Muralhas e Porta da Almedina de Silves | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Muralhas e Porta da Almedina de Silves | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Castelo e Cerca Urbana de Silves (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Militar / Fortaleza | ||||||||||||
Tipologia | Fortaleza | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Militar | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Faro/Silves/Silves | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Faro | ||||||||||||
Concelho | Silves | ||||||||||||
Freguesia | Silves | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 31-C/2012, DR, 1.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012 (ver Decreto) Procedimento prorrogado até 31-12-2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma) Anúncio n.º 15560/2011, DR, 2.ª série, n.º 207, de 27-10-2011 (ver Anúncio) Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho) Parecer de 1-10-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. a propor a classificação como MN Proposta de classificação de 9-05-2006 da DR de Faro do IPPAR Despacho de abertura de 20-12-2005 da vice-presidente do IPPAR Nova proposta de abertura 29-09-2005 da DR de Faro do IPPAR Processo inicial extraviado | ||||||||||||
ZEP | Anúncio n.º 15560/2011, DR, 2.ª série, n.º 207, de 27-10-2011 (ver Anúncio) Parecer favorável de 1-10-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. Proposta de 12-06-2006 da DR de Faro | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9914629 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A medina de qualquer cidade muçulmana é um dos dois pólos fundamentais da organização urbana, desenvolvendo-se sob a protecção da alcáçova, mas ligando-se a ela através de, pelo menos, uma porta. É "o local de trabalho de todos os comerciantes e artesãos" e "de abrigo aos camponeses e hortelãos que, passando a noite na cidade, atravessam diariamente as muralhas para cultivar os campos do arrabalde" (TORRES, 1995, p.164). No caso de Silves, e como provou Rosa Varela Gomes, parece haver uma pré-existência de origem romana no traçado das principais vias da medina. Com efeito, ainda hoje é possível distinguir claramente dois eixos, dispostos de forma transversal entre si e entrecruzando-se sensivelmente ao centro da localidade, num modelo que recorda a adopção de um cardus e de um decumanus de ascendência romana (GOMES, 2002, p.93). Partindo da Porta da Almedina (ou de Loulé), nasce a antiga Rua Direita (actual Rua da Sé), que coloca em comunicação esta principal entrada no burgo com a porta da alcáçova. O segundo eixo é constituído pela Rua de D. Sancho I e que relacionava directamente as portas poente e nascente da cidade. Ao meio, no local em que estas duas artérias se uniam, localizava-se a mesquita maior, transformada, a partir do século XIII, na actual Sé Catedral. Toda a cidade (alcáçova e almedina) era rodeada por muralhas, que percorriam mais de um quilómetro de distância e que rodeavam cerca de sete hectares, abrangendo uma população que, "em períodos de apogeu", poderia atingir os cinco mil (alguns destes já nos arrabaldes) (TORRES, 1997, p.441). Parte deste sistema amuralhado foi destruído, mas o remanescente é ainda importante o suficiente para elevar Silves ao estatuto de principal monumento militar islâmico citadino do país. Várias torres, entre as quais uma octogonal (destruída no século XIX) protegiam a medina. No século XIII, o último rei de Silves, Ibn al-Mahut, mandou ainda reforçar este dispositivo, promovendo a construção de uma torre, de que resta uma lápide comemorativa (GOMES, 1988, p.36). Paralelamente, a cidade dispunha de uma couraça, referida aquando da primeira conquista cristã de Silves (1189), um elemento militar "com uma ou várias torres, que permitia, com uma protecção que se pretendia eficaz, retirar água da proximidade do rio" (CORREIA, 2002, p.82). Esse abastecimento de água à população não dependia exclusivamente do Arade, na medida em que, por toda a cidade, existiam algumas cisternas e poços que asseguravam essa função. Para além da grande cisterna da alcáçova (o aljibe), foi identificado, junto à Porta de Loulé, um poço-cisterna (actualmente integrado no Museu Municipal) que abastecia parte da medina. O sistema de portas revela também a complexidade da fortificação. A Porta da Almedina, apesar de muito alterada durante a época cristã, é uma estrutura maciça, protegida por duas torres de tipo albarrã (corpos avançados, ligando-se à torre num andar superior) e de configuração em cotovelo. As restantes portas eram defendidas por torres, entre as quais uma octogonal (junto à porta da Azóia) e outras poligonais e quadrangulares. Antiga capital islâmica do Gharb, Silves mantém-se como um desafio arqueológico de primeira importância. É um facto que parte do complexo militar foi suprimido nos séculos de domínio cristão, incluindo a couraça, alguns troços de muralha e a configuração original de praticamente todas as portas. Mas o que tem vindo a ser descoberto em sucessivas campanhas arqueológicas em vários pontos da cidade, assegura o estatuto de campo arqueológico de vital relevância para o conhecimento da época islâmica no nosso país. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Castelo de SilvesPelourinho de SilvesPoço-cisterna árabe de Silves | ||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 2 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 11 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Fortificações urbanas da época islâmica no Algarve", Património islâmico dos centros urbanos do Algarve: contributos para o futuro, 2002, pp.81-90 | CORREIA, Fernando M. R. Branco | Edição | 2002 | ||
"O al Garbe", 90 séculos entre a serra e o mar, pp.431-447 | TORRES, Cláudio | Edição | 1997 | ||
A gloriosa história dos mais belos castelos de Portugal | PERES, Damião | Edição | 1969 | Barcelos | |
"Da Silves islâmica à Silves da expansão. A evidência arqueológica", Monumentos, nº23, pp.22-29 | GOMES, Rosa Varela | Edição | 2005 | Lisboa | |
Silves (Xelb), uma cidade do Gharb al-Andalus: território e cultura | GOMES, Rosa Varela | Edição | 2002 | Lisboa | |
Algarve - Castelos, Cercas e Fortalezas | MAGALHÃES, Natércia | Edição | 2008 | Faro | |
Silves. Guia turístico | DOMINGUES, José Domingos Garcia | Edição | 1958 | Silves | |
Silves. Guia turístico da cidade e do concelho | DOMINGUES, José Domingos Garcia | Edição | 2002 | Silves | 2ªed. |
A Sé e o Castelo de Silves | JÚDICE, Pedro | Edição | 1954 | Vila Nova de Gaia | |
"O(s) centro(s) histórico(s) de Silves", Monumentos, nº23, pp.46-51 | VALENTE, Teresa | Edição | 2005 | Lisboa | |
Palácio Almóada da Alcáçova de Silves | Edição |
Muralhas e Porta da Almedina de Silves - Troço de muralha do castelo e sua relação com a Sé de Silves e casario envolvente
Muralhas e Porta da Almedina de Silves - Planta anexa ao decreto de classificação, com a delimitação e a ZGP em vigor