Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Quinta da Fisga, pátios e jardins que a rodeiam
Designação
DesignaçãoQuinta da Fisga, pátios e jardins que a rodeiam
Outras Designações / PesquisasSolar da Fisga / Casa da Quinta da Fisga (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Quinta
TipologiaQuinta
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaAveiro/Castelo de Paiva/Sobrado e Bairros
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 502Lugar de Bairros Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.039538-8.237529
DistritoAveiro
ConcelhoCastelo de Paiva
FreguesiaSobrado e Bairros
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA mais antiga edificação que se conhece na Casa da Quinta da Fisga remonta a 1683, e corresponde ao corpo direito, onde se encontra a varanda. Mais tarde, outras campanhas ampliaram este solar, nomeadamente, uma intervenção rocaille, responsável pela construção da capela, das fontes do jardim, e do portão principal. Este, encontra-se alinhado com a ala direita, o que deixa adivinhar a posterior edificação do corpo esquerdo, que só veio a acontecer em 1928. Assim, a casa que hoje conhecemos é o resultado de várias intervenções, que procuraram respeitar as pré-existências, e manter o modelo da casa-torre, de origem medieval mas recuperado no século XVII. Embora as três torres da Casa da Fisga só existam desde a primeira metade do século XX, identifica-se uma persistência de modelos seiscentistas, também visível na absoluta depuração da edificação (AZEVEDO, 1969, p. 62).
De acordo com a inscrição presente sobre a verga de uma das janelas da varanda, a casa foi "mandada fazer" por Manuel de Gouveia de Carvalho, em 1683. É possível que nesta fase apenas existisse a ala direita, flanqueada por duas torres, e aberta pela varanda de colunas e balaustrada, a que se acede pela escadaria central, com guarda de volutas. O último piso das torres é marcado pelo beirado que continua o do corpo principal. A da direita termina em coruchéu, não sendo possível determinar qual era o remate da torre esquerda, uma vez que ela foi profundamente alterada no século XX. Todos os vãos são de linhas rectas, sem ornamentação.
Na segunda metade do século XVIII, a casa conheceu um campanha de beneficiação, que a dotou de capela privativa originalmente à direita mas que, posteriormente, foi transferida para o meio do pátio, onde hoje se encontra. Exibindo a data de 1778 sobre a entrada, esta conserva a mesma depuração da casa principal, embora a sua fachada seja aberta por portal de frontão interrompido, encimado por óculo, e os cunhais terminem em pináculos.
Sensivelmente da mesma época, são os fontanários do jardim, entre os quais se destaca o de maiores dimensões, de 1775, com espaldar seccionado por pilastras (rematadas por esculturas representativas das 4 estações do ano) e rematado por frontão semicircular, com brasão de armas. Nos três panos do espaldar, as três bicas de carrancas encontram-se no mesmo alinhamento dos nichos superiores, com as imagens do Salvador, ladeado por Rebeca e Eliezer GONÇALVES, 1991). Esta iconografia é complementada pelas esculturas de Isaac e Abraão, no muro lateral.
Poucos anos mais tarde, em 1781, erguia-se o muro com o portão principal, também de características rocaille. Encimado por estatuária diversa, o muro é aberto pelo portão de verga recta, que termina num imponente frontão triangular, com as armas da família e, no vértice, a figura da religião. Todos estes elementos heráldicos apresentam a mesma configuração, com as armas dos Sousas, Abreus, Salemas, Gouveias, Meios e Castros (IDEM).
Alguns investigadores aludem ao facto de ser relativamente pouco comum a existência de um número tão extenso de estatuária neste género de quintas, aproximando-as, pela rudeza do seu tratamento, das que se encontram no adro da igreja de Real (IDEM).
A última intervenção, de 1928, edificou o corpo esquerdo, e a torre na sua extremidade, que procura criar uma relação de simetria com a do lado oposto. A torre central foi também alterada, criando-se as ameias, que a diferenciam das restantes, acentuando um gosto medieval, e destacando-a como o eixo da composição, onde se exibe o brasão da família.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal - Distrito de AveiroGONCALVES, António NogueiraEdição1959Lisboa
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Nobres Casas de PortugalSILVA, António Lambert Pereira daEdição1958Porto
Elementos para a história de Castelo de PaivaPINHO, Margarida Rosa Moreira deEdição1947Coimbra
Lendas e tradições de Castelo de Paiva: poemetosVASCONCELOS, Adriano M. Strecht deEdição1981Castelo de Paiva

IMAGENS

Quinta da Fisga - Fachada principal da casa (JNE)

Quinta da Fisga - Vista geral do portão armoreado e área murada da quinta (JNE)

Quinta da Fisga - Portão armoreado (JNE)

Quinta da Fisga - Escultura implantada no muro (JNE)

Quinta da Fisga - Escultura implantada no muro (JNE)

Quinta da Fisga - Escultura implantada no muro (JNE)

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt