Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Cemitério visigótico de Alcoitão
Designação
DesignaçãoCemitério visigótico de Alcoitão
Outras Designações / PesquisasCemitério do Alto da Peça / Cemitério Visigótico de Alcoitão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Necrópole
TipologiaNecrópole
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Alcabideche
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Estrada de Alcoitão para SintraAlcoitão Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.730226-9.398239
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaAlcabideche
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (ver Decreto)
Edital de 22-01-1997 da CM de Cascais
Despacho de homologação e classificação de 7-10-1997 do Ministro da Cultura
Parecer de 16-07-1993 da 2.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP
Despacho de abertura de 11-01-1991 do vice-presidente do IPPC
Proposta de 11-01-1991 do IPPC para a abertura da instrução de processo de classificação
Proposta de classificação de 21-12-1990 da CM de Cascais
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO município de Cascais evidencia uma activa ocupação humana desde a mais Alta Antiguidade, tendo sido especialmente explorado durante o período romano, como atestarão os complexos industriais aí identificados e as uillas exumadas, certamente graças à grande proximidade geográfica com a grande urbe de Olisipo (Cf. CABRAL, J., 1987; CARDOSO, G., 1991; Id., ENCARNAÇÃO, J. d', 1990).
À semelhança do que sucedeu com parte significativa dos vestígios de comunidades humanas na zona, foi o conhecido geólogo Francisco de Paula Oliveira, da Commissão dos Serviços Geológicos, quem, entre finais dos anos oitenta e inícios dos anos noventa do século XIX, estudou o "Cemitério Visigótico de Alcoitão" (também conhecido por "Cemitério do Alto da Peça"). Foram, então, encontradas 34 sepulturas (OLIVEIRA, F. de P. e, 1889, vol. II, pp. 82-108), "[...] estruturadas e cobertas por lajes, orientadas poente-nascente, integravam sete filas, a mais extensa das quais com sete sepulturas." (GOMES, M. V., 2002, p. 373), contendo, por vezes, mais de uma inumação, não deixando de ser significativo que estas mesmas características (de par com medições variáveis entre 1.80m e 2.2 m de comprimento) fossem reencontradas numa segunda necrópole datada do mesmo período, entretanto identificada a Norte da povoação de Abuxarda, nas suas proximidades.
A descoberta da necrópole de Alcoitão não poderia deixar de chamar a atenção de todos quantos, entre os séculos XIX e XX, se dedicaram ao estudo do passado, nomeadamente dos investigadores que, residindo em Lisboa, teriam maior facilidade em se deslocar a esta estação arqueológica, muitas vezes apoiados pelas ainda escassas instituições integralmente consagradas à preservação dos legados de antanho, numa altura em que a legislação portuguesa decretava a existência de um valor archeologico (Cf. MARTINS, A. C., 2005) e o Muzeu Ethnographico Portuguez aumentava substancialmente as suas actividades graças ao empenho do seu carismático director, José Leite de Vasconcellos (1858-1941), a quem se deve, na verdade, a primeira classificação daquele testemunho funerário, atribuindo-o a uma origem germânica e visigótica (GOMES, M. V., Idem, p. 373).
Um interesse arqueológico que não mais desapareceria. Pelo contrário, o interesse pela estação mereceu uma atenção acrescida, já na década de trinta, altura em que alcançou visibilidade internacional, especialmente pela análise osteológica dos inumados. O estudo da necrópole foi retomado logo no decénio subsequente, num momento em que se uniam esforços - designadamente com o apoio da "Junta de Turismo do Estoril" - de modo a conhecer com maior profundidade o passado do termo de Cascais, dessa feita, por mão de nomes tão incontornáveis (quanto, por vezes, polémicos) da historiografia arqueológica nacional, como os do militar Afonso do Paço (1895-1968) e do clérigo Eugène Jalhay (1891-1950) (Cf. PAÇO, A. do, 1959 e MARTINS, A. C., Idem.), muitos anos antes de terem sido realizados trabalhos de emergência n cemitério, já em meados dos anos noventa, em vista do acentuado risco de destruição dos elementos remanescentes (CARDOSO, G., ENCARNAÇÃO, J. d', TRINDADE, L., 2001, p. 192).
