Nota Histórico-Artistica | Maçãs de Dona Maria, actual freguesia de Alvaiázere, recebeu o seu nome por via da sua localização, junto da antiga Ribeira das Maçãs ou Mazanas (actual Ribeira da Várzea), e igualmente da sua primeira donatária, D. Maria Pais Ribeiro, a célebre "Ribeirinha". Esta dama nobre, supostamente descendente da família fundadora do Mosteiro de Grijó, amante de D. Sancho I, e mãe de filhos seus, um dos quais tem sepultura no citado mosteiro, recebeu a doação de uma extensa área, correspondente à actual freguesia, das mãos deste monarca em 1208. Em 1434, é D. Duarte quem concede a D. Pedro de Meneses, 1.º Conde de Vila Real, o direito de Justiça sobre a povoação, que assim ganhava alguma autonomia administrativa, já que até então se encontrava subordinada a Chão de Couce. Foi finalmente elevada a concelho em 1514, por foral de D. Manuel. Pertenceu à Casa de Vila Real até 1641, quando passou para a Casa do Infantado, por confisco dos bens da família. Em 1836, o concelho de Maçãs de Dona Maria foi ampliado com todas as freguesias de Aguda e de Arega, apenas para ser extinto em 1855, e integrado em Figueiró dos Vinhos. Seguiu-se uma breve integração em Ansião, e por fim em Alvaiázere, a partir de 1898. Maçãs de Dona Maria conserva ainda o seu pelourinho, símbolo da antiga autonomia, ainda que consideravelmente alterado. Levanta-se num pequeno largo, junto da Casa do Povo, abrigado sob um alpendre construído para o efeito, e encontra-se presentemente transformado em cruzeiro. O alpendre, de planta quadrangular, é composto por uma cúpula caiada sobre quatro colunas lisas da ordem toscana, sobre plintos. O conjunto assenta num amplo soco quadrangular. A cúpula é rematada por uma cruz (latina) da Ordem de Cristo sobre três degraus quadrangulares. Do pelourinho original, resta a base, coluna e capitel. A coluna é da ordem toscana, idêntica às do alpendre. A sua base é constituída por um plinto com c. 80 cm de altura, no qual assenta o fuste, cilíndrico e liso, com bocel. Suporta um capitel formado por uma fina moldura circular, colarinho liso, coxim e ábaco quadrado, onde assenta finalmente o crucifixo. Este consta de uma cruz latina, com a imagem de Cristo em relevo, aplicada na face dianteira, e encimada por tabuinha. Trata-se nitidamente de um acrescento posterior, talvez do século XIX ou início do século XX. SML |