Quinta do Bulhaco (parte da primitiva quinta), incluindo a Casa Grande, os pátios, as dependências agrícolas, a azenha, a casa de fresco, o Casal do Pereiro, o sistema hidráulico e terrenos agrícolas e silvículas | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Quinta do Bulhaco (parte da primitiva quinta), incluindo a Casa Grande, os pátios, as dependências agrícolas, a azenha, a casa de fresco, o Casal do Pereiro, o sistema hidráulico e terrenos agrícolas e silvículas | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Quinta do Bulhaco (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Quinta | ||||||||||||
Tipologia | Quinta | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Lisboa/Vila Franca de Xira/Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Lisboa | ||||||||||||
Concelho | Vila Franca de Xira | ||||||||||||
Freguesia | Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002 (ver Decreto) Edital N.º 184/98 de 13-07-1998 da CM de Vila Franca de Xira Despacho de homologação de 24-04-1998 do Ministro da Cultura Despacho de concordância de 14-04-1998 do vice-presidente do IPPAR Proposta de 18-03-1998 da DR de Lisboa do IPPAR para a alteração da delimitação e da designação Edital N.º 214/97 de 8-07-1997 da CM de Vila Franca de Xira Despacho de autorização e classificação de 27-03-1997 do Ministro da Cultura Despacho de concordância de 14-03-1997 do presidente do IPPAR Parecer de 11-03-1997 da 1.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP Despacho de abertura de 5-07-1995 do presidente do IPPAR Proposta de 3-07-1995 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução de processo de classificação da Quinta do Bulhaco, incluindo a habitação, a casa de fresco, as dependências agrícolas, o Casal do Pereiro, a azenha, os páteos e o sistema hidráulico Parecer favorável de 1-06-1995 da CM de Vila Franca de Xira Em 12-04-1995 foi solicitado à CM de Vila Franca de Xira o envio de parecer sobre a proposta de classificação Proposta de classificação de 28-03-1995 de um os proprietários | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9914631 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A casa que hoje conhecemos é o resultado da intervenção ocorrida entre a década de 1730 e a de 1770, que testemunha a transformação de uma propriedade agrícola, como até à época era a Quinta do Bulhaco, num importante centro habitacional, propriedade dos condes da Cunha. Em todo o caso, o novo edifício reflecte uma arquitectura sóbria e depurada, pautada pela decoração azulejar das diversas salas. As informações que nos chegaram sobre a construção da casa e respectiva decoração são muito escassas, resultando a cronologia e a caracterização que de seguida apresentamos, de informações dispersas. Contudo, a documentação sobre a Quinta e os seus proprietários permite traçar a história deste morgado desde a sua fundação. As origens da Quinta e do Morgado de Bulhaco são bastante remotas, recuando, de acordo com os estudos de Isabel Cluny, a 1374, ano em que Maria de Bulhão, casada com Pedro Martins Bulhão, instituiu a capela de Santa Margarida, na igreja de São Mamede, em Lisboa. Instituição que deveria incluir o morgado, pois, de acordo com a autora, os termos capela e morgado eram, à época, equivalentes (CLUNY, 1999, pp. 133-134). A família Bulhão é, no entanto, bastante anterior, pois os primeiros membros que surgem na documentação são, precisamente, os pais de Santo António de Lisboa que, originariamente, se chamaria Fernão de Bulhão (GAIO, 1989, vol. III, p. 148). Estas referências apontam já para uma quinta nos arredores da capital que, a confirmar-se ser a mesma, faz recuar ainda mais a existência desta propriedade. Continuando a seguir os dados divulgados por Isabel Cluny, o primeiro documento onde é referenciada a Quinta encontra-se na Chancelaria de D. Afonso V. João Lopes Bulhão, detentor do Morgado, era partidário de D. Pedro, tendo lutado a seu lado na Alfarobeira, razão pela qual D. Afonso lhe retirou o Morgado, doando-o a sua irmã, Catarina de Bulhão (CLUNY, 1999, p. 134). A documentação subsistente permite perceber que, durante o século XVI, ocorreu um engrandecimento da propriedade através da aquisição de vários terrenos. Já no século XVII a Quinta passaria para a posse dos Cunha, na pessoa de D. Manuel da Cunha (cujos avós Bulhão e Cunha se tinham ligado por matrimónio), e na qual se manteve (IDEM; p. 136). Esta família seria nobilitada em 1760, por D. José, com o título de Condes da Cunha, como recompensa pelos serviços prestados por toda a família. Até à segunda metade do século XVIII, a Quinta do Bulhaco surge sempre como uma importante propriedade agrícola, constituindo esta a sua principal função. Isto não significa, de forma alguma, a inexistência de casas ou outras construções, embora o seu carácter tenha sido, com toda a probabilidade, apenas funcional e de apoio às actividades agrícolas. De facto, foi a partir da titulação que o Bulhaco se transformou num local de habitação para a família. As obras de beneficiação da Quinta prolongaram-se desde 1735/39 até à década de 1770, uma vez que em 1776 é certo que a família já habitava a Quinta. Por isso mesmo, em 1791, o auto da posse do morgado pelo 2º Conde da Cunha, refere a existência de "casas nobres, pátio, oficinas, cerca, pomar de limões, terras de pão e vinhataria" (IDEM, p. 140, cita BNL, Cx. 239, n.