Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja Matriz do Montijo, também denominada «Igreja do Espírito Santo»
Designação
DesignaçãoIgreja Matriz do Montijo, também denominada «Igreja do Espírito Santo»
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial do Montijo / Igreja do Divino Espírito Santo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Montijo/Montijo e Afonsoeiro
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça da RepúblicaMontijo Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.70615-8.974261
DistritoSetúbal
ConcelhoMontijo
FreguesiaMontijo e Afonsoeiro
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993 (ver Decreto)
Edital de 15-11-1988 da CM de Montijo
Despacho de homologação de 3-11-1987 da Secretária de Estado da Cultura
Parecer de 22-10-1987 do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação como IIP
Proposta de classificação de 7-11-1986 da CM de Montijo
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736827
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNo século XIV a vila de Aldeia Galega tinha como matriz a ermida de São Sebastião. No entanto, e tendo em conta o crescimento populacional que então se fazia sentir, os habitantes da vila edificaram, a expensas próprias, uma nova igreja matriz dedicada ao Espírito Santo, que era também orago da freguesia (ALEIXO, 1997, p. 33). Este desenvolvimento populacional voltou a ser motivo de intervenções na igreja no início do século XVII. Em 1604 o Concelho de Aldeia Galega decidiu fazer obras de ampliação construindo a outra torre, a do relógio, e abrindo as duas portas laterais, conforme atesta a lápide que se encontra na fachada (RAMA, 1906, p. 13). A esta campanha pertence também a construção das naves laterais, das colunas e do guarda vento. Aliás, o registo em azulejos que se encontra na abóbada do guarda-vento tem inscrita a data de 1645.
Entre o final do século XVII e o início do século XVIII, a igreja do Espírito Santo viria a conhecer nova intervenção, desta vez eminentemente decorativa. Como tal, perderam-se algumas das soluções anteriores - azulejos enxaquetados -, apesar de outras se terem mantido, caso da abóbada de alvenaria da capela-mor, com chaves de pedraria de características manuelinas.
Assim, o templo actual apresenta planta longitudinal, com nave rectangular, e quatro capelas laterais, a que se justapõe a capela-mor quadrangular. Esta planimetria insere-se numa tipologia chã, muito semelhante a grande parte das igrejas paroquiais do início do século XVII. Denota, contudo, alguma erudição na sua "(...) vasta estrutura de três naves com quatro tramos de arcaria clássica de capitéis toscanos, a qual se integra ainda na tradição militarista sebástica das construções de um António Rodrigues, por exemplo" (SERRÃO, 2002, p. 216).
No seu interior destacam-se os diferentes conjuntos de azulejos azuis e brancos, ilustrativos de um programa cujas intenções iconográficas se encontram bem definidas no espaço do templo. Os painéis figurativos do revestimento do guarda-vento são alusivos a cenas da vida da Virgem. Os da nave, contêm representações da vida da Virgem, onde intervém o Espírito Santo, orago da igreja. A capela-mor apresenta figurações do Castigo dos Blasfemos e a Apanha do Maná, bem como uma cartela onde se pode ler o ano de 1708, que permite datar estes azulejos, atribuídos a António Pereira (os rodapés inscrevem-se na obra do Mestre P.M.P.). Nos espaços menos significativos, como a sacristia ou o coro, surgem motivos vegetalistas e esquemas enxaquetados, respectivamente. Destaque ainda para a capela de Nossa Senhora da Purificação com dois pequenos painéis Fuga para o Egipto e a Sagrada Família à Pesca, atribuídos a Manuel dos Santos.
Muito embora as estruturas das capelas da nave tenham sido progressivamente edificadas desde o século XV, os altares de talha barroca terão sido integrados no decorrer desta última campanha decorativa. O altar de São Pedro, um dos mais antigos (São Pedro é o padroeiro dos Pescadores, actividade de grande número de habitantes desta cidade) apresenta retábulo de Estilo Nacional, semelhante ao de Capela de Nossa Senhora da Piedade que lhe serviu de modelo (LUCAS, 1999, p. 7). Foi executado por António Martins Calheiros, mestre entalhador de Lisboa, segundo a escritura de obrigação realizada em Aldea Gallega, no escritório do tabelião António Mendes Pinheiro, no dia 24 de Fevereiro de 1701 (LUCAS, p. 10).
O retábulo principal, também em Estilo Nacional, apresenta trono de cinco andares, onde se exibe a imagem de Cristo. A tela dedicada ao Pentecostes, pintada no início de Seiscentos e atribuída à oficina de Diogo Teixeira ocupa, por vezes, a tribuna do retábulo, que se destinava à exposição do Santíssimo Sacramento.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens21
Nº de Bibliografias12

