Capela de Santo Abdão | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Capela de Santo Abdão | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela da Correlhã / Capela de Santo Abdão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Capela | ||||||||||||
Tipologia | Capela | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Viana do Castelo/Ponte de Lima/Correlhã | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Viana do Castelo | ||||||||||||
Concelho | Ponte de Lima | ||||||||||||
Freguesia | Correlhã | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 41 191, DG, I Série, n.º 162, de 18-07-1957 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | As origens desta capela andam envolvidas em lenda, incerteza que é agravada pelas dúvidas quanto ao significado da desaparecida figura masculina nua do tímpano do seu portal axial. Uma tradição que, plausivelmente, recua ao século XIX, atribui a sua fundação a três peregrinos italianos que, no caminho para Compostela, aqui pernoitaram, tendo, então, decidido fundar uma capela (Cf. GRAF, 1986, vol.2, p.31), em devoção a este santo, martirizado em Roma. Lourenço Alves, retomando os estudos de Félix Alves Pereira, relacionou o (aparentemente estranho) culto a este santo na Correlhã com uma possível influência bizantina altimedieval (ALVES, 1982, p.80). Mais plausível, todavia, é a hipótese defendida por Carlos Alberto Ferreira de Almeida de a capela datar do século XIV (altura em que o culto a Santo Abdão foi objecto de relativo incremento) e de ter tido uma motivação funerária (ALMEIDA, 1978, vol.2, pp.263-264). As características estilísticas e construtivas do templo parecem corroborar esta última ideia, embora se desconheça qual o marco histórico em que a capela surgiu, e quais, consequentemente, os seus promotores. Estruturalmente, o monumento compõe-se de uma nave rectangular a que se adossa, a nascente, uma ábside igualmente de planta rectangular, mas mais baixa e estreita que o corpo, fazendo-se a ligação entre estes espaços através de um arco triunfal apontado, assente sobre capitéis vegetalistas e colunas atarracadas (ALVES, 1982, p.81). As fachadas são pesadas e sóbrias, praticamente sem aberturas (as poucas existentes são de arco de volta perfeita, descarregando sobre capitéis maioritariamente vegetalistas, de tratamento escultórico sumário) e, a toda a volta do edifício, corre uma cachorrada de modilhões entendidos por alguns autores como já naturalistas (RODRIGUES, 1995, p.227). Os dois portais que se conservam - falta o setentrional, entaipado em altura incerta, mas sugerido pelas linhas de aduelas embebidas na face exterior da caixa murária -, são em arco apontado, sem colunas, e os seus tímpanos estão decorados com elementos geométricos (cruzes vazadas inseridas em círculos) e animalistas (uma ave no tímpano axial) de talhe fruste e esquemático. Por todas estas características, fácil se torna perceber o momento de transição (de resistência) em que a capela foi erguida, muito provavelmente alguns anos antes que a de Santa Eulália de Refojos do Lima, também ela de carácter funerário (ALMEIDA, 2001, p.93). O aspecto geral é vincadamente românico, mas deliberadamente modesto e, até, integrando elementos goticizantes, solução típica das áreas rurais e periféricas do Portugal baixo-medieval. Peça fundamental do conjunto era a figura central do seu tímpano ocidental. Descrições antigas asseguram que se tratava da representação de um homem nu, de "quatro grandes palmos de alto", com "hum páo lizo que lhe encobre a parte mais impura" (Cf. ALVES, 1982, p.81). Em 1750, o Visitador que nos deixou esta descrição (Diogo de Azevedo, de seu nome), ordenou que a escultura fosse destruída, o que veio, de facto, a acontecer. Pela impossibilidade de comprovação material deste elemento, várias têm sido as interpretações acerca do que simbolizaria. A mais divulgada opinião é a que identifica neste desaparecido elemento a imagem de Adão (GRAF, 1986, vol.2, p.32, entre outros), situação que explicaria a ocorrência de uma ave a ladear a escultura central, como que indicando aos crentes o Paraíso. Não faltam, todavia, perspectivas diferentes, realçando-se a de Ferreira de Almeida, que considerou tratar-se de uma representação apotropaica, associada ao conteúdo funerário do templo (ALMEIDA, 1986, p.60). Sem obras assinaláveis ao longo da época moderna, a capela chegou aos nossos dias praticamente intacta. O restauro teve lugar numa fase também tardia da história da intervenção monumental em Portugal, apenas na viragem para a década de 80 do século XX, numa campanha que não desvirtuou excessivamente o conjunto. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 7 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 14 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A capella de Santo Abdão na Correlhã | GUERRA, Luís Figueiredo da | Edição | 1924 | Viana do Castelo | |
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56 | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1972 | Porto | |
Alto Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1987 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1978 | Porto | |
Roteiro da Ribeira Lima | AURORA, Conde de | Edição | 1959 | Porto | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
Portugal roman, vol. II | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols. | ALVES, Lourenço | Edição | 1987 | Viana do Castelo | |
"Igrejas e Capelas românicas da Ribeira Lima", Caminiana, ano IV, nº7, pp.47-118 | ALVES, Lourenço | Edição | 1982 | Caminha | |
Egrejas e Capelas Românicas de Ribeira Lima | BARREIROS, Manuel de Aguiar | Edição | 1926 | Porto | |
Ensaio monográfico da Correlhã | RIBEIRO, José Luís de Sousa | Edição | 1996 | Viana do Castelo | |
Inventário Artístico da Região Norte - III (Concelho de Ponte de Lima) | Edição | 1974 | Porto | série «Estudos Regionais» - n.º 10 |
Capela de Santo Abdão - Fachada posterior: fresta da capela-mor
Capela de Santo Abdão - Fachada posterior: fresta da capela-mor
Capela de Santo Abdão - Fachada lateral sul: pormenor da cachorrada
Capela de Santo Abdão - Fachada lateral sul: corpo da capela-mor
Capela de Santo Abdão - Fachada lateral sul: pormenor da cachorrada
Capela de Santo Abdão - Fachada lateral sul: pormenor da cachorrada
Capela de Santo Abdão - Fachada principal