º 47). As características do imóvel, bem como os preciosos exemplares de azulejo que revestem partes do seu interior corroboram esta cronologia. Se, por um lado, observamos uma casa de três pisos com vãos ritmados de molduras simples (distinguindo-se, na fachada principal, as janelas de sacada do andar nobre), os azulejos de padrão, setecentistas, que revestem algumas das salas, denunciam uma preocupação com a decoração e o conforto. A denominada Casa da Torre (por exibir um torreão ao centro do segundo corpo do edifício), deverá ter sido acrescentada já no início do século XIX, coincidindo com uma época em que se recebia muito no Bulhaco, com divertimentos que passavam por caçadas e representações (IDEM, p. 141). (Rosário Carvalho) | ||||||||||||
Processo | Situada junto ao lugar de Trancoso, com acesso pela estrada nacional n.º 10-6, freguesia de São João dos Montes. | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 41 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 2 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"A Quinta do Bulhaco e D. Luís da Cunha", Cira Boletim Cultural, n.º8, pp. 127-142 | CLUNY, Isabel | Edição | 1999 | Vila Franca de Xira | |
Nobiliário de famílias de Portugal | GAYO, Manuel José da Costa Felgueiras | Edição | 1990 | Braga |
Quinta do Bulhaco - Vista geral do conjunto edificado
Quinta do Bulhaco - Casa da Torre: vista a partir do pátio
Quinta do Bulhaco - Casa anexa vista a partir do pátio
Quinta do Bulhaco - portão principal de acesso
Quinta do Bulhaco - Vista geral do conjunto edificado
Quinta do Bulhaco - Vista geral do conjunto edificado
Quinta do Bulhaco - Casa de Fresco e zona de jardim
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: porta com vista para o terraço
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: pormenor da parede da sala com painel de azulejos em falta
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: pormenor decorativo da sala
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: pormenor da sala com painéis de azulejos em falta
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: sala com silhar de azulejos
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: pormenor da sanca da sala junto da lareira
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: painéis de azulejos
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: painel de azulejos da sala
Quinta do Bulhaco - Zona agrícola envolvente
Quinta do Bulhaco - Pátio: fachada da Casa da Torre
Quinta do Bulhaco - Zona sob o terraço da Casa anexa
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: sala
Quinta do Bulhaco - Pátio: fachada da Casa da Torre
Quinta do Bulhaco - Pátio: edifícios agrícolas anexos
Quinta do Bulhaco - Vista geral do conjunto edificado
Quinta do Bulhaco - Pátio: edifícios agrícolas anexos
Quinta do Bulhaco - Zona agrícola envolvente
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: pormenor da sala com painel de azulejos em falta
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: vista geral da sala
Quinta do Bulhaco - Casa anexa: terraço com painéis de azulejos entre portas
Quinta do Bulhaco - Zona agrícola envolvente
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: lareira de sala
Quinta do Bulhaco - Interior da adega: janela de sacada da Casa anexa
Quinta do Bulhaco - Zona agrícola envolvente: vista a partir do terraço da Casa da Torre
Quinta do Bulhaco - Casa anexa: fachada voltada ao terraço
Quinta do Bulhaco - Vista geral do conjunto edificado
Quinta do Bulhaco - Pátio: zona de junção entre a casa anexa e a adega
Quinta do Bulhaco - Pátio: escultura de Apolo na fachada da Casa da Torre
Quinta do Bulhaco - Casa anexa: fachada voltada ao terraço
Quinta do Bulhaco - Zona envolvente: levada do jardim
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: sala de jantar com lareira
Quinta do Bulhaco - Interior da Casa da Torre: vista parcial da sala
Quinta do Bulhaco - Pátio: zona de junção entre a Casa anexa e a Casa da Torre
Quinta do Bulhaco - Muro delimitador da propriedade e Casa de Fresco
Palacete Vilar de Allen
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