Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Fábrica do Moinho do Buraco
Designação
DesignaçãoFábrica do Moinho do Buraco
Outras Designações / PesquisasFábrica do Moinho do Buraco (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Fábrica
TipologiaFábrica
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Guimarães/Selho (São Jorge)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -São Jorge do Selho Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
DistritoBraga
ConcelhoGuimarães
FreguesiaSelho (São Jorge)
Proteção
Situação ActualProcedimento encerrado / arquivado - sem protecção legal
Categoria de ProtecçãoNão aplicável
CronologiaAnúncio n.º 13485/2012, DR, 2.ª série, n.º 188, de 27-09-2012 (ver Anúncio)
Despacho de arquivamento de 19-05-2011 do diretor do IGESPAR, I.P.
Proposta de arquivamento de 30-03-2011 da DRC do Norte, dada a descaracterização do corpo edificado da fábrica
Procedimento prorrogado até 31-12-2011 pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho)
Despacho de 13-12-1993 do presidente do IPPAR, mantendo a abertura do processo
Despacho de abertura de 26-11-1991 do presidente do IPPC
Proposta de abertura de 22-10-1991 do IPPC
Proposta de 4-10-1991 da Delegação Regional do Portoa para a classificação como VC
Proposta de classificação de 16-08-1991 da CM de Guimarães
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaFundada em 1890, por João Inácio da Cunha Guimarães, a "Fábrica do Moinho do Buraco" contribuiu de modo notório para o início e desenvolvimento do processo de industrialização têxtil da Bacia do Ave e, de um modo geral, de todo o concelho de Guimarães. Constitui, por isso mesmo, um dos poucos exemplares ilustrativos de todo um contexto epocal muito próprio, à luz do qual se deverá interpretar o despontar destas unidades fabris no final do século XIX português. Além disso, o estudo de fábricas, como a que se encontra presentemente "Em vias de classificação", permitirá fortalecer uma imagem há muito retida na mente dos investigadores, segundo a qual o começo da industrialização nesta região se pautou por um conjunto de características muito próprias que, sem dúvida, o distinguem do processo operado noutras zonas do país. Referimo-nos, em concreto, ao facto de condições tão especiais, quanto o desprovimento de capitais, ter obrigado os seus primeiros incentivadores a converter antigas manufacturas em modestos núcleos fabris, ao mesmo tempo que ao aproveitamento inicial de toda a matéria prima existente na região como material de construção das diversas secções que se iam erguendo, conferindo-lhes uma arquitectura muito própria, cujas raízes poderão ser encontradas com alguma facilidade nas próprias tradições rurais da zona.
Foi, no entanto, mercê dos esforços envidados por seu filho, Francisco Inácio da Cunha Guimarães (1864-1947), que a primordial oficina de características manuais se transformou, mecanizando-se paulatinamente através da instalação de seis teares mecânicos e de um torcedor num terreno situado junto ao rio Selho, onde foi possível aproveitar a força hidráulica de uma roda outrora utilizada para movimentar uma moagem. Começou, então, a especializar-se no fabrico, em algodão, de riscados, cortins, Zuartes e caqui, cobertores e toalhas de mão. Entretanto, a grande receptividade que os seus produtos começaram a auferir junto do público estimulou o reforço da sua capacidade produtiva e, por inerência, a inclusão de novos equipamentos industriais. Inaugurou-se, pois, em 1908, uma nova secção integralmente dedicada à fiação, composta de setecentos e vinte fusos e, em 1912, construiu-se uma central hidroeléctrica, o que permitiu abandonar, em definitivo, o sistema da roda hidráulica, ela própria um precioso exemplo da enorme importância que desempenhou no aperfeiçoamento industrial da região do Ave, com a particularidade única de ainda se encontrar operacional. Passados que estavam dez anos, em 1922, observou-se uma evidente ampliação na organização fabril através da aquisição da "Empresa Industrial de Pevidem" e da agregação da firma "Ribeiro, Santos & C.ª Ld.ª", do Porto, esta última com notórias aptidões na área da comercialização de têxteis.
Todo este complexo industrial sofreria, contudo, um duro revés em 1962, em consequência das inundações ocorridas em Abril, que resultaram no desmoronamento do pavilhão onde funcionavam as fiações e na profunda degradação de todas as restantes instalações. A difícil situação económica decorrente destes infortúnios contribuiu seriamente para a venda da fábrica em 1971, que passaria a integrar a firma "Têxteis Lopes Correia" até à sua falência, em 1990.
Além de dispor das centrais hidroeléctricas (turbinas e geradores) e de quase todas as máquinas e equipamentos utilizados ao longo da sua existência, a Fábrica denuncia outra particularidade, ademais, bem vincada nesta região: a presença da área habitacional dos proprietários e de outros complexos adjacentes, como seriam as oficinas e os próprios armazéns, no interior do recinto fabril, como se de uma unidade orgânica se tratasse, na qual as instalações industriais parecem confundir-se com as agrícolas e as habitacionais. Foram, precisamente, estas circunstâncias que ditaram a delineação de um projecto, que visa a instalação do Museu Industrial de Guimarães nesta antiga fábrica de Pevidém.
[AMartins]
ProcessoCoord. geog. (Lisboa Hayford Gauss IGeoE): 181800; 494400
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias0

IMAGENS

Planta de localização

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