Nota Histórico-Artistica | A primeira referência conhecida a Coyra consta de uma carta de doação deste couto, feita por D. Teresa e D. Afonso Henriques, ao Bispo de Tuy. O primeiro foral da localidade, porém, terá sido outorgado apenas em 1257, por D. Afonso III. Será este o foral velho, referido no documento do foral novo manuelino, este datado de 1515. O concelho manteve-se até à actualidade, conservando ainda alguns testemunhos da sua antiga autonomia administrativa. Entre eles contam-se o edifício da velha cadeia comarcã, entretando recuperado e transformado em posto de turismo e auditório, e o pelourinho, que se ergue junto do primeiro, num largo central da vila. O pelourinho esteve, contudo, desmantelado e perdido durante muitos anos, tendo sido reconstruído em 1909. Apesar de ser, na maior parte, constituído por fragmentos da picota original, integra também alguns elementos datados da reconstrução. O pelourinho ergue-se sobre plataforma de três degraus quadrangulares, de aresta, de factura moderna, à semelhança do plinto quadrangular que nela assenta, servindo de base à coluna. Esta tem fuste liso e cilíndrico, sobre toro e listel, e rematado no topo por uma moldura lisa, mera indicação de capitel. O monumento é encimado por pedestal composto por dois troncos cilíndricos de faces côncavas, rematados com pequenos tabuleiros quadrangulares, um sobre o outro. Neste pedestal pousa o remate propriamente dito, constituído por uma grande esfera lisa, com um escudo nacional adossado, e coroada por um cone embolado muito esguio. O conjunto aparenta ser de construção seiscentista, seguindo um modelo muito típico pela sobriedade decorativa, e ao mesmo tempo pelo carácter lúdico do jogo de sombras e volumes arquitectónicos, conseguido através da conjugação de sólidos geométricos simples. SML |