Convento de Nossa Senhora da Graça | |||||||||||||||||
Designação | |||||||||||||||||
Designação | Convento de Nossa Senhora da Graça | ||||||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Convento das Eremitas de Santo Agostinho / Igreja e Convento de Nossa Senhora da Graça / Pousada do Convento da Graça (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Convento | ||||||||||||||||
Tipologia | Convento | ||||||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||||||
Localização | |||||||||||||||||
Divisão Administrativa | Faro/Tavira/Tavira (Santa Maria e Santiago) | ||||||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Faro | ||||||||||||||||
Concelho | Tavira | ||||||||||||||||
Freguesia | Tavira (Santa Maria e Santiago) | ||||||||||||||||
Proteção | |||||||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público | ||||||||||||||||
Cronologia | Portaria n.º 434/2012, DR, 2.ª série, n.º 179, de 14-09-2012 (ver Portaria) Despacho de homologação de 26-05-2003 do Ministro da Cultura Parecer favorável de 7-05-2003 do Conselho Consultivo do IPPAR Proposta de 10-10-1991 do IPPC para a classificação como IIP Despacho de abertura de 26-04-1991 do Presidente do IPPC Proposta de abertura de 25-03-1991 do IPPC Proposta de classificação de 28-11-1983 da CM de Tavira | ||||||||||||||||
ZEP | |||||||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||||||
AFECTACAO | 181501 | ||||||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O Convento de Nossa Senhora da Graça, de Tavira, é um dos edifícios urbanisticamente mais importantes do centro histórico da cidade, pela sua implantação na colina genética, mas também pelo enorme impacto visual na paisagem, destacando-se bem acima da muralha. O edifício religioso veio ocupar uma zona relativamente periférica do primitivo recinto muralhado, onde até ao século XV se localizou a judiaria, precisamente a área oposta à Alcáçova e à principal porta da cidade. Em 1497, no processo de expulsão dos Judeus que levou à fuga de uns e à conversão de outros, D. Manuel ordenou a destruição das sinagogas e sua conversão em igrejas ou em edifícios para outros fins. Daqui resultou a desocupação do espaço onde mais tarde veio a surgir o Convento. Sensivelmente 45 anos depois da ordem de D. Manuel, reunidas as condições para a fundação de um convento de Eremitas Descalços na cidade de Tavira, foi formalmente fundado o Convento da Graça, por Fr. Pedro de Vila Viçosa, num processo de renovação religiosa levada a cabo por esta Ordem. As obras, todavia, não se iniciaram antes de 1569, dado que os primeiros anos de vida da instituição foram fortemente marcados pela figura de Fr. Valentim da Luz, homem de grande dinamismo intelectual que acabou por ser processado pela inquisição e morto num auto de fé em Lisboa. Dessa primeira construção, infelizmente, pouco resta, à excepção do claustro, que mantém a estrutura original, de planta quadrangular adossada à fachada Sul da igreja e realizado a partir de uma concepção renascentista algo erudita, pelo cuidado estilístico colocado na feitura de bases, colunas e capitéis toscanos. Também a igreja, edificada segundo princípios chãos, apesar da enorme altura do interior, deve a sua estrutura actual ao primitivo templo da segunda metade do século XVI, embora tenha sido bastante adulterada ao longo dos séculos. As obras de construção do edifício conventual foram bastante lentas, prolongando-se ao longo de toda a segunda metade de seiscentos. No século seguinte, temos muito poucas notícias acerca da sua história, mas parece certo que o convento entrou precocemente em decadência, uma vez que logo pelos meados do século XVIII é referido em estado ruinoso, muito particularmente o seu claustro. A campanha barroca do edifício conventual iniciou-se em 1749, precisamente no claustro. Dessa data é um documento onde se refere a compra de novas colunas para os dois ângulos do claustro (SANTANA, 2001). Esta intervenção, contudo, respeitou a anterior traça renascentista do espaço, resumindo-se a copiar o modelo de suporte definido pela construção quinhentista. Diferente foi o caso das alas conventuais, integralmente remodeladas numa grandiosa campanha realizada entre 1758 e 1778. Da responsabilidade do arquitecto algarvio Diogo Tavares, figura marcante da arquitectura do tempo barroco na província, e de Mestre Bento Correia, esta campanha encarregou-se de actualizar as dependências, destacando-se a escadaria monumental e a porta de acesso à hospedaria, com o seu tímpano interrompido por frontão triangular. A qualidade e amplitude desta obra encontra-se bem patente na grandiosa fachada principal do convento, virada a Sul e organizada simetricamente. Definida a dois registos, possui duas poderosas torres rectangulares nos limites, sendo os panos intermédios compostos por grandes janelões de ampla molduração barroca. A partir de 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, a história do edifício é o reflexo das desastrosas opções de reutilização a que o Estado sujeitou a maioria dos antigos conventos. Em 1839, ficou afecto ao Ministério da Guerra, que aqui instalou sucessivas unidades militares. Em 2003 o conjunto foi adquirido pela Câmara Municipal de Tavira, e posteriormente cedido para instalação de uma Pousada. Na sequência desta obra realizou-se uma intervenção arqueologica que permitiu identificar, entre outros, material do séc. VII a.C. PAF | ||||||||||||||||
