Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Misericórdia de Penafiel
Designação
DesignaçãoIgreja da Misericórdia de Penafiel
Outras Designações / PesquisasAntiga Sé Catedral de Penafiel / Edifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel / Museu de Arte Sacra da Misericórdia de Penafiel (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Penafiel/Penafiel
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da MisericórdiaPenafiel Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.20648-8.283655
DistritoPorto
ConcelhoPenafiel
FreguesiaPenafiel
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaCom existência conhecida desde o século XVI (ABREU, 2002, p. 48), e sediada na capela em frente da matriz, a Misericórdia de Penafiel apenas beneficiou de igreja própria na segunda década do século XVII. A sua edificação deve-se à iniciativa do padre Amaro Moreira, cujas doações e legados pios permitiram fortalecer a Irmandade e construir uma nova igreja (no denominado rossio das Chãs), na qual foi sepultado (na capela-mor). As obras tiveram início na década de 1620, estando concluídas, muito possivelmente, em 1631, data que figura numa inscrição patente na capela-mor, que nos informa ainda da dotação de Amaro Moreira (SOEIRO, 1994, p.48). O partido arquitectónico adoptado é, de alguma forma, ambíguo, e ainda que se possa inscrever numa linguagem maneirista, motiva análises como a seguinte: "a igreja da Misericórdia corresponde a uma tipologia de austeridade, fiel à traça sem estilo, (...) que imperou pelo país desde o início da década de 60 do séc. XVI, com a tendência gradual para o predomínio das ordens dórica e toscana. Trata-se de um edifício assumido na sua forma chã, mesclado de elementos eruditos, no qual a gramática clássica se articula segundo uma estética de liberdade" (GARCIA, 2001, p.6). O seu frontispício, concebido como um retábulo, inscreve-se nas denominadas fachadas-retábulos. É delimitado por pilastras, nos cunhais, que acentuam a sua verticalidade, sendo que a do lado direito separa o alçado da torre sineira, setecentista, que se eleva bem acima da linha da empena, terminando numa cúpula bolbosa, revestida por azulejos. No interior, a nave única e a capela-mor, alta e bastante profunda, são articuladas pelo arco triunfal, flanqueado por pilastras e encimado por frontão triangular. Na capela-mor, o tecto é em caixotões de cantaria, numa composição de linguagem seiscentista, tal como o arcosólio onde se inscreve o túmulo de Amaro Moreira e seus descendentes. O património integrado que hoje podemos observar neste interior é muito posterior, remontando na sua grande maioria ao final do século XVIII e inícios da centúria seguinte, e substituído os originais de época barroca. A linguagem aqui presente é já neoclássica, conhecendo-se os nomes dos entalhadores responsáveis pela execução dos retábulos (SOEIRO, 1994, p.54).
Recuando alguns anos, importa referir uma das obras mais significativas de que o templo foi alvo, pois denuncia não apenas a importância da actualização estética do imóvel, e a adaptação às alterações urbanísticas do espaço envolvente, mas também o respeito pelo património construído e a aposição de um elemento que, no entanto, alteraria por completo a leitura do imóvel. Com o crescimento de Penafiel, a malha urbana envolveu a igreja, reduzindo significativamente o espaço fronteiro à fachada principal. Assim, foi decidido levantar um novo frontispício, virado para a praça, e que corresponderia ao corpo da nave e capela-mor do lado da Epístola. Esta imponente fachada, que seria flanqueada por torres, foi licenciada pela Câmara em 1764, mas as obras interromperam-se em 1769 por manifesta falta de recursos e algumas irregularidades (IDEM, p.50). Dez anos mais tarde os trabalhos deveriam ter sido retomados, mas uma polémica entre a Irmandade e a Câmara devido às licenças necessárias, impediu que tal acontecesse, e o caso apenas foi resolvido em 1780, pelo Desembargo do Paço, a favor da Misericórdia. Todavia, a obra nunca foi concluída, e o que hoje observamos é apenas uma parte da monumental fachada projectada. De linhas e elementos decorativos rocaille, o alçado desenvolve-se em planta contracurvada, que destacam a composição central formada pela porta, nicho e óculo, flanqueada pelos cunhais onde se abrem os nichos. Ao lado, ergue-se a capela da Senhora da Lapa, de linhas menos eruditas, e edificada em substituição da parte da fachada que ficou por levantar. Da mesma época deverá ser, ainda, a capela do Senhor dos Passos, na cabeceira da igreja. (RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPPelourinho de Penafiel
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
PenafielSOEIRO, TeresaEdição1994Lisboa
Retábulos das Misericórdias PortuguesasLAMEIRA, FranciscoEdição2009Faro
"As Misericórdias de D. Filipe I a D. João V", Portugaliae Monumenta Misericordiarum - fazer a história das Misericórdias, vol. 1, pp. 47-77ABREU, LaurindaEdição2002Lisboa
"A clássica arquitectura de Penafiel. O caso da igreja da Misericórdia!", CD Actas das Jornadas de Estudo As Misericórdias como Fontes Culturais e de Informação, Outubro de 2001GARCIA, Isabel de BessaEdição2002Penafiel
A Misericórdia de Penafiel - a igreja e uma pintura antigaCEPÊDA, Augusto Abreu LopesEdição1990Penafiel

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