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Corografia Portuguesa e descripçam topographica do famoso Reyno de PortugalCOSTA, Pe. António Carvalho daEdição1712LisboaOff. de Valentim da Costa Deslandes, 1706 - 1712
Coisas da Nossa Terra - breves notícias da Villa de Aldeia Gallega do Riba-TejoRAMA, José de SousaEdição1906
Descripção da Igreja do Espírito Santo parochial da Villa de Aldeia Galega do Riba-TejoVALDEZ, José Joaquim de AscensãoEdição1909
Edifícios e monumentos notáveis do concelho do MontijoGRAÇA, LuísEdição1989Montijo
Subsídios para a História do Concelho do Montijo - cronologia geralLUCAS, IsabelEdição1992Montijo
O Retábulo de S. Pedro na Igreja Matriz do Montijo - breve notíciaLUCAS, Francisco José OleiroEdição1999Montijo
"Os sinos do Montijo", A ProvínciaLANDEIRO, José ManuelEdição1955
"Tomás Luís e o antigo retábulo da igreja da Misericórdia de Aldeia Galega do Ribatejo", ArtisSERRÃO, VítorEdição2002Lisboa
"O pintor de azulejos Manuel dos Santos - definição e análise da obra", Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, n.º 86, tomo I, pp. 75-160MECO, JoséEdição1980Lisboa
"Igreja Matriz", Nova GazetaLUCAS, ArturEdição1999
Igrejas e Capelas da Costa AzulDUARTE, Ana LuisaEdição1993Setúbal

IMAGENS

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando a Apresentação no Templo

Igreja Matriz do Montijo - Enquadramento na Praça da República

Igreja Matriz do Montijo - Fachada principal

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: pormenor da cartela inferior do painel de azulejos representando a Apresentação no Templo

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando a Anunciação

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: pormenor da cartela inferior do painel de azulejos representando a Anunciação

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando o Espírito Santo pairando sobre a Arca de Noé

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando a Fuga para o Egipto

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando o Pentecostes (Descida do Espírito Santo)

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando São Joaquim, Santa Ana e a Virgem Maria

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando Virgem Maria, Menino Jesus e São José (Regresso do Desterro)

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando São José, Virgem Maria, Menino Jesus e São João Baptista

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos representando a Morte de São José

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos no sub-coro representando o Casamento da Virgem

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos no sub-coro representando a Coroação da Virgem

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos no sub-coro representando São Gregório Magno

Igreja Matriz do Montijo - Interior da nave: painel de azulejos no sub-coro representando São Tomás de Aquino

Igreja Matriz do Montijo - Interior do batistério: painel de azulejos representando o Baptismo de Cristo

Igreja Matriz do Montijo - Interior do batistério: painel de azulejos representando anjo assistindo ao Batismo de Cristo

Igreja Matriz do Montijo - Interior do batistério: pormenor da cartela inferior do painel de azulejos representando homem a tocar flauta

Igreja Matriz do Montijo - Interior do batistério: painel de azulejos enquadrando o armário de parede

MAPA

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