Processo | |||||||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Igreja paroquial de Santa MariaMuralhas do Castelo de Tavira | ||||||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||||||
Nº de Imagens | 21 | ||||||||||||||||
Nº de Bibliografias | 12 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A arquitectura religiosa do Algarve de 1520 a 1600 | CORREIA, José Eduardo Horta | Edição | 1987 | Lisboa | |
Notícias históricas de Tavira, 1937 | VASCONCELOS, Damião Augusto de Brito | Edição | 1989 | ||
"As muralhas medievais e post-medievais de Tavira", Património islâmico dos centros urbanos do Algarve:contributos para o futuro, 2002, pp.66-80 | MAIA, Maria Adelaide Garcia Pereira Andrade | Edição | 2002 | ||
"As muralhas medievais e post-medievais de Tavira", Património islâmico dos centros urbanos do Algarve:contributos para o futuro, 2002, pp.66-80 | MAIA, Manuel Maria da Fonseca Andrade | Edição | 2002 | ||
O erasmismo e a inquisição em Portugal. O processo de frei Valentim da Luz | DIAS, Sebastião da Silva | Edição | 1975 | ||
Duas descrições do Algarve do século XVI | MAGALHÃES, Joaquim Romero | Edição | 1983 | ||
"Frei Valentim da Luz, Prior do Colégio da Graça de Tavira, queimado pela inquisição em 1992", in I Jornadas de História de Tavira | MENDES, António Rosa | Edição | 1992 | ||
Roteiro das igrejas de Tavira | LAMEIRA, Francisco | Edição | 1996 | ||
"O drama de Frei Valentim da Luz", in Sul, nº0, 1998, pp.23-28 | MENDES, António Rosa | Edição | 1998 | ||
"Reflexos no Algarve do humanismo erasmista", in MARQUES, Maria da Graça Maia, coord., O Algarve. DA Antiguidade aos nossos dias, Lisboa, Colibri, 1999, pp.213-217 | MENDES, António Rosa | Edição | 1999 | ||
"Tavira monumental. O centro histórico árabe (12): a judiaria - a posição da sinagoga", in Jornal do Sotavento, ano X, nº218, 6/10/2000, pp.12 e 8 | VAZ, Adérito | Edição | 2000 | ||
"O Convento de Nossa Senhora da Graça de Tavira", in Monumentos, nº14, Lisboa, Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Março de 2001, pp.124-133 | SANTANA, Daniel | Edição | 2001 | ||
"Antigo convento de Tavira transformado em pousada", in O Público, nº4677, 11-1-2003, p.5 | REVEZ, Idálio | Edição | 2003 | ||
Notícias históricas de Tavira, 1937 | ANICA, Arnaldo Casimiro | Edição | 1989 |
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - Fachada principal da igreja, 2006.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - Enquadramento geral posterior, 2006.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - Corpo principal, 2006.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - Corpo lateral superior, 2006.
Convento de Nossa Senhora da Graça - Planta com a delimitação e a ZP que esteve em vigor enquanto em vias
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - atual Pousada. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - antigo claustro. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - alçado principal. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - zona de transição desarmoniosa entre o edifício histórico e a nova construção. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - elementos descobertos durante as obras, supostamento da fase mais antiga do convento. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - elementos descobertos durante as obras, supostamento da fase mais antiga do convento. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - antiga escadaria de acesso ao primeiro piso. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - antiga igreja. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - fachada principal da igreja. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - portal principal da igreja. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - antigo claustro. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - antigo claustro. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - antigo claustro. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) antiga igreja. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - portal lateral junto à fachada principal da igreja. Maria Ramalho, 2018.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira) - antigo claustro. Maria Ramalho, 2018.