Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela de Santa Eulália
Designação
DesignaçãoCapela de Santa Eulália
Outras Designações / PesquisasCapela de Santa Eulália (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Ponte de Lima/Refóios do Lima
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
EN 202Refóios do Lima Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.793448-8.536513
DistritoViana do Castelo
ConcelhoPonte de Lima
FreguesiaRefóios do Lima
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 44 675, DG, I Série, n.º 258, de 9-11-1962 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA capela de Santa Eulália está ligada ao mosteiro de Refoios do Lima, instituição com provável origem no período condal, mas da qual não temos indicadores suficientes de caracterização. Parece certo que, na Baixa Idade Média, o cenóbio "viu muito alargada a sua influência", dispondo de uma vasta área fundiária e de uma assinalável importância regional (ALVES, 1982, pp.92-93). A construção da capela é ainda discutida, mas tudo leva a crer que tenha ocorrido em plena fase de afirmação do mosteiro.
Com efeito, não existem dados seguros acerca da época em que se levantou o templo, nem tão pouco informações sobre os seus patrocinadores e consequentes recursos. Durante muito tempo, pensou-se que a capela poderia datar do final do século XIV, a partir de uma leitura errada da inscrição funerária do abade Estêvão Lourenço (que se fez sepultar no interior, em arcossólio mandado fazer por si em 1292, e não em 1392, como a maioria dos autores entendeu), o que a colocaria num ponto terminal de construir "ao românico" (ALMEIDA, 1978, vol.2, p.256; 1987, p.116; GRAF, 1986, vol.2, p.41). No entanto, como teve oportunidade de salientar Mário Barroca, a inscrição diz apenas respeito ao arcossólio e, se o monumento se tivesse ficado a dever ao abade, então dificilmente "este facto não seria silenciado pela inscrição" (BARROCA, 2000, p.1090).
Também duvidosa é a função primeira da capela. A maioria dos autores, baseando-se no conteúdo sepulcral da epígrafe de 1292, equacionou uma vocação funerária. Mesmo Jorge Rodrigues, que não partilha da ideia de ter sido construída pelo Abade Estêvão Lourenço, admite que ela seja o resultado de "alguma família da mais antiga nobreza portucalense da região do Lima", eventualmente relacionada com a torre medieval dos Azevedos (RODRIGUES, 1995, p.306).
As respostas a estas questões estão longe de estar esclarecidas. Desde Manuel de Aguiar Barreiros que se tem colocado em paralelo esta capela com a de Moreira de Lima, especialmente pelas analogias da decoração dos modilhões (BARREIROS, 1926, p.46). O templo de Moreira de Lima apresenta também dificuldades de datação, mas é de crer que a actual configuração tardo-românica se deva aos finais do século XIII, não obstante as reservas de Ferreira de Almeida. Os finais de Duzentos coincidem, precisamente, com a intenção do abade Estêvão Lourenço se sepultar em Santa Eulália, indicadores que, conjugados, sugerem uma cronologia por esta altura.
As características da capela parecem confirmar esta tardia datação. Planimetricamente, o templo articula nave única com capela-mor quadrangular, mais baixa que o corpo e iluminada por estreitas frestas. O portal principal é em arco duplo em volta perfeita, com arquivolta exterior e impostas decoradas com semi-esferas. Encima-o uma fresta ligeiramente descentrada, terminando a empena em linha recta, sobre a qual deveria existir, originalmente, um campanário.
A principal característica do templo é a sua cachorrada. Os modilhões apresentam uma decoração variada, muito figurativa e humanizada, onde é possível reconhecer um relativo eruditismo, patente, por exemplo, nas duas figuras orantes que Jorge Rodrigues sugeriu tratar-se de "um casal de fundadores / doadores do pequeno templo" (RODRIGUES, 1995, p.305).
Na época moderna, várias foram as alterações verificadas. Da segunda metade do século XVI é o retábulo-mor, maneirista, de estrutura tripartida e integrando quatro tábuas. Um século depois, (re)fez-se a sacristia (cujo lintel do arco de passagem ostenta a data de 1677) e, muito provavelmente, o anexo Norte (que corre ao longo do corpo do templo). De uma cronologia avançada no século XVIII são os retábulos laterais, em talha dourada a anunciar já o rococó. Em adiantado estado de ruína nos meados do século XX, a Comissão Fabriqueira patrocinou uma campanha de obras que não obteve concordância da DGEMN (NOÉ, 1992, DGEMN on-line), mas que, em todo o caso, não parece ter adulterado significativamente o imóvel.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Necrópoles e sepulturas medievais de Entre-Douro-e-Minho: séculos V a XVBARROCA, Mário JorgeEdição1987PortoTese de aptidão pedagogica Publicado a 1987
Portugal roman, vol. IIGRAF, Gerhard N.Edição1986
Arquitectura Românica de Entre Douro e MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1978Porto
Roteiro da Ribeira LimaAURORA, Conde deEdição1959Porto
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
"Igrejas e Capelas românicas da Ribeira Lima", Caminiana, ano IV, nº7, pp.47-118ALVES, LourençoEdição1982Caminha
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
Egrejas e Capelas Românicas de Ribeira LimaBARREIROS, Manuel de AguiarEdição1926Porto
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1972Porto
"Jornadas de um curioso pelas margens do Lima". O Arqueólogo Português, vol..XXVIII, pp.49-51PEREIRA, Félix AlvesEdição1929Lisboa
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
Inventário Artístico da Região Norte - III (Concelho de Ponte de Lima)Edição1974Portosérie «Estudos Regionais» - n.º 10

IMAGENS

Capela de Santa Eulália - Fachada principal

Capela de Santa Eulália - Fachada principal (portal)

Capela de Santa Eulália - Fachada principal: pormenor do embasamento do cunhal

Capela de Santa Eulália - Fachada principal

Capela de Santa Eulália - Fachada lateral: pormenor dos cachorros

Capela de Santa Eulália - Fachada lateral: pormenor dos cachorros

Capela de Santa Eulália - Fachada lateral: pormenor dos cachorros

Capela de Santa Eulália - Fachada lateral: pormenor dos cachorros

Capela de Santa Eulália - Fachada principal

Capela de Santa Eulália - Fachada lateral: pormenor da fresta

Capela de Santa Eulália - Fachada lateral: pormenor de cachorro

Capela de Santa Eulália - Fachada lateral: pormenor dos cachorros

MAPA

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