Nota Histórico-Artistica | Com grande presença urbana, domina o Largo do Carmo, malgrado os edifícios modernos que foram edificados na sua envolvente.
Foi fundada, em 1713, pelo Bispo D. António Pereira da Silva, em terrenos pertencentes à Horta de São Pedro, no interior da cerca seiscentista. O Padre Frei Manuel da Conceição foi o responsável pelo risco da primitiva igreja. Nela se fixou a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo.
A partir de 1747, uma nova construção de maior dimensões foi edificada, após demolição da fachada e do corpo central iniciais, sendo responsável pelo risco da obra bem como pela sua execução o mestre pedreiro Diogo Tavares. A obra foi demorada. O último piso foi executado em 1755, a torre nascente ficou concluída nos princípios do séc. XIX, e a poente foi terminada em 1878. Esta última tem um carrilhão de 9 sinos, feitos com o bronze dos quatro iniciais e fundidos por Gregório José da Silva, em 1876.
Trata-se um bom exemplar da arquitectura barroca com a fachada simétrica ao estilo de D. João V. A frontaria apresenta de três tramos. O central mais largo, tem um vão de acesso ladeado por duas colunas coríntias, encimadas por fogaréus e com torcidos no fuste. De cada lado, um nicho sob baldaquino com as estátuas de Santa Elias e Santa Teresa. Ao nível do segundo piso, escudo do Carmelo encima janela bastante ornada. Os tramos laterais, delimitados por pilastras, são unidos por uma balaustrada que percorre o tramo central.
A igreja, decorada com azulejos e talha dourada, é de uma só nave, com capela-mor e quatro capelas laterais. Na talha, trabalharam os melhores escultores da região com relevo para os mestres Gaspar Martins, Manuel Martins e Miguel Nobre. Merecem ainda referência a ornamentação da sacristia e da casa do despacho, a Capela dos Ossos, contígua à igreja (1816), bem como o acervo de imaginária da Procissão do Triunfo. (Natércia Magalhães/DRFaro/2002) |