Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Martim Longo
Designação
DesignaçãoIgreja de Martim Longo
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Martim Longo / Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Alcoutim/Martim Longo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Martim Longo Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.440821-7.771395
DistritoFaro
ConcelhoAlcoutim
FreguesiaMartim Longo
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 47 508, DG, I Série, n.º 20, de 24-01-1967 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA matriz de Martim Longo é um templo edificado na viragem para o século XVI. De acordo com as Visitações da Ordem de Santiago, a quem o território estava confiado, sabemos que, em 1518, a igreja estava praticamente terminada, faltando apenas edificar o campanário e estando a capela-mor "derribada" (CAVACO, 1987, p.56). Esta última informação faz supor que a campanha construtiva que então se verificava correspondia a uma reforma de um edifício anterior, pois o mais comum era iniciar-se a edificação pela cabeceira. Disso mesmo dá testemunho a mesma Visitação, quando refere que a igreja foi feita "de novo", pelos "moradores desta alldea de Martim Longuo" e "aa sua custa" (IDEM, p.58).
Na avaliação do templo, temos, portanto, que o corpo é a parte mais antiga. Ele compõe-se de três naves de quatro tramos, marcados por colunas que suportam arcos formeiros apontados, sendo a nave central mais alta que as restantes. O facto de os capitéis serem oitavados prova o marco cronológico tardo-gótico, que nos parece ainda mais conotado com a linguagem quatrocentista que com a do ciclo manuelino, faltando aqui a exuberância decorativa deste último. O próprio portal principal revela essa longa duração artística, na medida em que é de perfil quebrado composto por ligeira moldura interna que descarrega sobre um único colunelo adossado à caixa-murária.
A capela-mor, por ser mais tardia, integra-se já num outro complexo artístico. A Visitação de 1518 assegura que ela seria edificada à custa do Bispo e Cabido de Silves. No entanto, em 1534, em nova Visitação, a cabeceira ainda se encontrava "derrubada" e só o campanário estava terminado. Só vinte anos depois, em 1554, a obra se completou e foi possível erguer uma capela-mor de dois tramos, coberta com abóbada presumivelmente de cruzaria de ogivas, com bocete central, a que se acedia através de um arco triunfal "de ponto". Desta campanha, resta a arquitectura, uma vez que o recheio se perdeu. Pela Visitação de 1565, a última efectuada a esta aldeia, sabemos que o retábulo-mor era de madeira dourada e que continha cinco painéis que enquadravam a imagem tutelar da igreja, uma Nossa Senhora de vulto (IDEM, p.311).
Nos inícios do século XVI, a parede fundeira do corpo, que ladeia o arco triunfal, era decorada com várias pinturas murais, de que restam ainda algumas parcelas. Elas não foram mencionadas em 1518, mas em 1565 já se diz que "na parede do cruzeiro está pintada a imagem do crucifixo e a de Nossa Senhora e a de São João e outros Santos, já velho tudo e mui despintado" (IDEM, p.311). Por esta descrição, vê-se que o Painel do Calvário, que seria ladeado por outras representações, era antigo e denunciava já grande desgaste. Ainda no interior, importa salientar a pia baptismal, manuelina, cuja bacia cilíndrica repousa sobre base decorada com carrancas.
Mas é, sem dúvida, no exterior, que reside uma das mais importantes características do templo: a série de torreões cilíndricos que amparam o edifício pelo lado Sul. A torre de maior secção é parcialmente ocultada pela torre sineira, o que permite supor tratar-se de uma pré-existência em relação à obra dos inícios do século XVI. Já se aventou a hipótese de se tratarem de vestígios de uma hipotética mesquita, mas nada se pode assegurar e é mais credível, no momento actual, atribuí-los a uma fase construtiva tardo-gótica conotada com o mudejarismo meridional, que, presumivelmente, não englobaria a torre sineira, sendo esta resultado de uma intenção posterior.
O templo foi objecto de algumas obras ao longo dos séculos, em particular o janelão rectangular do segundo registo da frontaria (edificado após estragos causados pelo Terramoto de 1755), e o retábulo-mor barroco, mandado fazer pelo Bispo D. Francisco Barreto II em 1581, e suprimido já nos nosso dias (LAMEIRA, 2000, p.144). EM 1968, encontrava-se em estado de ruína, procedendo-se, então, a um amplo restauro, a cargo da DGEMN, que conferiu ao conjunto o seu aspecto actual.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias1

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Igreja de Martim Longo - Vista geral (fachada lateral direita)

Igreja de Martim Longo - Fachada lateral direita

Igreja de Martim Longo - Fachada principal

MAPA

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