Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castro do Banho
Designação
DesignaçãoCastro do Banho
Outras Designações / PesquisasCastro de Beirós / Castro do Banho / Povoado fortificado do Banho / Povoado fortificado de Beirós (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Povoado Fortificado
TipologiaPovoado Fortificado
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/São Pedro do Sul/Serrazes
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- - perto das termas de São Pedro do SulFerreiros Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.739517-8.099513
DistritoViseu
ConcelhoSão Pedro do Sul
FreguesiaSerrazes
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 41 191, DG, I Série, n.º 162, de 18-07-1957 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaLocalizado no lugar de Ferreiros, na margem direita do rio Vouga, na confluência de um pequeno riacho, e a pouca distância das actuais termas de São Pedro do Sul, o "Castro de Banho" foi objecto de escavação em meados dos anos cinquenta do século passado (e retomadas na década de setenta e em 2000), da responsabilidade de João Manuel Bairrão Oleiro, na sequência do interesse que a estação também despertou junto de outros investigadores, a exemplo de A. Amorim Girão, José Coelho (detentor de uma significativa colecção arqueológica) e Fernando Russell Cortez, que veio a ser director do Museu de Grão Vasco, em Viseu.
A campanha arqueológica então conduzida permitiu colocar a descoberto mais de trinta estruturas habitacionais de planta predominantemente circular, à semelhança do que se tem observado noutros testemunhos desta tipologia inserida no universo da denominada "cultura castreja", suspeitando-se, já na época, que o seu número ultrapassaria a centena, razão mais do que suficiente para que J. M. Bairrão Oleiro enfatizasse a sua relevância.
Uma dedução que indiciaria a elevada concentração populacional, por um lado, e a pertinência do local escolhido para o desenrolar das suas actividades quotidianas, justificando, assim, a utilização do povoado durante uma larga faixa temporal, embora essencialmente enquadrada na Idade do Ferro estipulada para esta região do actual território português. Uma preferência perfeitamente compreensível atendendo aos excelentes recursos cinegéticos da zona e ao posicionamento estratégico do castro na ampla malha de rotas de transumância, de passagem de gentes e de intercâmbios de produtos.
Embora maioritariamente circulares, as estruturas exumadas também apresentam planta ovalada e quadrangular, denunciando a complexidade quotidiana dos seus habitantes. Dispostas ao longo do recinto definido pelo primitivo muralhado, do qual remanescem apenas alguns panos desmoronados, aquelas construções harmonizam-se com as curvas de nível do outeiro onde o povoado foi implantado, através de socalcos, com a particularidade de terem sido parcialmente escavadas nos rochedos aí existentes.
Embora pouco tenha sobrevivido dos artefactos então recolhidos, é ainda possível observar, nas colecções da "Distrital de Viseu" e de J. Coelho (vide supra), e a par de objectos do primeiro período de ocupação do povoado, como pesos de tear, mós manuais e fragmentos de cerâmica comum, um exemplar de terra sigillata hispânica decorada com círculos concêntricos, datável do século II d. C., muito possivelmente proveniente de um dos maiores centros de produção cerâmica de toda a Ibéria: Tricio.
Mas elementos tão significativos quanto este poderão dizer-nos muito, nomeadamente acerca da inserção deste sítio num modelo de circulação alargada de determinados produtos que, como no caso desta louça fina, de mesa, não chegaram a ser fabricados no actual solo português. Cerâmica importada, por excelência, a presença de terra sigillata demonstra bem como o povoado desfrutava, à época, de uma economia aberta, certamente proporcionada pelas vias naturais (mas não só) de circulação, das quais o rio Vouga não deveria desempenhar um papel de somenos importância (funcionando em simultâneo como inegável fonte de alimentação), ao mesmo tempo que o poder económico fruído pelas gentes que então o ocuparam (Cf. ALARCÃO, J. de, 1990).
Esta presença romana encontra-se, ademais, bem representada nos característicos materiais de construção, como tegulae e imbrices, a atestar, no fundo, o carácter de longa permanência das estruturas então erigidas, reforçado pela descoberta de numismas dos imperadores Constantino, Constante e Galiano.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"A produção e a circulação dos produtos", Nova História de PortugalALARCÃO, Jorge Manuel N. L.Edição1990LisboaData do Editor : 1990
Guia de Portugal, Beira II - Beira Baixa e Beira AltaDIONÍSIO, Sant'AnaEdição1984Lisboa
"Património Histórico-Cultural da Região de Lafões", Millenium - Revista do ISPV - n.º 22 - Abril de 2001OLIVEIRA, A. NazaréEdição2001Viseun.º 22
"A consolidação do sistema agro-pastoril", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboapp. 102-162
"Características predominantes do grupo dolménico da Beira Alta", Beira AltaMOITA, Irisalva NóbregaEdição1966ViseuAno XXV, n. 5, pp. 189-277

IMAGENS

Castro de Banho - Planta com a delimitação e a ZGP em vigor

MAPA

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