Os estudos osteológicos revelaram, ainda, que, à semelhança do que ocorre noutras necrópoles visigóticas (designadamente nas de Abuxarda e de Silveirona, esta última nos arredores de Estremoz) "As estaturas observadas são, em média, algo inferiores às da população portuguesa actual." (GOMES, M. V., Idem., p. 383), concluindo-se, a par de outros dados, "[...] ter existido, para o período em questão, continuidade racial, embora sob influência nórdica ou centro-europeia, tratando-se, pois, de populações não estritamente visigóticas mas, sobretudo, "visigotizadas"." (Ibid.), como parece constatar-se no caso de Silveirona (vide supra)
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roman PortugalALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1988WarminsterPublicado a 1988
"Cemitério visigótico de Alcoitão", Al-madanENCARNAÇÃO, José d'Edição2001Almada2.ª série, n.º 10, p. 192
"Cascais no tempo dos romanos", Revista de ArqueologiaENCARNAÇÃO, José d'Edição1990Lisboa1, pp. 59-74
Cascais no tempo dos RomanosENCARNAÇÃO, José d'Edição1986Cascais
"Esboço arqueológico do concelho de Cascais", Boletim do Museu Biblioteca dos Condes de Castro GuimarãesFIGUEIREDO, Fausto J. A. deEdição1943Cascais1, pp. 9-27
"Cemitério visigótico de Alcoitão", Al-madanCARDOSO, GuilhermeEdição2001Almada2.ª série, n.º 10, p. 192
"Cascais no tempo dos romanos", Revista de ArqueologiaCARDOSO, GuilhermeEdição1990Lisboa1, pp. 59-74
Cascais no tempo dos RomanosCARDOSO, GuilhermeEdição1986Cascais
Carta arqueológica do Concelho de CascaisCARDOSO, GuilhermeEdição1991Cascais
"Vestígios de influência germânica no concelho de Cascais", Bracara AugustaPAÇO, Manuel Afonso doEdição1959Bragavols. 9-10, pp. 30-40
"Esboço arqueológico do concelho de Cascais", Boletim do Museu Biblioteca dos Condes de Castro GuimarãesPAÇO, Manuel Afonso doEdição1943Cascais1, pp. 9-27
"A necrópole visigótica do Poço dos Mouros (Silves)", Revista Portuguesa de ArqueologiaGOMES, Mário VarelaEdição2002Lisboavol. 5, n.º 2, pp. 339-391
"Antiquités préhistóriques et romaines des environs de Cascaes", Comunicações da Comissão de Trabalhos GeológicosOLIVEIRA, Francisco de Paula eEdição1889Lisboa2:1, pp. 82-108
A Associação dos Arqueólogos Portugueses na senda da salvaguarda patrimonial. Cem anos de transformação (1863-1963). Texto policopiado. Tese de Doutoramento em Letras.MARTINS, Ana CristinaEdição2005LisboaTese de Doutoramento defendida na Reitoria da Universidade de Lisboa em Junho de 2006. Tese impressa em dois volumes: - I - aparato crítico; - II - aparato iconográfico.
"O índice cnémico nas tíbias humanas das estações romanas da Alcoutão e Fonte do Padre Pedro", Comunicações dos Serviços Geológicos de PortugalSOEIRO, M. B. BarbosaEdição1933Lisboavol. 19, pp. 223-233.
"O índice cnémico nas tíbias humanas das estações romanas da Alcoutão e Fonte do Padre Pedro", Comunicações dos Serviços Geológicos de PortugalFERNANDES, A. M. VianaEdição1933Lisboavol. 19, pp. 223-233.
"Características de uma população romana (?) de Cascais", Contribuições para o estudo da Antropologia PortuguesaROCHA, Maria Augusta de Almeida Tavares daEdição1970Coimbravol. 8, fasc. 4
"Património histórico cultural de Cascais - novas perspectivas", Arquivo de CascaisCABRAL, JoãoEdição1987Cascaisn.º 6, pp. 59-66
"Cemitério visigótico de Alcoitão", Al-madanTRINDADE, LurdesEdição2001Almada2.ª série, n.º 10, p. 192

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