulén.º 6, 3 vols.
"Alcoutim - a importância da arqueologia como elemento estratégico na gestão de um território", Xelb, nº4 (Actas do I Encontro de Arqueologia do Algarve), pp.335-346GRADIM, AlexandraEdição2003Silves
Levantamento Arqueológico do Concelho de AlcoutimGRADIM, AlexandraEdição1997Alcoutim
Castelos, fortalezas e torres da região do AlgarveCOUTINHO, ValdemarEdição1997Faro
Algarve - Castelos, Cercas e FortalezasMAGALHÃES, NatérciaEdição2008Faro
AlcoutimLAMEIRA, FranciscoEdição1994Alcoutim
Alcoutim, capital do nordeste algarvio. Subsídios para uma monografiaNUNES, António Manuel AscensãoEdição1985Alcoutim

IMAGENS

Fortaleza de Alcoutim - Interior do recinto: vista parcial da muralha e do núcleo museológico

Fortaleza de Alcoutim - Interior do recinto: vista parcial da muralha e patamares tratados

Fortaleza de Alcoutim - Portal principal de acesso

Fortaleza de Alcoutim - Interior do recinto: espaço ajardinado (ao fundo a localidade espanhola de San Lucar)

Fortaleza de Alcoutim - Vista do rio Guadiana e da localidade espanhola de San Lucar

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt